{"id":10781,"date":"2016-06-29T12:30:42","date_gmt":"2016-06-29T12:30:42","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=10781"},"modified":"2016-06-29T12:30:42","modified_gmt":"2016-06-29T12:30:42","slug":"percorrendo-um-lab-irinto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2016\/06\/29\/percorrendo-um-lab-irinto\/","title":{"rendered":"Percorrendo um LAB.Irinto"},"content":{"rendered":"
1<\/strong>. Laborat\u00f3rio \u00e9 um espa\u00e7o de experimenta\u00e7\u00e3o de qualquer coisa, inclusive de sociedades. Inova\u00e7\u00e3o social \u00e9 o processo de cria\u00e7\u00e3o de metodologias, tecnologias, projetos e a\u00e7\u00f5es que t\u00eam como objetivo transformar a realidade a fim de alcan\u00e7ar maior inclus\u00e3o social, por meio da redu\u00e7\u00e3o da desigualdade e da defesa dos bens comuns.\u00a0Cultura livre \u00e9 uma perspectiva da cultura baseada nos princ\u00edpios de liberdade do software livre que, principal de tudo, \u00e9 a favor do compartilhar e n\u00e3o do restringir. Guarde bem a defini\u00e7\u00e3o dessas tr\u00eas ideias e retome mentalmente quando precisar ao ler este relato.<\/p>\n 2<\/strong>. Muita\u00a0coisa aconteceu nestes dias, tantas ideias piscaram, desapareceram, foram anotadas e se perderam no inconsciente pra quem sabe voltarem mais adiante. Segue abaixo um relato recortado e resumido disso tudo.<\/p>\n 3<\/strong>. Estamos falando de um Encontro de Inova\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3 e Cultura Livre, um “processo de debates, trocas de experi\u00eancias e articula\u00e7\u00e3o internacional entre criadores da Baixada Santista, do Brasil e do mundo”, como diz o site do evento<\/a>, que tem ocorrido desde abril de 2016 e teve na semana passada o seu encerramento, com dois dias de trocas de experi\u00eancia, cocria\u00e7\u00e3o e um semin\u00e1rio internacional que subsidiou a cria\u00e7\u00e3o do\u00a0LABxS (Lab Santista), um laborat\u00f3rio de cultura livre e inova\u00e7\u00e3o cidad\u00e3. Quem organizou o evento foi o\u00a0Instituto Procomum<\/a>, por enquanto uma associa\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m rec\u00e9m iniciada a partir do projeto Tecnologias e Alternativas<\/a>, com a inten\u00e7\u00e3o de investigar as condi\u00e7\u00f5es de desenvolver novas institucionalidades e uma interface para viabilizar a\u00e7\u00f5es de uma plataforma de pessoas que a ele queiram se associar. \u00a0O financiamento do evento veio da Funda\u00e7\u00e3o Ford, da Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inova\u00e7\u00e3o, e da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB).<\/p>\n 4.<\/strong> Antes do semin\u00e1rio teve dois dias (manh\u00e3s e tardes) de reuni\u00f5es, conversas e compartilhamento de experi\u00eancias entre os mais de 40 convidados de diferentes pa\u00edses. Houve divis\u00f5es em GTs (Modelo de Neg\u00f3cio e Sustentabilidade, Programa\u00e7\u00e3o e Conte\u00fado, Articula\u00e7\u00e3o e Rede, Gest\u00e3o Institucional e Metodologias e Laborat\u00f3rios e o Territ\u00f3rio de Atua\u00e7\u00e3o) e “conversas infinitas” que tinham entre os objetivos questionar a ideia do lab, subsidiar a concep\u00e7\u00e3o do\u00a0LABxS e avan\u00e7ar na articula\u00e7\u00e3o internacional em torno da agenda de bens comuns. “Um jogo de colabora\u00e7\u00e3o e partilha, baseado nos conhecimentos que carregamos” escreveu Rodrigo Savazoni, articulador do evento e do LABxS junto a uma equipe grande (veja aqui<\/a>) que n\u00e3o por acaso traz muitos participantes da