redes sociais – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Fri, 14 Feb 2025 14:17:31 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg redes sociais – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 A crise é cognitiva – a guerra cultural e os fins da internet https://baixacultura.org/2025/02/14/a-crise-e-cognitiva-a-guerra-cultural-e-os-fins-da-internet/ https://baixacultura.org/2025/02/14/a-crise-e-cognitiva-a-guerra-cultural-e-os-fins-da-internet/#respond Fri, 14 Feb 2025 14:09:45 +0000 https://baixacultura.org/?p=15788 Semana passada participei novamente no Balanço & Fúria para falar sobre as transformações da internet, das raízes rebeldes à ascensão da plataforma aliada (e potencializadora) da extrema direita. Falamos um pouco sobre como essa mudança impactou a cognição, o trabalho e a cultura, levando a uma crise de consenso e à ascensão da desinformação, entre outras coisas. No final destacamos a necessidade urgente de repensar a forma como interagimos com a tecnologia e de buscar alternativas que promovam a descentralização, a transparência e o bem comum. A ascensão do DeepSeek, com seu modelo de código aberto, oferece uma faísca de esperança em meio a um cenário de crescente preocupação com o poder das Big Techs e o impacto da desinformação. 

“Quem teve acesso à internet do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 jamais imaginaria que ela se tornaria um dos principais instrumentos para a elaboração do fascismo de nosso tempo, um impulsionador da crise política e estética, seguido da crise cognitiva que determinaria uma nova subjetividade em seus usuários, assim como uma nova definição de capitalismo ultraprecarizado e ultraliberal, que confundiu ainda mais os limites do trabalho, das liberdades e da democracia liberal.

Da guerra cultural à plataformização, passando pela monopolização das Big Techs e a disputa geopolítica baseada nas tecnologias criadas a partir do que resta da internet, Leonardo Foletto caminha sobre uma breve história das redes de compartilhamento, da pirataria, do hackativismo até o apodrecimento algorítmico fascista em que nos encontramos agora.”

Dá pra ouvir/baixar no site e também aqui abaixo.

[Leonardo Foletto]

 

 

 

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Por trás do algoritmo https://baixacultura.org/2022/11/29/por-tras-do-algoritmo/ https://baixacultura.org/2022/11/29/por-tras-do-algoritmo/#comments Tue, 29 Nov 2022 13:42:01 +0000 https://baixacultura.org/?p=14968 Já deve ter acontecido com você: falar alguma coisa que está circulando em uma rede social e alguém ficar com cara de dúvida: “mas não vi isso na minha rede”. A rede pode ser o Facebook, o Instagram e também o Twitter, o TikTok e até o YouTube. Em todas o resultado é o mesmo: cada timeline mostrada é única, singular de acordo com os dados deixados pelo usuário em cada rede. Isso acontece desde que estas redes passaram a assumir protagonismo desproporcional no consumo de informação e orientar a esfera pública no lugar do jornalismo, em meados da década passada, sobretudo quando o Facebook passou a adotar o modelo timeline de organização da informação (janeiro de 2012), que priorizava não a ordem cronológica das postagens, padrão das redes até então, mas diversos outros fatores (localização, interesses, interação em outros posts, além de publicidade) embutidos no algoritmo. Este modelo, com algumas alterações pontuais, depois viria a ser adotado por outras redes: o que os usuários veem em suas timelines está ali a partir de recomendações de conteúdos de acordo com preferências do usuário, interesse de anunciantes e tendências de viralização.

Sabemos que, nas caixas-pretas que ainda são os algoritmos que moldam cada uma dessas redes, as preferências não são compartilhadas socialmente, o que significa que não conhecemos exatamente o que entra e o que não entra no cálculo para construir cada timeline. Conhecemos, entretanto, que os interesse de anunciantes raramente coincidem com o que é de interesse público; e que os conteúdos virais podem não ser os mais confiáveis ou democráticos – uma amostra in loco das eleições brasileiras de 2022 já são suficientes para indicar que os hits de compartilhamento muitas vezes trazem conteúdos que são direta ou indiretamente antidemocráticos, quando não fascistas.

Os riscos vão de intenções maliciosas e deliberadas, como invasões e ataques patrocinados pelo Estado ou milícias digitais (como as controladas pelo chamado “Gabinete do Ódio”, comportamento criminoso e assédio on-line, até o design de sistemas que criam incentivos perversos em que o valor do usuário é sacrificado, como modelos de receita baseados em anúncios que recompensam comercialmente o clickbait e a disseminação viral da desinformação. Já não é de hoje que dizemos: entender como funcionam as plataformas é crucial para o redesenho e a regulação desses espaços em prol de uma internet efetivamente democrática e segura para todos.

Para tentar contribuir com esse debate, fizemos, em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre e a Afonte Jornalismo de Dados, o infográfico “Por que isso apareceu na minha timeline?”, disponível para consulta online e também para download aqui, HORIZONTAL / VERTICAL. O infográfico simula uma timeline de rede social, utilizando os elementos de interação da própria timeline para informar sobre como funcionam  os algoritmos das plataformas (na medida do que é possível sem examinar o código deles), sua influência em comportamentos e impactos à democracia.

Faremos também um lançamento, onde será realizada um conversa ao vivo comigo (Leonardo Foletto), Fernanda Rodrigues (IRIS – Instituto de Referência em Internet e Sociedade), Marcelo Träsel (UFRGS) e Taís Seibt (Unisinos / Afonte Jornalismo de Dados) sobre o contexto atual de construção das timelines, a discussão em torno da regulação das plataformas e seus impactos na democracia. A conversa acontece dia 29 de novembro (terça-feira), às 19h, no Auditório do Goethe-Institut Porto Alegre (Rua 24 de Outubro, 112), com entrada franca.

 

 

 

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BaixaCharla ao vivo #8: Racismo Algorítmico https://baixacultura.org/2021/07/14/baixacharla-8-racismo-algoritmico/ https://baixacultura.org/2021/07/14/baixacharla-8-racismo-algoritmico/#respond Wed, 14 Jul 2021 20:15:53 +0000 https://baixacultura.org/?p=13694

A oitava BaixaCharla ao vivo, quinta de 2021, vai falar sobre racismo algorítmico a partir de  “Comunidades, Algoritmos e Ativismos Digitais: Olhares Afrodiaspóricos“, organizado pelo nosso convidado da conversa, Tarcízio Silva, que é pesquisador, produtor cultural e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA, doutorando em Ciências Humanas e Sociais na UFABC, onde estuda imaginários sociotécnicos de resistência, e Tech + Society Fellow pela Fundação Mozilla, atuando em promoção de segurança digital e defesa contra danos algorítmicos. Também atua como curador na Desvelar, entre outras atividades que podem ser conferidas em seu currículo.

Editado em 2020 pela Literarua, “Comunidades, Algoritmos e Ativismos Digitais: Olhares Afrodiaspóricos” busca relacionar raça, racismo, negritude e branquitude com os estudos de tecnologias digitais, especialmente algoritmos, mídias sociais e comunidades online. Reúne 14 artigos de pesquisadores/as provenientes do Brasil, países da Afrodiáspora e África, como Congo, Etiópia, Gana, Nigéria, Colômbia, Estados Unidos e Reino Unido. É uma publicação que, com sua diversidade de perspectivas, tenta suprir uma lacuna nos estudos acadêmicos brasileiros na área. 

