curadoria de informação – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Thu, 26 Nov 2020 20:08:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg curadoria de informação – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Insurreição Popular e tecnopolítica para Cineclubes https://baixacultura.org/2020/11/26/insurreicao-popular-tecnopolitica-e-contracultura-digital-para-cineclubes/ https://baixacultura.org/2020/11/26/insurreicao-popular-tecnopolitica-e-contracultura-digital-para-cineclubes/#respond Thu, 26 Nov 2020 20:08:54 +0000 https://baixacultura.org/?p=13287

Você sabia que existe uma escola de audiovisual pública com vários cursos gratuitos de formação na área, entre eles um de cineclubistas? Também não sabíamos, até conhecer a Vila das Artes, ligado à Secretaria de Cultura de Fortaleza, no Ceará. Ainda ano passado, fomos convidados a participar de um evento aberto ao público realizado pela escola, mas devido a diversos contratempos não conseguimos.

Nesse ano, com a pandemia a nos mostrar as possibilidades expandidas de participação remotas, conseguimos estar presente no curso de Formação de Cineclubistas e Exibidores Independentes. Foram seis horas de um curso/disciplina que, com a sugestão da secretaria da escola, chamamos de “Insurreição Popular: Tecnopolítica e ContraCultura Digital para Cineclubes“. Nela, fizemos um resgate da cultura livre e de uma certa contracultura tecnopolítica para discutir desde a propriedade intelectual e a história de alguns aparatos técnicos de exibição de cinema e vídeo até as formas livres de produção e circulação de bens culturais. Com um público muito diverso, gente de Fortaleza mas também do interior do Ceará, Bahia e Santa Catarina – possibilidades que o online permite.

Na primeira aula, o percurso foi guiado pela pergunta: “Como chegamos até aqui?”. Depois da apresentação de todxs e da disciplina, tentamos responder a esta pergunta nos debruçando sobre a história dos aparatos tecnopolíticos de acesso, produção, distribuição e exibição de filmes: cinema, vídeos, televisão; até chegar a internet. Aqui está a apresentação que guiou essa fala.

Na segunda, chegamos nos softwares e nos computadores para falar de software e cultura livre. Voltamos ao século XVII para falar das origens capitalistas e liberais da propriedade intelectual (copyright e direito do autor), para então comentar sobre práticas anti-copyright no século XX – Dada, Detournament, Rap, sampler, etc – chegando ao copyleft e as licenças livres, Creative Commons, ArteLibre e outras licenças, comentadas a partir dessa apresentação.

Por fim, falamos de Cultura P2P e Contracultura digital a partir da internet: formas de circulação e distribuição de filmes na internet, compartilhamento de arquivos, download livre e pirataria, tecnopolítica e ciberativismo do conhecimento livre, entre outros temas correlatos que dizem respeito à questões de hoje e que tiveram como guia essa apresentação.

Os vídeos das três aulas estão logo abaixo. Foram editados para ressaltar a parte do conteúdo, cortando algumas apresentações e pausas comuns em um processo dialógico de sala de aula (mesmo online). Logo abaixo estão algumas das referências básicas usadas, todas elas disponíveis na Biblioteca do Comum, projeto que mantemos junto com o Instituto Intersaber para a disponibilização livre para download de obras ligadas à cultura livre, agroecologia, bens comuns, tecnopolítica, ciência cidadã, educação expandida, tecnologias sociais, entre outros temas.

REFERÊNCIAS (principais)

BELISÁRIO, A; TARIN, B (Org.). Copyfight: Pirataria & Cultura Livre. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2012. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/39

COHN, Sérgio. SAVAZONI, Rodrigo (org.). Cultura Digital.br. Rio de Janeiro; Azougue, 2009. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/40

FCFORUM. Cultura libre digital. Nociones básicas para defender lo que es de todxs. Barcelona; Icaria Editorial, 2012. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/47

STALLMAN, Richard. Software libre para una sociedad livre (trad. principal aron Rowan, Diego Sanz Paratcha y Laura Trinidad). Madrid; Traficante de Sueños, 2004. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/48

GARCÍA GAGO, Santiago (org.) 10 Mitos sobre la cultura libre y el acceso abierto al conocimiento. Guatemala; Radialistas.net, 2014. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/45

LESSIG, Lawrence. Cultura livre: Como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade. São Paulo, Editora Trama Universitário, 2005. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/47

VVAA. Copyleft: manual de uso. Madrid; Traficante de Sueños, 2006. http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/2

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Compartilhando processos: sobre como fazemos e nos sustentamos https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/ https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/#respond Wed, 22 May 2019 15:58:04 +0000 https://baixacultura.org/?p=12832

Vocês talvez já devam ter ouvido falar do termo “Curadoria de informação“, ou “curadoria de conteúdo”? Trata-se de selecionar, entre os 30 milhões de terabytes (e contando…) de dados na internet, aqueles que são mais importantes para diversos fins. O termo “curar” vem mais das artes, onde o curador é alguém que, por exemplo, organiza uma exposição e seleciona as obras de determinado artista (ou de várias) para alguma mostra.