experi\u00eancia da Casa da Cultura Digital em S\u00e3o Paulo, um laborat\u00f3rio de viv\u00eancias embri\u00e3o\/propulsor do Lab Santista (e de tantas outras coisas, como at\u00e9 este site\/coletivo que vos escreve; este v\u00eddeo creio que talvez seja o melhor registro feito da CCD<\/a>)<\/p>\n Entre os convidados<\/a>, pessoas muito atuantes em labs ou em suas comunidades\/redes\/cultura digital do Brasil e do mundo, um foco especial em iniciativas da ibero-am\u00e9rica (Dardo Ceballos, do SANTALAB<\/a>, ligado ao governo do estado de Santa F\u00e9, Argentina; Paola Ricarte Quijano, OpenLabs, M\u00e9xico; Raul Olivan, Zaragoza Activa, Espanha; Camilo Cantor, Colaborat\u00f3rio<\/a>, Col\u00f4mbia; Marcos Garc\u00eda, MediaLab Prado, Espanha) e \u00c1frica (Muhammad Radwan, IceCairo, Egito e Nanjira Sambuli, Ihub<\/a>, Nair\u00f3bi, Qu\u00eania). N\u00e3o por acaso: estes LatinLabers, como Savazoni e outros (se) nomeiam, s\u00e3o partes tamb\u00e9m da\u00a0Global Innovation Gathering<\/a>, rede que tem forte presen\u00e7a africana e asi\u00e1tica e prop\u00f5e a constru\u00e7\u00e3o de uma rede de tecnologias desde o sul.<\/p>\n Tatiana Bazzicheli (Disruption Lab<\/a>, de\u00a0Berlin)\u00a0\u00e9 uma exce\u00e7\u00e3o do norte nessa rede. Curadora do Transmediale<\/a>, um dos principais festivais de arte, cultura e inova\u00e7\u00e3o da Europa, pesquisadora e ativista, a italiana tem um trabalho importante na aproxima\u00e7\u00e3o da arte com o hacktivismo e o mundo da inova\u00e7\u00e3o, como o livro “Networked Disruption: Rethinking Oppositions in Art, Hacktivism and the Business of Social Networking”\u00a0(baixe aqui<\/a>). E, no Disruption Lab, realiza eventos como o Deep Cables<\/a>, uma s\u00e9rie de confer\u00eancias e rodas de conversa\u00a0onde hackers, engenheiros, jornalistas investigativos, escritores, entre outros, buscaram entender\u00a0como a Internet funciona e o papel preponderante que os cabos submarinos tem nessa infraestrutura f\u00edsica nem t\u00e3o falada da rede. Temos que confessar: um laborat\u00f3rio de hacktivismo e arte com eventos t\u00e3o interessantes como os que o Disruption organiza \u00e9 o motivo de Tatiana ter ganho um par\u00e1grafo inteiro aqui.<\/p>\n 6<\/strong>.\u00a0O \u00faltimo dia do evento foi dedicado ao\u00a0Semin\u00e1rio Internacional de Inova\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3,<\/a> realizado no amplo (750 lugares) teatro do Sesc Santos. Foram tr\u00eas mesas com convidados internacionais e um brasileiro mediando ou comentando ou relacionando o global com o local (glocal).\u00a0A primeira mesa trouxe para o debate<\/a> a quest\u00e3o do que \u00e9 inova\u00e7\u00e3o cidad\u00e3 a partir de quatro experi\u00eancias, tr\u00eas internacionais e uma brasileira (C\u00edntia Mendon\u00e7a, da Nuvem, que mediou). Marcos Garc\u00eda<\/a> apresentou o MediaLab Prado<\/a>, refer\u00eancia mundial (e de muitos dos participantes) de laborat\u00f3rio de inova\u00e7\u00e3o cidad\u00e3 e cultura digital. \u00c9 um espa\u00e7o alocado dentro de uma institucionalidade (Prefeitura de Madrid), mas que mesmo assim consegue promover inova\u00e7\u00e3o social para a comunidade e driblar algumas das dificuldades que uma institui\u00e7\u00e3o costuma ter para fomentar novidades. O amplo espa\u00e7o do MediaLab Prado, localizado num antigo pr\u00e9dio de uma serraria belga no bairro de Las Letras, regi\u00e3o central de Madrid, abriga e fomenta dehortas urbanas monitoradas por sensores a base da ardu\u00ednos a makerspace colaborativo, de encontros de\u00a0visualiza\u00e7\u00e3o de dados a produ\u00e7\u00e3o de conhecimento colaborativo, passando por in\u00fameros semin\u00e1rios, cursos, exposi\u00e7\u00f5es [este v\u00eddeo traduz\u00a0em 1 minuto<\/a> o que es o MediaLab Prado; vale assistir]. Qualquer pessoa pode propor uma ideia e tentar desenvolver ela (sempre em grupo) por l\u00e1, ainda que s\u00e3o as ferramentas que constroem (e fortalecem) comunidades as que ganham maior acolhida.