No prefácio, Emicida escreve que “se a essência das redes sociais é a conectividade, está para nascer uma que cumpra seu papel com mais eficácia do que um tambor”. É importante  desnaturalizar a ideia de que “tecnologia, storytelling, minimalismo e ideias que visam ampliar a percepção do que significa ser humano sejam apenas invenções do vale do silício”, diz o rapper, que cita Paulina Chiziane, “às vezes sinto que nos oferecem algo que já era nosso antes deles chegarem”. 

O capítulo de abertura é de Ruha Benjamin, autora de “Race After Technology: Abolitionist Tools for the New Jim Code” (2019), ativista e professora da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Nesse texto, Ruha incentiva um compromisso de incorporar abordagens raciais críticas no campoos Estudos de Ciência e Tecnologia – Science and Technology Studies (STS), no inglês.  Como ela escreve: “seja na arquitetura de máquinas (…) ou na arquitetura de  tecnologias legais, os pesquisadores de STS devem treinar nossas ferramentas analíticas sobre as diferentes formas de “correção racial” que sustentam uma forma perniciosa de construção do conhecimento”. A tecnologia é um dos muitos meios pelos quais as formas anteriores de desigualdade são atualizadas, por isso, ela explica, a necessidade vital de se fazer um balanço rotineiro também das ferramentas conceituais que são usadas para entender a dominação racial.

Nos outros 12 textos, o livro colabora com a crescente complexificação do pensamento sobre a comunicação digital e internet resultante da diversificação dos olhares e falas nos espaços acadêmicos. “Da matemática na divinação Ifá ao ativismo político, os temas e objetos dos capítulos passam por transição capilar, blackfishing, afroempreendedorismo, Black Twitter, contra-narrativas ao racismo e métodos digitais de pesquisa apropriados à complexidade das plataformas, algoritmos e relações de poder incorporadas nas materialidades digitais racializadas”, como escreve Tarcízio na apresentação.

É do nosso convidado da BaixaCharla o artigo no livro que complexifica o tema em voga no debate: “Racismo Algorítmico em plataformas digitais: microagressões e discriminações em código”. Para ele, o racismo online é um “sistema de práticas contra pessoas racializadas que privilegiam e mantém poder político, econômico e cultural para os brancos no espaço digital” (citando Tynes, Lozada, Smith & Stewart, 2019). Nos ambientes digitais, especialmente plataformas de publicidade (Facebook), de nuvem e computação (Amazon Web Services, Microsoft Azure, etc), de produto (como Zipcar etc), plataformas lean (Uber, AirBnB), o desafio se torna mais profundo na medida em que o racismo adentra os processos automatizados “invisíveis” como recomendação de conteúdo, reconhecimento facial e processamento de imagens. 

Nesse cenário em que a tecnologia cada vez mais é tanto mediação das atividades humanas quanto interação interpessoal e negociação de serviços e comércio, os casos de identificação de racismo algorítmico passam a ser somados por diversas pesquisadoras, ativistas e desenvolvedores – entre eles o próprio Tarcízio, com sua Linha do tempo do racismo algorítmico, projeto paralelo de sua pesquisa no doutorado (intitulado provisoriamente de “Dados, Algoritmos e Racialização em Plataformas Digitais”) que incorpora casos de 2010 a partir da pergunta: “Como as plataformas digitais, mídias sociais, aplicativos e inteligência artificial reproduzem (e intensificam) o racismo nas sociedades?”

O artigo também fala de chamadas “microagressões”,  “ofensas verbais, comportamentais e ambientais comuns, sejam intencionais ou não intencionais, que comunicam desrespeito e insultos hostis, depreciativos ou negativos contra pessoas de cor” (Sue, 2010a, p. 29). São expressões, consciente ou não, usadas para manter “aqueles à margem racial em seus lugares” e que mostram como o racismo é sistemático em nossa sociedade. No texto, o pesquisador identifica sete tipos dessas microagressões: Suposição de Criminalidade; Negação de Realidades Raciais/Democracia Racial; Suposição de Inferioridade Intelectual; Patologização de Valores Culturais; Exotização; Estrangeiro na Própria Terra / Negação de Cidadania; Exclusão ou Isolamento.

Outro tema em voga na discussão sobre racismo e plataformas digitais são as tecnologias baseadas em inteligência artificial para ordenação e vigilância de cidadãos no espaço público. Conhecidas como “tecnologias de reconhecimento facial”, elas ganharam mercado nos últimos anos tanto a partir do lobby das big techs quanto pelo avanço de ideologias de extrema-direita. Por conta disso, têm sido usadas (ou contratadas para serem) em polícias de diversos lugares, entre eles o Brasil; um estudo do Intervozes afirma que “dentre os 26 prefeitos de capitais empossados em janeiro de 2021, 17 apresentaram propostas que, de algum modo, preveem o uso das tecnologias de informação e comunicação na segurança pública”. Publicamos em nossas redes uma notícia da Folha de S. Paulo nesta semana que conta que 20 estados brasileiros, das cinco regiões do Brasil, utilizam ou estão implementando a tecnologia de reconhecimento facial na segurança pública local. 

Na Linha do Tempo citada há diversos casos de erros dessas tecnologias. Há, por exemplo, situações em que os sistemas de reconhecimento facial da Amazon e da IBM erram mais em imagens de mulheres negras, assim como sistemas de biometria visual costumam falhar de 10 a 100 vezes mais com imagens de pessoas negras ou asiáticas. Por conta dessas falhas que ajudam a perpetuar o racismo algorítmico, pesquisadores têm defendido o seu banimento; nos Estados Unidos, há decisões como a de Minneapolis, cidade onde Geroge Floy foi morto, onde Câmara Municipal vetou o uso da tecnologia pela polícia, por sinais de que a I.A. é tendenciosa contra negros e outros grupos raciais. Na Europa, o Comitê Europeu de Proteção de Dados (EDPB) e a Autoridade Europeia para a Proteção de Dados (EDPS), apresentaram opinião conjunta que sugere o banimento do reconhecimento de pessoas em espaços públicos.

Tarcízio recentemente participou do podcast Tecnopolítica em que conversou com Sueli Carneiro (e Sérgio Amadeu, âncora do podcast) sobre o tema, resgatando inclusive o questionamento à neutralidade da ciência moderna – Sueli lembrou de como a ciência tem origem racista, tendo por base um pensamento universal europeu colonizador que excluía os povos africanos e as diversas cosmologias ameríndias e asiáticas. 

O pesquisador também escreveu em seu blog sobre 10 razões para as tecnologias de reconhecimento facial serem banidas. Estão entre eles o reconhecimento facial e visão computacional são técnicas altamente imprecisas, em especial sobre pessoas racializadas; de como as tecnologias digitais vistas como “neutras” ou “objetivas” favorecem ainda mais excessos de policiais, e no espaço público pressupõe e fortalecem uma sociedade vigilantista. Também é fator para defender o banimento o fato de que não podemos pressupor boa-fé de corporações de tecnologia, como exemplifica casos como o impacto do Facebook no Brexit e nas eleições americanas, do extremismo digital no YouTube e do lobby da Google no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, entre muitos outros. 

