{"id":10557,"date":"2008-09-19T22:06:38","date_gmt":"2008-09-19T22:06:38","guid":{"rendered":"https:\/\/baixacultura.org\/?p=75"},"modified":"2008-09-19T22:06:38","modified_gmt":"2008-09-19T22:06:38","slug":"o-verdadeiro-mago","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/baixacultura.org\/2008\/09\/19\/o-verdadeiro-mago\/","title":{"rendered":"O verdadeiro Mago"},"content":{"rendered":"
O caso de Alan Moore<\/a> \u00e9 o de um\u00a0artista relevante dentro e fora da obra, ou o de um artista cuja obra ultrapassa a soma dos livros e inclui a \u00e9tica de sua escrita, as opini\u00f5es que distribui e at\u00e9 a\u00a0pertin\u00eancia dos temas sobre os quais opina.<\/p>\n Ou ao menos \u00e9 o que The Mindscape of Alan Moore<\/a> me faz pensar. Mindscape<\/em>, essa inven\u00e7\u00e3o bonita da l\u00edngua inglesa cuja\u00a0tradu\u00e7\u00e3o \u00e9 ruim, ‘paisagem mental’, fazer o qu\u00ea.<\/p>\n Desde a primeira fala, quando\u00a0apresenta a\u00a0distin\u00e7\u00e3o essencial entre fic\u00e7\u00e3o e mentira, at\u00e9 a intrincada analogia entre as linguagens\u00a0da arte e\u00a0da magia, o Grande Barba \u00e9 uma palavra s\u00f3: autenticidade.<\/p>\n Ou talvez seja muitas outras. A elegante ironia, sobretudo auto-ironia, a clareza de vis\u00e3o\u00a0sobre qual deva ser o papel do artista dentro de uma sociedade cujo funcionamento depende sobretudo de passividade e\u00a0torpor coletivos, a radical certeza do caos, o real desprezo pela estrutura da fama, o didatismo do pensamento mais complexo, essas coisas todas que\u00a0foram lapidarmente definidas por Bruno<\/a> numa conversa recente de MSN: “o cara \u00e9 fod\u00e3o e pronto!”.<\/p>\n Como se n\u00e3o bastasse, \u00e9\u00a0O Homem Que Recusou Hollywood Money<\/a> em prol de uma integridade de cuja exist\u00eancia o cinismo de nossa educa\u00e7\u00e3o exige suspeita.<\/p>\n O document\u00e1rio, de 2003, alcan\u00e7a o Velho Doido do \u00faltimo ponto de sua carreira at\u00e9 aqui<\/a>, o trabalho que pela, digamos,\u00a0profundidade no tratamento do\u00a0tema (as possiblidades art\u00edsticas da pornografia) terminou n\u00e3o s\u00f3 com sua publica\u00e7\u00e3o, mas com o casamento dos autores.<\/p>\n<\/a><\/p>\n