<\/p>\n Paola Ricaurte Quijano<\/a> trouxe uma outra configura\u00e7\u00e3o\u00a0de laborat\u00f3rio, o OpenLabs<\/a>, ligado a Universidade Tecnol\u00f3gica de Monterrey. Diferente em sua articula\u00e7\u00e3o, mas inspirado no modelo do MediaLab Prado e, sobretudo, na ideia de ser um espa\u00e7o de transforma\u00e7\u00e3o e de reconhecimento da intelig\u00eancia distribu\u00edda, o OpenLabs \u00e9 uma\u00a0plataforma que quer abordar a complexidade do social a partir de princ\u00edpios como abertura, experimenta\u00e7\u00e3o, inclus\u00e3o, participa\u00e7\u00e3o e colabora\u00e7\u00e3o. Parece algo complexo ou carregado de um discurso pouco pr\u00e1tico, mas saiba que tanto o OpenLabs como todos os outros labs presentes no evento s\u00e3o totalmente baseados na pr\u00e1tica, no fazer do dia a dia com a comunidade onde est\u00e3o inseridos. D\u00ea uma olhada na convocat\u00f3ria deste ano do OpenLabs, “Ciudades que Aprenden<\/a>“, e veja como funciona a sua metodologia.<\/p>\n A terceira experi\u00eancia trazida\u00a0foi o\u00a0IceCairo<\/a>, de Cairo, apresentado por\u00a0Muhammad Radwan. O lab eg\u00edpcio \u00e9 parte de uma rede (que tem outros pontos na Eti\u00f3pia e na Alemanha) que tem um enfoque na chamada “green tech innovation”, fomentando neg\u00f3cios sustent\u00e1veis. Mant\u00e9m um espa\u00e7o f\u00edsico que funciona como co-working (caracter\u00edstica comum de muitos labs, ali\u00e1s) e, entre muitos projetos legais, destacamos o Hub in Box<\/a>, um mergulho realizado em conjunto com outros Africa Labs<\/a>\u00a0e Impact Hubs<\/a> de v\u00e1rios lugares do mundo na busca de identificar desafios e criar solu\u00e7\u00f5es sustent\u00e1veis para suas comunidades. Antes que voc\u00ea pergunte “mas qual a inova\u00e7\u00e3o que eles est\u00e3o produzindo ao se reunir e discutir seus projetos?”, fazemos um alerta \u00f3bvio: assim como no LAB.Irinto, o processo \u00e9 t\u00e3o (ou mais) importante que o produto “inovador” criado. Encontros s\u00e3o essenciais, compartilhar \u00e9 fundamental; o crescimento \u00e9 coletivo. [Todas as tr\u00eas mesas do dia foram transmitidas e podem ser assistidas aqui<\/a>].<\/p>\n 7<\/strong>.\u00a0As experi\u00eancias brasileiras presentes no LAB.Irinto foram apresentadas no dia anterior ao semin\u00e1rio internacional<\/a>. Lembramos de algumas de cabe\u00e7a: a Produtora Colaborativa.PE e a rede das produtoras colaborativas (sobre a qual j\u00e1 falamos aqui)<\/a> e o Laborat\u00f3rio Hacker da C\u00e2mara dos Deputados (que tamb\u00e9m j\u00e1 falamos aqui<\/a>). A Nuvem<\/a>, um hacklab rural rural voltado ara experimenta\u00e7\u00e3o, pesquisa e cria\u00e7\u00e3o vinculada \u00e0 tecnologia (arquitetura, comunica\u00e7\u00e3o, gera\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel de energia) e sustentabilidade (corpo, ecologias, alimenta\u00e7\u00e3o, cultivos) no interior do Rio de Janeiro. O Bela Lab, localizado junto ao Galp\u00e3o Bela Mar\u00e9, no Rio de Janeiro, fruto do projeto Gambiarra Favela Tech<\/a>, resid\u00eancia art\u00edstica-tecnol\u00f3gica realizada ano passado em parceria com o Observat\u00f3rio de Favelas<\/a> e Olabi.