No aspecto econômico, mesmo o custo-benefício para captura de condenados não justifica a coleta massiva, como exemplifica a milionária implementação de reconhecimento facial em Londres, onde bases reuniam fotos de mais de 2.400 suspeitos que geraram apenas 8 prisões. Dados proporcionais ainda piores foram reportados no Brasil, onde gigantesca infraestrutura de reconhecimento facial foi implementada na Micareta de Feira de Santana, Bahia, coletando e vulnerabilizando 1,3 milhões de rostos para o cumprimento de apenas 18 mandados.

Para debater o livro e os temas citados, Leonardo Foletto e Tatiana Balistieri, do BaixaCultura, conversam com Tarcízio Silva no dia 22 de julho, às 19h, no canal do Youtube do BaixaCultura, onde as outras charlas já estão disponíveis. Nas próximas semanas ela também vira podcast, que pode ser escutado aqui e nas principais plataformas de streaming. Essa é a última charla do ciclo de 2021 que discutiu diferentes perspectivas dos estudos das tecnologias de comunicação no Brasil e no mundo. 

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Você pode assistir aqui, em áudio e vídeo (YouTube).

]]> https://baixacultura.org/2021/07/14/baixacharla-8-racismo-algoritmico/feed/ 0 BaixaCultura seleciona assistente de pesquisa & comunicação https://baixacultura.org/2021/01/15/baixacultura-seleciona-assistente-de-pesquisa-comunicacao/ https://baixacultura.org/2021/01/15/baixacultura-seleciona-assistente-de-pesquisa-comunicacao/#comments Fri, 15 Jan 2021 14:15:36 +0000 https://baixacultura.org/?p=13335

Somos um LABORATÓRIO ONLINE que trabalha com documentação, pesquisa, formação e experimentação em cultura livre, contracultura digital e tecnopolítica criado em 2008. Somos um ponto da Rede de Produtoras Culturais Colaborativas, que atua nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país, e colaboramos com diversas redes e grupos  do Brasil e Ibero-América, como hackerspace Matehackers, LabHacker, Creative Commons Brasil, CCD POA, Ônibus Hacker, Café Reparo, Cultura Libre Facción, Encontro de Cultura Livre do Sul Global e Associação do Software Livre. Em 2020 fomos um dos indicados ao prêmio Frida na categoria Internet Livre e Aberta, entre mais de 500 projetos de cultura digital e ciberativismo da América Latina.

Para produzir os conteúdos inéditos no site, estudar e organizar para as oficinas, formações e experimentações diversas que realizamos, selecionar e publicar diariamente informações nas redes sociais, articular eventos, campanhas e encontros em prol da cultura e do conhecimento livre, são necessárias diversas horas por semana de trabalho, realizados pelo editor do site (Leonardo Foletto) e alguns colaboradores pontuais. Para aprimorar esse fluxo, estamos precisando de apoio de uma pessoa fixa, que vai trabalhar no auxílio à comunicação do BaixaCultura e na relação com seus parceiras/os, colaboradoras/es e demais pessoas, em torno do site (https://baixacultura.org). A pessoa selecionada dará apoio (não vai cuidar sozinha, claro) nos seguintes canais:

_ Twitter: http://www.twitter.com/baixacultura
_ Facebook: http://www.facebook.com/baixacultura
_ Instagram:https://instagram.com/baixacultura
_ YouTube: http://www.youtube.com/baixacultura
_ Canal de transmissão Telegram: https://t.me/baixacultura;
_ Apoia.se (financiamento coletivo): https://apoia.se/baixacultura
_ Newsletter mensal;

PERÍODO

Disponibilidade de cerca de 10h semanais. Trabalho remoto, pode ser realizado de qualquer lugar.

PERFIL ESPERADO:

_ Interesse e noções básicas do noticiário na área cultural em sua relação com as tecnologias digitais, o ativismo, a política das tecnologias e os direitos humanos na internet (direitos digitais);
_ Ter o costume de parar para respirar de vez em quando;
_ Ter bom relacionamento com pessoas e grupos e noções de interlocução com apoiadoras/es em financiamentos coletivos, recorrentes e pontuais;
_ Gostar de escutar tanto quanto (ou mais) do que falar;
_ Conhecer e saber usar redes sociais proprietárias (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube) e interesse em entender e usar redes sociais não proprietárias;
_ Desconfiar que a ação política está em todos os lugares, atos, pessoas e tecnologias;
_ Ter entendimentos básicas de produção e diagramação de newsletters e de publicação de conteúdos (textos, fotos, áudios e vídeos) em sites na internet via plataforma WordPress;
_ Ser curiosa/o em pesquisar aquilo que não tem certeza e humildade em assumir – e dizer – que não sabe;
_ Conhecer (ou ter interesse para se aprofundar) software, tecnologias e licenças livres – se usuário, melhor, mas não é obrigatório;
_ Assumir que tem preconceitos e ter disponibilidade para diminuí-los a partir da ação cotidiana anti racista e anti machista;
_ Estar cursando ou ter abandonado/cursado alguma faculdade (se comunicação melhor, mas podem ser outras);
_ Suspeitar que as tecnologias, todas elas, não são neutras;
_ Ter noções de design e algum conhecimento de programas de programação visual;
_ Intuir que existem outras formas de viver uma vida plena que não a que predomina hoje na sociedade ocidental capitalista;
_ Compreender o básico (para a leitura e escuta, eventualmente escrita e fala) em espanhol e inglês;
_ Respeitar a pandemia de coronavírus e jamais aglomerar enquanto não houver vacina;

REMUNERAÇÃO

R$500, com possibilidades do valor ser aumentado a partir do terceiro mês se novos projetos forem efetivados. Sabemos que o valor está longe do ideal, mas é o que um pequeno e aguerrido projeto como nós conseguimos pagar nesse momento. 

INTERESSADXS devem enviar um texto com uma breve análise do conteúdo e do site do BaixaCultura (https://baixacultura.org), do porquê gostaria de participar e um currículo breve e/ou portfólio para info@baixacultura.org. Até o dia 27 DE JANEIRO DE 2021.

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Os dilemas e as soluções das redes https://baixacultura.org/2020/10/20/os-dilemas-e-as-solucoes-das-redes/ https://baixacultura.org/2020/10/20/os-dilemas-e-as-solucoes-das-redes/#respond Tue, 20 Oct 2020 17:30:14 +0000 https://baixacultura.org/?p=13274

Foto: Reprodução/Documentário “Dilema das redes” – Netflix

Não se fala em outra coisa na bolha: o dilema das redes. Claro, também se fala em muitas outros assuntos no grupo de interação mais próximo nas redes sociais que convencionamos chamar de bolha, mas o fato é que “The Social Dilemma”, documentário de Jeff Orlowski estreado em setembro no Netflix e traduzido aqui como “O Dilema das Redes”, tem gerado debate. Tanto tem que já há uma série de textos, de diversas perspectivas e lugares distintos, que refletem sobre a nossa sociedade e as tecnologias, especialmente as redes sociais na internet, a partir do documentário. Por que será que se fala, se pensa e se escreve tanto desse dilema?

Há diversos fatores, e nos próximos parágrafos vamos resumir alguns deles a partir de quatro diferentes textos que abordam o filme. Gostando ou não, parece que o documentário tem conseguido, em primeiro lugar, reunir diferentes tópicos que nós aqui do BaixaCultura e inúmeros outros projetos, pessoas e organizações falam com frequência há pelo menos 10 anos: a manipulação/modulação que as redes sociais têm feito no comportamento de milhares de pessoas e a necessidade de entender e agir contra isso; a disseminação de informação falsa a partir das mesmas redes sociais e o efeito nefasto disso na sociedade e especialmente na política; a transformação da internet de um lugar libertário e descentralizado em um grande shopping center controlado por algumas poucas empresas gigantes; os aspectos políticos das tecnologias e o que elas podem ajudar a perpetuar se não forem transparentes e auditadas de modo coletivo; o desejo e os benefícios na saúde emocional (e também corporal) de sair das redes sociais, ou pelo menos limitar a “dieta da informação” na rede; entre outros fatores correlatos.

Em segundo lugar, o documentário parece ter embalado tudo isso em um produto audiovisual bem acabado para um público muito maior que do que até então tratava desses temas. Esse parece ser um mérito quase inquestionável do documentário: tornar um assunto de nicho, uma preocupação de pessoas que lidam com a tecnologia e suas implicações sociais, culturais, políticas, econômicas, num assunto popular presente em diversas rodas de discussão. É notório que o potencial de circulação que o Netflix traz, com seus quase 190 milhões de assinantes no mundo inteiro, tem papel central em tornar a preocupação outrora somente de ativistas em um debate global. O que pode vir daí – leis de regulação, mudanças de comportamento, novos projetos que buscam um “bem-estar digital”, etc – ainda é incógnita. Entretanto, podemos dizer: se o filme capturou um certo zeitgeist (espírito do tempo) dessa época de euforia e preocupação com as redes sociais online, ele também pode ajudar a fomentar iniciativas que possam mudar as regras do jogo tal como conhecemos hoje de dentro do sistema.

Na prática, e sendo talvez um tanto otimista e inocente, o documentário pode fomentar um cenário na sociedade civil de maior pressão para mais e melhores leis de regulação, já que essa parece ser uma receita cada vez mais retomada (porque proposta já há muito tempo) para cuidar dessa extrema liberdade que as big tech possuíram para construir seus impérios e criar o tal “dilema das redes” apresentado. Certamente há outras receitas para solucionar o dilema: a autonomia e a auto-organização da inteligência coletiva, a tomada dos meios de produção para a construção de tecnologias mais sensíveis e menos padronizadoras de comportamentos, o não esquecimento dos aspectos políticos, sociais e econômicos dos aparatos tecnológicos. Mas por enquanto mesmo anarquistas, centristas, comunistas ou liberais podem concordar que pelo menos algum tipo de regulação, fiscalização e ou controle para essas empresas pode ser desejável e inevitável.

Foto: Reprodução/Documentário “Dilema das redes” – Netflix

Vamos aos textos, seguindo a ordem em que foram publicados no Brasil. O primeiro é de Tatiana Dias, repórter e editora que cobre a área faz mais de 10 anos, publicado no The Intercept Brasil em 14 de setembro (de 2020). Como quase todos os textos posteriores (e esse nosso), há um reconhecimento dos méritos do documentário – ele “efetivamente desenhou o funcionamento dos algoritmos e da manipulação a que somos submetidos como ratos de laboratório” – e uma crítica à simplificação de alguns temas e ao que o filme escolhe ocultar. Há dois aspectos principais da crítica, que dizem respeito aos encaminhamentos propostos no documentário. O primeiro fala da escolha individual como uma solução para o “dilema das redes”.

“Não se trata de “escolher sair das redes”, mas de se opor a essa lógica e pressionar por regulação e transparência. Parece simples para um ex-executivo das big techs proibir o filho de ter qualquer contato com tecnologia (eles de fato fazem isso). Mas como falar isso para as crianças cada vez mais dependentes da tecnologia até mesmo para estudar num mundo que atravessa uma pandemia? Se os próprios governos usam essas plataformas para serviços públicos?”

O texto de Tatiana também aponta uma particularidade brasileira na questão do acesso. “O Facebook teve uma estratégia agressiva de expansão, com parcerias com empresas de telecom para oferecer acesso grátis aos seus serviços para a população de baixa renda. A pessoa contrata um plano de celular e leva o quê? Acesso ao Facebook, Insta e Zap de graça. Sem dados para outro tipo de navegação, para muita gente a internet se torna só isso. Criou-se um mercado do qual é praticamente impossível sair: as pessoas confundem internet com as interações que acontecem nessas plataformas, e toda a vida acontece ali.”

O segundo aspecto da crítica do texto publicado no The Intercept é a de que a solução para o tal dilema “não vai vir de centros para tecnologia humanizada em Stanford, mas de uma internet descentralizada e diversa por essência, feita por pessoas diferentes, baseada em outra lógica: redes comunitárias ou repositórios de conteúdos livres”, como apontamos aqui no BaixaCultura recentemente. “É um contrassenso”, afirma Tatiana, querer construir uma unidade ou senso de coletividade, ou mesmo ter uma conversa, se a plataforma naturalmente transforma um debate em uma rinha para lucrar com isso. Como também já sinalizamos aqui: o modelo de negócio de venda de dados e da economia de atenção, que ganha com o tempo que as pessoas passam em uma dada plataforma e a quantidade de interações (dados) produzidas, precisa ser alterado para que alguma mudança seja vista. Os esforços coletivos de construção de uma internet mais saudável são importantes, mas paliativos se esse problema estrutural não for atacado de alguma forma.

Foto: Reprodução/Documentário “Dilema das redes” – Netflix

Atacar esse problema estrutural é o que, precisamente, faz tanto o segundo quanto o terceiro aqui citado: respectivamente, “Não, as redes sociais não estão destruindo a civilização”, de Richard Seymour, e “ Não culpe as redes sociais, culpe o capitalismo“, de Paris Marx, ambos publicados na revista de esquerda Jacobin entre o final de setembro e o início de outubro – o segundo traduzido por Rafael Grohmann e Victor Wolffenbuttel, parceiro de muitos textos aqui. No primeiro texto, a crítica à “The Social Dilemma” é, primeiramente, irônica:

“Que mal as redes sociais podem fazer? Guerra civil! O fim da civilização como conhecemos! Esse é o veredito dos luminares renegados do Vale do Silício, reunidos no novo documentário da Netflix O Dilema das Redes (The Social Dilemma). Como o ex-empregado do Google, Tristan Harris coloca a questão, em um axioma bastante TED Talk, as redes sociais ameaçam dar um “xeque-mate na humanidade”. (…) Todos os vilões do techlash dos liberais estão aqui: fake news, ciberataque russo, ditadores estrangeiros, “atores ruins”, polarização política e adolescentes deprimidos. O Dilema das Redes põe um diretos de plataforma desiludido atrás do outro para entregar a mesma homília familiar, encenada através da história de fundo de uma família suburbana, que vive nos EUA, e vem sendo despedaçada pelo vício em redes sociais.”