<\/a> Laborat\u00f3rio de Cidades Sensitivas (LabCEUs<\/a>), projeto que promoveu ocupa\u00e7\u00f5es de inova\u00e7\u00e3o social e tecnol\u00f3gica em laborat\u00f3rios multim\u00eddias em cidades do interior brasileiro, realizado pela UFPE, por meio do InCiti \u2013 Pesquisa e Inova\u00e7\u00e3o para as Cidades, em\u00a0parceria com o Minist\u00e9rio da Cultura. O Ponto de Cultura Cai\u00e7aras<\/a>, em Canan\u00e9ia, litoral sul de S\u00e3o Paulo, que promove o resgate do fandango cai\u00e7ara, entre outras a\u00e7\u00f5es com a comunidade local.\u00a0Karenin Branco, do makerspace Crie Aqui<\/a>, de Santos. Casa Rizoma<\/a>, ocupa\u00e7\u00e3o cultural localizada em Santos.<\/p>\n 8<\/strong>. Um dos projetos brasileiros na noite do dia 23 de junho, no Museu Pel\u00e9, foi o Transformat\u00e9ria<\/a>, uma pesquisa sobre poss\u00edveis pontos de contato entre, de um lado, a cultura maker<\/em> e o universo da fabrica\u00e7\u00e3o digital, e de outro a longa heran\u00e7a da produ\u00e7\u00e3o artesanal e dos of\u00edcios manuais. Criado por Felipe Fonseca<\/a> (que toca o Ubalab<\/a> e o Tropixel, entre outras cousas, e que j\u00e1 quase perfilado por aqui<\/a>) e sua esposa,\u00a0Carolina Striemer, ele se relaciona com uma rede que deu seus primeiros passos no evento: Trasformat\u00f3rio. A ideia desta rede \u00e9 articular projetos que tem em comum o costume de transformar coisas em outras coisas – com ferramentas, m\u00e9todos, equipamentos, ou mesmo com as pr\u00f3prias m\u00e3os. Algo que n\u00e3o \u00e9 makerspace nem fablab, “um espa\u00e7o ou momento de encontro de corpos e mentes com a inten\u00e7\u00e3o de mexer, mudar, manipular coisas”. A conversa foi registrada em \u00e1udio, foto e GIF e est\u00e1 dispon\u00edvel nessa wiki do Ubalab<\/a>. Aos interessados, h\u00e1 um\u00a0grupo\u00a0de emails<\/a>.<\/p>\n Participamos do Transformat\u00f3rio tamb\u00e9m com o interesse manifestado a partir do apoio na realiza\u00e7\u00e3o do Caf\u00e9 Reparo<\/a> em Porto Alegre. J\u00e1 havia (com licen\u00e7a plural, quem fala agora \u00e9 Leonardo) participado de um encontro dos 6 realizados em S\u00e3o Paulo, inclusive relatado aqui<\/a>, mas dessa vez ajudei a organizar um aqui na cidade onde vivo atualmente. Foi t\u00e3o interessante<\/a> que teremos outros. Um detalhe pessoal:\u00a0diferente da maioria, cheguei ao reparo a partir da teoria e n\u00e3o da pr\u00e1tica “fu\u00e7adora”: abrir as “caixas-pretas” e entender as redes que ali percorrem, nos termos da Teoria Ator-Rede<\/a> capitaneada por Bruno Latour, Michel Callon, John Law e que tem sido a base da minha tese de doutorado<\/a>, me fez ver o qu\u00e3o importante (e divertido!) \u00e9 a gente entender minimamente os objetos que nos rodeiam. E pra isso nada melhor que fu\u00e7ar, reparar, consertar, desmontar, montar e errar de novo.<\/p>\n 9<\/strong>. Como sobrevive um Lab?<\/strong>\u00a0N\u00e3o h\u00e1 uma regra, porque n\u00e3o h\u00e1 um \u00fanico modelo (sustent\u00e1vel). Experimentar um lab \u00e9 uma meta experi\u00eancia que pode valer pelo caminho percorrido mais do chegar a algum destino. Como na ci\u00eancia, n\u00e3o se sabe se vai ter alguma utilidade, mas \u00e9 importante fazer. Mas h\u00e1 conselhos: come\u00e7ar devagar, com um espa\u00e7o pequeno. Ter autonomia e n\u00e3o abrir m\u00e3o dela ao buscar\u00a0a sustentabilidade. Criar la\u00e7os e uma comunidade forte para sobreviver a intemp\u00e9ries como a troca de governos ou o esgotamento do tes\u00e3o em continuar. Documentar em ferramentas livres, que permitem a replica\u00e7\u00e3o. Nenhum lab sobrevive muito tempo como ilha.