E, depois, com viés marxista: “O que foi distorcido e tirado do lugar n’O Dilema das Redes para produzir esse pânico moral cinematográfico? O Capital. O documentário é bastante lúcido sobre os aspectos da indústria social e como ela funciona. Trata-se de “uma espécie de poder totalmente nova”. A indústria social não apenas nos monitora e nos manipula. Quanto mais nossas vidas sociais são gastas nestas plataformas, mais nossa vida social é programada.”

De uma perspectiva próxima, mas menos irônica, é o segundo texto publicado na Jacobin. Paris Marx fala do documentário como uma narrativa tecnodeterminista que acaba por inflar as capacidades de captura de dados e algoritmos e, assim, atribuir à tecnologia uma série de problemas que têm suas raízes nas condições sociais e econômicas mais fundamentais da sociedade moderna. Ao contrário do que normalmente se espera em uma narrativa tecnodeterminista, aqui a premissa básica é invertida: “Em vez da tecnologia tornar o mundo melhor, a maioria das pessoas do filme reconhece que coisas ruins estão acontecendo, mas dada a perspectiva que elas enxergam o mundo, o problema principal também deve ser tecnológico.”

Mesmo pessimista, a visão tecnodeterminista do documentário endossa a ideia do solucionismo tecnológico já abordada aqui: de que mais tecnologia vai resolver tudo, inclusive os próprios problemas causados pela tecnologia…Assim, Marx (o autor do texto) afirma que O Dilema das Redes exagera ao apontar que os efeitos negativos das redes sociais na sociedade são derivados apenas das plataformas que utilizam modelos de captura de dados e curadoria por algoritmos.

“Devemos acreditar que a polarização social é resultado do Facebook e não do fato de que a desigualdade de renda retrocedeu a níveis anteriores à Grande Depressão (e que possivelmente ficarão muito piores devido à pandemia)? Devemos acreditar que a desconfiança com as elites e com os políticos é fruto dos resultados de busca do Google, e não do fato de que o sistema político não está respondendo às necessidades da vasta maioria da população, enquanto o governo deixa a indústria se autorregular, acarretando em tragédias como o Boeing 737 MAX?”

A crítica de Marx na Jacobin chega a uma solução para o dilema das redes: destruir (ou modificar?) o capitalismo. Uma resposta, como se sabe, que é muito comum nos diagnósticos dos diversos problemas que acometem o mundo neste 2020, mas que, em alguns casos, pode paralisar diante do tamanho e da dificuldade da tarefa: será mesmo possível acabar com o capitalismo e salvar a internet? Felizmente Marx aponta alguns caminhos, próximos aos mencionados por Tatiana e por nós mesmos aqui no BaixaCultura: “precisamos reconhecer que a internet foi um produto de pesquisa e financiamento público. Para melhorá-la, talvez seja necessário retornar a uma estrutura não comercial, em que as empresas públicas possuam as infraestruturas-chave, as cooperativas operem uma variedade de plataformas com incentivos muito diferentes e sem fins lucrativos, e as pessoas comuns possam colaborar em novas ferramentas digitais sem que haja um imperativo comercial. Mas isso também exigirá mudanças nas estruturas políticas e econômicas mais amplas.”

Foto por Oladimeji Ajegbile em Pexels.com

Por fim, o quarto texto que trazemos aqui para tratar de “O Dilema das Redes” é de Clara Lage, filha do jornalista e conhecido teórico do jornalismo Nilson Lage, em seu blog Moinho. Matemática, pós doutoranda na École Polytechnique de Paris com trabalho com Otimização e Estatística, Clara também fala do “mérito técnico e da fácil compreensão” do documentário, que apresenta ex-engenheiros de altos cargos em grandes empresas de tecnologia, especialmente as GAFA (Google, Apple, Facebook, Amazon), que testemunham seus impasses éticos com seus antigos trabalhos. Nesse aspecto, ela traz uma observação interessante: “embora os engenheiros programem os algoritmos que regem as redes, eles não são capazes de prever seu comportamento quando apresentados à quantidade colossal de dados que recebem. Nesse ponto, a própria estrutura de funcionamento do chamado deep learning dificulta o diagnóstico sobre os efeitos sociais desses algoritmos. A consciência do potencial destrutivo dessa ferramenta chega pelas próprias consequências sociais e individuais, e a percepção negativa das empresas cresce à medida que esses problemas ganham notoriedade.”

Depois, Clara faz críticas políticas parecidas à dos textos anteriores sobre as escolhas do filme, a começar pelos próprios personagens ouvidos: “Ao priorizar ex-engenheiros (brancos e do norte global) que ajudaram a criar os tais aparatos tecnológicos, a impressão que deixa o documentário é de que a percepção do potencial danoso na atual configuração das grandes empresas de tecnologia é recente e que a descoberta parte essencialmente das próprias pessoas que criaram esses algoritmos”. Sabemos que não é uma descoberta recente: a luta por algoritmos/códigos transparentes remete pelo menos ao final dos anos 1970 com o software livre, citado por ela no texto, que há quase 40 anos vem falando que programas de computador – como certos bens culturais, e os comuns – não podem ser fechados e privatizados com vias de apenas explorar o lucro possível esquecendo sua função social como conhecimento produzido pela humanidade.

Clara cita a questão também a questão dos monopólios de comunicação e tecnologia, propulsionados pela desregulação neoliberal dos anos 1980, e que formam o caldo que resultaria na construção geopolítica da internet tal qual conhecemos hoje – e, bom retomar, criticada de modo quase pioneiro em “A Ideologia Californiana” de Barbrook & Cameron em 1995.

Por fim, o texto aponta para como é sintomático o fato de restar tão pouco tempo para a última parte, em que o documentário pretende desenvolver as soluções para o caos apresentado. “Sem um horizonte possivelmente mais utópico, mas mais instigante, de “softwares livres”, ou mesmo a esperança de um ambiente menos feudal para as redes – onde a terra é dividida entre gigantes – restam algumas palavras sobre regulamentação, mudança no bussiness model e importantes atitudes individuais, como desativar as notificações dos aplicativos”. É certo que não há horizontes fáceis e prontos para serem apontados, mas ao olhar para o passado poderíamos aprender a não apostar em um uma saída que não seja política e coletiva e a não esperar da tecnologia somente soluções mágicas e falsamente neutras.

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Um empurrão para sair das redes sociais https://baixacultura.org/2019/08/22/um-empurrao-para-sair-das-redes-sociais/ https://baixacultura.org/2019/08/22/um-empurrao-para-sair-das-redes-sociais/#comments Thu, 22 Aug 2019 13:29:52 +0000 https://baixacultura.org/?p=12932

Quantas horas você passa no celular por dia? Ver, ler, publicar, comentar, curtir e compartilhar nas redes sociais, e nos respectivos aplicativos nos dispositivos móveis, ocupam hoje em dia uma grande parte de nosso tempo. Seja do primeiro artefato que olhamos ao abrir os olhos ao último que levamos para nossas camas antes de dormir, nossos olhos estão sempre voltados para alguma tela. São aproximadamente 9 horas por dia para o brasileiro médio, geralmente dedicadas a alimentar redes sociais ou responder mensagens. Por meio de mecanismos que sequestram nossa atenção e moldam nosso conteúdo para ficarmos o máximo de tempo possível por lá, sofremos uma epidemia de procrastinações e ansiedades fabricadas por esse modelo. O quanto estaríamos perdendo fora destas plataformas? É realmente possível se relacionar sem uma rede social? Neste texto, Victor Veloso relata o que descobriu pensando nestas questões e, por fim, excluindo seu Facebook. É um empurrãozinho para os que possuem esse desejo mas não encontram motivos para fazê-lo.

Victor Veloso é atualmente mestrando em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo. Fez parte da equipe de Direitos Digitais no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), no qual esteve envolvido com tópicos de privacidade, transparência de algoritmos e acesso a Internet. Estuda atualmente a guerra cibernética entre Estados Unidos e China pelo controle da Internet e escreve no blog/Medium Pílula Tecnológica.

 

Se você já pensou em excluir suas redes sociais, aqui vai um empurrãozinho
Victor Veloso

Esse texto não é apenas a resenha de um livro. Ele também é um desabafo. É o resultado de um caminho mental que percorri com uma ideia gestada já há alguns anos. Desde que iniciei meus estudos sobre as relações entre tecnologia e sociedade, a parte que percebi quase onipresente na maioria dos debates contemporâneos foi referente a proteção de nossa privacidade em plataformas na internet, principalmente as redes sociais.

Ao conhecer o lado nocivo das transformações que o modelo de negócios e estratégias utilizadas por estas marcas trazia, o caminho natural seria de deleta-las. Afinal, ao tomar conhecimento das consequências de nossas ações, pode ser o suficiente para guiarmos as mesmas em outra direção, certo? Porém, foi mais complicado do que eu pensei.

Eu vivi nestes anos uma sensação estranha que algo além dessa parte racional agia sobre mim e me impedia de não utilizar essas plataformas. Era mais visível em alguns comportamentos e sentimentos que, analisados de maneira fria, eu achava bizarros. Exemplos:

  • Sentir que estar fora dessas plataformas me faria estar por fora da maioria das interações sociais. Provavelmente nunca teria o contato profissional dos sonhos ou não encontraria/manteria viva aquela amizade que estará por perto nos momentos mais necessários. Tudo isto só seria alcançado caso eu estivesse dentro destas redes. E quanto mais estas situações não aconteciam por esse meio, mais estranha minha presença se tornava ali.
  • Havia também a presença de um comportamento compulsivo de checagem constante das redes, em qualquer momento de tédio ou para procrastinar tudo. Um sequestro constante de minha atenção para um conteúdo raso e repetitivo, mas que me mantinha distraído por horas. Horas que poderiam ser voltadas para leitura de um bom livro, para escrita de um texto como esse, para atividades físicas e contato presencial com outras pessoas. (Eu me sentia em uma cena de um filme de terror e ficção científica quando havia um momento em que, numa reunião da família ou amigos, imperava um silêncio generalizado com todos mexendo em seus celulares).
  • Mas acho que o sentimento mais grave, que se associa a distopia constante do noticiário, é o de descolamento com outras realidades, as quais não mostravam sombra na minha timeline. Por meio das bolhas que a rede formava, a empatia pareceria mais uma exceção do que a regra em nossas comunidades. Era desesperador conversar com alguém de outra bolha, eu não entendendo nada do que ela falava e vice-versa, aparentemente. Um ambiente tóxico, que exalava competitividade por um suposto estrelato e evidência que a plataforma pode te oferecer e inundava-se de discursos de ódio e desinformação. A frustração por continuar a utilizar o produto de uma empresa que lucrava com o caos me confundia mais ainda.

Se você já alguma vez teve sensações parecidas e sentiu a mesma culpa pela improdutividade ou o mesmo desespero pela insanidade dos tempos atuais, aqui vai uma boa notícia: Talvez a culpa não seja sua. E talvez esse ambiente digital que você vive todos os dias esteja projetado para outros interesses do que para um convívio saudável. Leia esse texto como um empurrãozinho para experimentar uma dinâmica diferente de suas relações. Se você está feliz com essas plataformas, as reflexões deste texto podem te ajudar a mudar de ideia.

Sendo assim, aqui vai o meu desabafo.

(E também, uma breve resenha do livro 10 Argumentos para você deletar agora suas redes sociais, do tecnológo Jaron Lanier, que explora as estratégias obscuras das empresas do Vale do Sílicio e consequências do uso destas redes em nossas vidas. Se gostar deste texto, vale a leitura do livro)

Porque o Facebook é de graça?

Acho que a melhor resposta para essa pergunta seja contando a mentira implícita nela. É impossível que uma empresa bilionária, com valores que rondam a casa do 500 bilhões de dólares, esteja oferecendo algo ‘de graça’. E qual seria essa fórmula tão inovadora pra lucrar oferecendo algo sem custo? Bem, na verdade, o modelo de negócios do Facebook, como de qualquer outra rede social, não é novo.

Por mais que seja hoje um dos espaços de mídia que recebe mais atenção, a receita pro sucesso é mais antiga que as plataformas. Explorar comercialmente, por meio de anúncios, a atenção de uma audiência, geralmente atraída por entretenimento, já era algo utilizado pela televisão e pelo jornal há décadas. Entretanto, diferente de seus antecessores, o valor destas novas plataformas não recai em seu conteúdo e nas interações que os consumidores do conteúdo possuem. As interações que nós usuários temos entre nós e com a plataforma permite a estas empresas conhecerem nossos hábitos e prever nossos comportamentos. Mas para que isso serviria?

A obsessão no passado das agências de publicidade sempre foi a busca de uma mensagem que tocasse a maior parcela possível de uma população. Afinal, quanto mais afetados, maior o sucesso da propaganda. Tendo em vista nossas individualidades, o desafio seria superar as experiências subjetivas que cada um de nós possuímos, muito em parte do recorte social que participamos. Para complicar mais ainda, somam-se todas estas influências com nossa vivência individual. Como criar uma mensagem tão complexa que abranger tanto assim?

Com a passagem de nossa atenção da tela da TV para o smartphone, a busca se tornou quase oposta. Ao invés de abrangência, se buscava especificidade na transmissão da mensagem. Afinal, é mais efetivo que se encontre o cliente certo para o seu produto do que o seu produto ser encontrado pelo cliente certo.

Essa especificidade só foi possível por um fato novo que a migração para as plataformas digitais abriu: O poder de rastrear toda e qualquer ação de qualquer usuário ou usuária, estando ele dentro ou fora da plataforma. Poder este, claro, consentido pelo usuário à plataforma pela leitura rigorosa e atenta dos termos de uso que todo bom cidadão digital faz e da qual nem eu (e muito provavelmente você também) não faz parte.

Quando agregamos dos elementos mais explícitos, como, idade, gênero ou região, aos mais pequenos detalhes, como horário de uso da plataforma, tempo de leitura das publicações, termos escritos em comentários e publicações e até conversas privadas, é possível construir um gigantesco banco de informações, individual e coletivo, para a companhia.