<\/p>\n 10<\/strong>. Uma quest\u00e3o final pra sair do LAB.Irinto, que pode estar pairando em voc\u00eas, assim como por aqui tamb\u00e9m esteve: por qu\u00ea Santos e Baixada Santista? Com a palavra,\u00a0Savazoni:\u00a0“Nessa apresenta\u00e7\u00e3o<\/a> eu postulo o ponto de partida, antes de come\u00e7ar o LAB.IRINTO e aqui eu enumero um pouco as raz\u00f5es de ser Santos: \u00e9\u00a0uma regi\u00e3o de 2 milh\u00f5es de habitantes, um arquip\u00e9lago, e Santos est\u00e1 em uma ilha, junto com S\u00e3o Vicente, uma das primeiras cidades do Brasil. Foi importante no Brasil Col\u00f4nia, na industrializa\u00e7\u00e3o, com o ciclo do Caf\u00e9, porta de entrada do mundo para o Brasil e ao mesmo tempo se deteriorou por conta das transforma\u00e7\u00f5es todas, se tornando uma cidade de servi\u00e7os, com uma popula\u00e7\u00e3o envelhecida – mais de 30% dos habitantes com mais de 55 anos podendo chegar \u00e0 metade da popula\u00e7\u00e3o em dez anos. Tem tamb\u00e9m o fato de que pelas previs\u00f5es, boa parte da cidade estar\u00e1 em baixo d’\u00e1gua devido ao aquecimento global. Inclusive onde eu moro.<\/p>\n \u00c9 pr\u00f3xima de S\u00e3o Paulo, no sentido que facilita essa troca global, e eu pude comprovar isso produzindo o evento agora.\u00a0Agora depois do LAB.IRINTO, eu somaria a essas raz\u00f5es todas o fato de ter encontrado uma rede subterr\u00e2nea muito interessante, pessoas que querem fazer h\u00e1 muito tempo, outras que est\u00e3o chegando agora, mas que come\u00e7am a desenhar uma outra geografia, clandestina, fronteiri\u00e7a, para a regi\u00e3o. O LAB pode ser um impulsionador desse processo e isso me interessa sobretudo.<\/p>\n [Mais infos em ciudadania.org\/entramosaolabirintocomrodrigosavazoni<\/a>; Revista F\u00f3rum<\/a>]<\/p>\n Fotos: Encontro Internacional de Cultura Livre e Inova\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3 (1, 4), Julinho Bittencourt (2), Raul Olivan (3), Transformat\u00f3rio (5), Rodrigo Savazoni (6)<\/em><\/p>\n \n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" 1. 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\n5<\/strong>. O que \u00e9 um lab?<\/strong>\u00a0Raul Olivan, do La Colaboradorar<\/a>\u00a0e do\u00a0Zaragoza Activa<\/a> (um lab y rede social criado junto a prefeitura da cidade espanhola) resume no texto\u00a0“Um lab \u00e9 para a cidade o que poesia \u00e9 para linguagem<\/a>“: resolver o problema das pessoas. “Gerir o caos. Podemos tecer arquip\u00e9lagos para come\u00e7ar, mas o objetivo deve ser o continente. \u00c9 o n\u00e3o-modelo que se imp\u00f5e, n\u00e3o por necessidade ou aus\u00eancia de certezas, sen\u00e3o por desejo e como uma estrat\u00e9gia consciente.\u00a0\u00c9 o conjunto de valores, afetos, cuidados da rede que tece e compromete um LAB: TRANSWARE\u00a0(imagem acima).\u00a0A puls\u00e3o \u00e9 transformar a sociedade (o ethos) com uma soma de \u00e9tica hacker, sonho de riqueza generalizada e materialismo da 4\u00ba revolu\u00e7\u00e3o industrial.\u00a0Necessitamos dos hackers inside que abram a lata desde dentro do sistema, como faz o Hacklab da C\u00e2mara dos Deputados.\u00a0Um LAB n\u00e3o pode ser uma abstra\u00e7\u00e3o: ideologia n\u00e3o fertiliza a terra. A\u00a0transpar\u00eancia \u00e9, provavelmente, mais importante que a horizontalidade”.<\/p>\n<\/p>\n
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