(Ainda que fosse relevante falar sobre a quantidade e a variedade de dados que são coletados, isto ocuparia muito espaço. Se você nunca se preocupou com isso e quer tomar um susto, eu recomendo este, este e este link. E um aviso: A paranoia só cresce depois de um tempo)

Se algum momento você se sentiu familiarizado com essa conversa, deve estar esperando o famoso “Se você não paga, você é o produto’’. Este texto gostaria de ir um pouco mais longe. Você não está apenas entregando sua privacidade em troca de um serviço. Você está se sujeitando a uma máquina de manipulação comportamental, que está aos poucos deixando seu livre arbítrio de lado.

Viciar para manipular

A entrega de dados pessoais em troca de serviços não parece ser, à primeira vista, uma relação perigosa. Porque dar meu CPF, que não serve para nada no meu dia a dia, para um desconto na farmácia possa ser algo ruim? Na verdade, os prejuízos podem ser bem maiores que um desconto em seu desodorante favorito.

Incluindo a já citada coleta, o tratamento de dados na era digital também assumiu outro patamar. Além da grande quantidade e variedade, é possível fazer cruzamentos entre diferentes bases, encontrando relações que achávamos antes impossíveis. Imagine-se há algumas décadas atrás, fuçando em um baú velho com álbuns de fotos de família. Se você encontrasse uma foto de seu tio com um copo de cerveja na mão em uma festa no bar, sua reação provavelmente seria apenas rir das roupas e cabelos usados por aquele pessoal naquela época. Porém, na Internet isso é diferente.

A mesma foto postada em um álbum de qualquer rede pode ser escaneada, identificando o rosto de seu tio, o copo e vendo a localização de onde a foto foi tirada. Isso é muito interessante para companhias de seguro, já quem frequenta bares e bebe pode tanto morrer mais rápido quanto tem mais chances de bater o carro. Já imaginou uma seguradora entrando na sua casa, revirando seu baú de fotos até achar uma foto comprovando que seu tio bebe? É mais ou menos isso que acontece. Seria justo que hábitos tão íntimos possam ser expostos para outros agentes desta forma? Nossa privacidade tem preço?

Pode até ser justo, dadas algumas condições, mas essa discussão pode ficar para outro texto. Voltando pra bizarrice, a estratégia mais sci-fi destas plataformas está no chamado “behaviorismo”, uma área de pesquisa da psicologia que tem como principio geral o “aprendizado por reforço”. Ou seja, é possível educar (ou adestrar) alguém por meio de incentivos e recompensas para as ações que o educador considere corretas. É o petisco do cachorro quando ele faz o truque certo.

No caso das redes sociais, o petisco não é na barriga e sim no seu ego. Nossa expectativa nestas redes é de que ao nos expressarmos, teremos atenção de alguma maneira, seja por likes, comentários ou compartilhamentos de sua publicação. Há uma razão para sua foto de perfil nova ficar em evidência no newsfeed de seus amigos assim que você a troca: a sua expectativa de afagos e de aprovação social é a maior naquele momento. E faz com que a cada retorno seu a plataforma seja com a expectativa de mais likes e mais comentários sobre você surjam. Uma microdose de prazer é recebida pelo seu sistema nervoso. Nada melhor do que sua expectativa casando com a realidade.

Essa estratégia de manipular desejos é apenas uma das diversas feitas para literalmente viciar você nestas aplicações. A ótima reportagem da revista 1843, parte da The Economist, conta a história e traz outras estratégias como essas. Dela, cabe destacar uma citação que resume bem o modus operandi dessa artimanha (também destacada pelo engenhoso Podcast Tecnocracia):

“Não vamos nos distrair pelas nebulosas e impossíveis coisas de se observar como pensamentos e sentimentos, mas focar simplesmente em como o ambiente onde o usuário está inserido influencia o que ele faz. Entenda a caixa e você entenderá o comportamento. Crie a caixa certa e você controlará o comportamento”

Importante também entender que essa “caixa certa” é construída especialmente pra você. O algoritmo da plataforma não funciona de forma uniforme para todos. É dessa forma que o meu feed pode parecer muito diferente do seu ou do que uma pessoa de outra parte do complexo tecido social. A caixa possui, entre muitos, dois alicerces que gostaria de explorar: Manter e Engajar.

Manter é o que nós podemos traduzir como aquele constante reflexo de bater a mão nos bolsos para ver se o celular está vibrando ou checar o celular ao acordar de madrugada. Um tipo específico de ansiedade, presente em pelo menos metade dos usuários. Tem nome: Fear of Missing Out (Medo de estar por fora, na sigla em inglês FOMO). É a sensação de estar perdendo o próximo meme, a notícia bombástica ou a próxima vaga de emprego, somada a curiosidade de algum like, comentário ou mensagem, esperando a próxima dose de dopamina. A ansiedade e a tensão por estar fora desses meios apenas cresce, sendo quase inevitável não acessarmos o celular a toda hora.

Estando na plataforma, entram estratégias muito ligadas a indústria dos jogos de azar. Puxe a alavanca. Espere pelo prêmio. Puxe seu feed para baixo. Espere por conteúdo personalizado por você ou atenção em forma de interações na plataforma. O feed interminável também dá a impressão de existe algo para ser descoberta, já que o conteúdo da plataforma é produzido em escala massiva pelos próprios usuários, também presos pelas mesmas armadilhas.

Engajar é manter essa máquina girando. É manter os usuários produzindo mais interações, reagindo, comentando e compartilhando. Há, porém, dois tipos de conteúdo que engajam de forma mais efetiva o usuário do que o comum: o medo e o ódio. São sentimentos que apelam ao nosso lado animalesco de autoproteção e sobrevivência. Nossa hiperexposição a publicações como essas tem nos feito reagir exatamente da mesma forma.

Não que o engajamento feito desta maneira seja exclusivamente culpa da plataforma. Estudos em psicologia social tem indicado que há dois comportamentos que geralmente tendemos a seguir: o de lobo solitário e ou de alcateia. Os dois estão presentes em nós, podendo ser acessados e expressos, porém apenas um tem espaço por vez que pensamos e agimos.

Quando estamos como lobos, temos mais espaço para pensar, criar e improvisar. Existem maior cautela por falta de proteção, mas também maior liberdade para tomada de decisão. Quando estamos em alcateia, isso muda. Estar conectado e fazer parte do grupo ganha mais importância, podendo até superar a realidade objetiva que se apresenta para nós. Experimente colocar o espírito de alcateia em uma estrutura hierárquica e competitiva, como por exemplo em uma grande corporação, e observe para onde vai o senso de empatia e solidariedade dos indivíduos dali.

Nós não escolhemos estar em uma alcateia no mundo digital. O algoritmo que faz a curadoria da informação que escolheu por nós. E por isso sua linha do tempo está abarrotada com gente que concorda com você ou que pelo menos te provoca a ponto de você de ligar o modo textão. É um equilíbrio tênue, “não te provocar tanto para que você não abandone a plataforma de vez”, mas que pode ser muito efetivo para que você continue se engajando e provocando outros usuários também.

São estes alguns dos mecanismos que nos promovem horas de distração ininterruptas. No Brasil, a média é de mais de 3 horas em redes sociais e 9 horas na internet por dia. É mais do que a média global nas duas categorias. Estamos no foco de uma epidemia de distração, acompanhada de uma ansiedade e tensão generalizadas. Quem está ganhando com isso?

Manipular para vender (e algumas desilusões)

Voltando ao exemplo da “caixa certa”, novamente destaco que estas estratégias são utilizadas para todos, porém não de maneira uniforme. Indivíduos podem ter reações diferentes a estímulos iguais, da mesma forma que estímulos diferentes podem chegar a um mesmo resultado.

O algoritmo funciona da mesma forma. Ele se adapta a maneira que você responde ao estímulos oferecidos por ele. O “petisco’’ dado a você não funciona de primeira? Tudo bem, vamos mudar de agrado. Não funcionou novamente? Vamos ver com quem você está trocando mais mensagens em sua lista de contatos usando um aplicativo da mesma companhia. Que interesses estas pessoas possuem? Será que se eu recorrer aos milhões de parceiros comerciais que compartilham seus dados comigo, eu posso ter alguma ideia?

Neste ritmo de tentativa e erro, a plataforma alguma hora acertará. Seja por você ter ficado um minuto ou dois a mais na plataforma, reagido a um outro compartilhamento, acessado mais de uma vez ao dia, não importa. Esse será o caminho a ser seguido e novos testes serão feitos.

Com cada nova descoberta, uma teoria individual de como você funciona dentro da rede é criada. É dada luz a quais cordas o algoritmo precisa puxar para que você se movimente da maneira que ele queira. Quem define essa maneira são todos aqueles que alugam essa máquina. Nesse instante, o algoritmo age além do Manter e Engajar. Ele assume o papel que o contratante quiser. Os testes agora se voltaram para entender que conteúdo e sentimentos são necessários para os objetivos designados por quem está pagando. E daqui que comportamentos não tão éticos podem surgir.

Saber seu ciclo menstrual para te incentivar a comprar artigos de moda? Claro! Explorar a vulnerabilidade emocional de jovens com depressão para uma apresentação para um banco? Com certeza! Negligenciar o vazamento de dados de 87 milhões de pessoas para propaganda de desinformação direcionada de uma das eleições mais importantes do século? Sim!

Foram estes e muitos outros escândalos que aos poucos tiraram, para mim, a casca de inovação e solucionismo mágico que o Vale do Silício sempre utilizou como trunfo. Foi um processo lento, que acompanhou muitas desilusões até que esse texto saísse. O primeiro deles foi o “engajamento” e a participação social que as redes promoveram. Fiquei encantando em como estas redes estavam sendo utilizadas no começo da década com as revoluções que aconteciam em países do Oriente Médio, a chamada Primavera Árabe. Junho de 2013, então, era quase um “agora é nossa vez’’ aqui no Brasil. Triste pensar no caos político que esses movimentos desembocaram e que parecem sem horizonte para terminar.

A verdade é que não importa o quão importante e interessante uma comunidade possa se tornar, sempre haverá um trabalho para que seus membros e antagonistas entrem em modo alcateia. A polarização é sempre lucrativa nesse contexto. Um dos exemplos mais interessantes que Lanier traz em seu livro é sobre o Black Lives Matter, movimento que denuncia os abusos de autoridades policiais contra jovens negras e negros nos Estados Unidos.

Enquanto todo aquele movimento crescia de maneira orgânica, tudo era estudado, armazenado e compreendido. Aos poucos, toda arquitetura que poderia trazer maias “engajamento’’ era construída e adaptada para novas identidades que se formavam a partir dali. Como criar narrativas que pudessem estimular o uso da rede dos que poderiam concordar com o movimento? Como engajar os que tinham a propensão de serem contra?

No Brasil, não foi diferente. Se daqui a 50 anos te pedirem uma foto para traduzir o que foi a eleição de 2018 em nosso país, eu recomendaria a mosrada abaixo. Ela é o estudo produzido pelo Oxford Internet Institute das interações e consumo de notícias de usuários no Twitter um mês antes do primeiro turno eleição.

Pare por um momento e observe o abismo entre uma massa de convertidos que essa imagem representa. Todas as bolinhas azuis e verdes estão sendo alimentadas por um contexto próprio, que transmite e reafirma um contexto negativo do qual o outro lado faz parte. O diálogo e a política se tornam quase impossíveis dessa maneira. Não importa o que você diga, a mensagem chegará ao outro lado fora de contexto, provavelmente adaptada ao que a algoritmo possa achar de mais interessante para o “engajamento’’.

Se, em um exercício hipotético, pudéssemos pinçar alguém de uma bolha e jogar em outra, essa pessoa provavelmente seria estraçalhada. Talvez por humanos. E talvez por robôs. E, novamente, eu não gostaria de esse texto ficasse mais longo do que está, então recomendo a seleção de leituras que o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio fez para entender essa questão.

É claro, existem ótimos grupos e páginas em redes sociais, com bom conteúdo e que fugiam do que geralmente se via na plataforma. Muitas vezes, esses bons grupos sofriam com ataques de robôs e trolls, que sem uma moderação dedicada, faziam com o que grupo morresse. Mas grande parte sobreviveu e eles foram por muito tempo um motivo de estar no Facebook. Porém, essa conta parou de fechar. A balança de prejuízos ficou muito grande.

Esse texto é uma contribuição para aqueles que, assim como eu, já tiveram a vontade de se livrar de suas redes. Não é uma tarefa fácil, por tudo que escrevi acima. Mas se você tiver a mesma vontade, aproveito o momento e exclua as redes que você participa. E, se achar interessante, espalhe este texto por aí antes de fazer isso também. Nunca se sabe se quem está próximo de você pode precisar desse empurrãozinho.

PS: Aqui vão algumas dicas

Uma das grandes funcionalidades que as redes proporcionam é a facilidade agregar conteúdos e conhecer novidades. Pra muita gente, o FOMO maior vem daí, de perder todo um conteúdo que você acompanha com frequência. Pra contornar essa situação, aqui vão algumas dicas:

Podcasts – São uma ótima forma de absorver conteúdo, principalmente se você é uma pessoa que se desloca diariamente para o trabalho ou estudo. É ótimo também caso você tenha preguiça de lavar a louça. Para acessa-los, baixe um agregador de podcasts na sua loja virtual.

Newsletters – É uma ótima ferramenta para acompanhar notícias da mídia tradicional ou independente. Quase todo site deste tipo tem. Tem alguns também com conteúdos próprios, como o Canal Meio, que todo dia envia um resumo de tudo que você precisa saber no dia, e o Brasil Real Oficial, que faz um resumo semanal das principais decisões do diário oficial da união, além da nossa, feita em parceria com a CCD POA, onde quinzenalmente te mostramos o que de mais interessante ocorre no mundo da tecnopolítica e da cultura livre. Profissionalmente, muitas empresas também possuem newsletters sobre suas atividades e vagas. Vale a pena se inscrever nestas

Este (e outros) sites – Se você gostou deste texto e gostaria de conteúdos que fossem interessantes e mais densos para você, por que não valorizar o trampo de quem toma um tempo pra fazer esse conteúdo pra você? Se você se interessa por temas sobre tecnopolítica e cultura livre, experimente também nos apoiar em nosso financiamento recorrente; a partir de R$5 você já ajuda o BaixaCultura a semanter e pode ganhar diversas recompensas. Se te interessa tecnologia e sociedade, o Pílula Tecnológica pode ser também um conteúdo interessante pra você

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