Aqui no BaixaCultura nós fazemos diariamente curadoria de informação (humana) voltada à tecnopolítica, contracultura digital e cultura livre. Isso significa que, por trás das postagens que vocês acompanham todo dia nas redes sociais (em especial, no canal do Telegram, Facebook, Twitter e Instagram), há algumas horas semanais de leituras de notícias, ensaios, artigos, livros, escuta de podcasts e visualização de vídeos da internet para trazer para vocês aquilo que acreditamos ser o mais importante nas áreas que trabalhamos.

Toda segunda-feira, dedicamos algumas horas, geralmente pela manhã, para fazer o que chamamos de “ronda”: ler o que foi publicado nos veículos, perfis em redes sociais e selecionar notícias/ensaios/vídeos e artigos para trazer em nossas redes. Agendamos, então, em nossos canais, algumas publicações para toda semana com informações que chamamos, no jargão jornalístico, de “frias”, ou seja, que não dizem respeito a um fato que acabou de acontecer; indicações de textos mais cabeças para ler, sites com acervos livres incríveis, indicação de filme/vídeo a assistir, uma entrevista com alguma pessoa que tem o que dizer na área, entre outros tipos de conteúdos.

No decorrer da semana, todos os dias, geralmente pela manhã, depois do café/desayuno/pequeno almoço, atualizamos nossa “ronda” com informações recém publicadas e que são “quentes”, ou seja, que acabaram de sair e que tem relevância para ontem. Essas informações – geralmente matérias jornalísticas, artigos de opinião, anúncios de governos/empresas, etc – são lidas e preparadas para a a publicação: selecionamos um trecho que julgamos resumir a informação, ou uma declaração potente, editamos, pegamos o link e, então, publicamos em nossas redes. Nosso noticiário tecnopolítico global ultimamente tem sido tenso e pesado, por isso, para aliviar um pouco, costumamos lançar algumas informações mais “leves” – dicas de site, vídeos, entrevistas, livros, etc – entre as notícias “quentes”, geralmente mais nas sextas e nos finais de semana.

Nem sempre conseguimos publicar as informações no “calor da hora”, porque nosso mundo é vasto, as informações circulam muito rapidamente e não conseguimos estar em condições de acompanhar e publicar na hora. Mas, sinceramente, tudo bem; nosso objetivo não é ser o primeiro a noticiar, mas trazer uma informação mais confiável, apurada, de uma fonte comprovada, que vai dar um panorama mais amplo da situação. Raramente publicamos um tweet, por exemplo; mais provável que escolheremos a notícia que repercutiu esse tweet e deu mais outras informações de contexto.

“Tecnopolítica e Contracultura”, curso em fev de 2019

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Esse é o trabalho de Curadoria de informação que fazemos no BaixaCultura. Ele leva tempo: pelo menos 10h por semana ficamos lendo e selecionando informação para publicar em nossas redes. E esse é apenas um dos trabalhos que fazemos: há ainda, pelo menos, outras quatro frentes.

1) a produção de texos inéditos, geralmente análises (como “Ressaca da Internet, espírito do tempo“), relatos sobre eventos que partiticipamos (CryptoRave 2019) e oficinas e cursos que realizamos (Tecnopolítica e ContraCultura, Como documentar um projeto cultural), além da eventual edição e revisão de textos de colaboradores (como o “RSS para fugir dos algoritmos das redes sociais“, do Victor Wolffenbüttel). Escrever um texto inédito, pra nós, é um trabalho de pelo menos 5h: há a escrita propriamente dita, feita a partir de alguma ideia a guiar o texto (no caso das análises) ou de uma série de informações a ser relatadas (no caso dos eventos); a pesquisa de sites, links e outras referências que dêem base ou mostrem aquilo que estamos escrevendo; a finalização e revisão, onde, depois de algum tempo a deixar sem mexer o texto, relemos e cortamos ou acrescentamos alguma parte, além de pesquisar e inserir fotos e vídeos que dialoguem com a postagem. O trabalho de edição de textos de colaboradores geralmente inclui as duas últimas partes somente.

Organizando zines e recompensas, maio de 2019

2) A produção de eventos dentro da nossa temática, como os encontros da rede de cultura livre do sul global, que resultou em 2018 no Encontro de Cultura Livre do Sul, e cursos, oficinas, palestras, como os citados acima e outros que ocorrem por demanda. No caso dos eventos da rede, há o trabalho de organização e articulação, que inclui o envio de muitos e-mails, algumas videoconferências, outras horas pesquisando as iniciativas, tecnologias e projetos envolvidos; conversas diversas e assíncronas nos chats (geralmente usamos o Telegram e o Signal), aprovação e produção de artes gráficas, textos para convidar as iniciativas e organizar as metodologias de trabalho, revisão e publicação em páginas diversas. No caso das oficinas, cursos e palestras, há uma parte de tempo envolvida que é de difícil quantificação: a leitura de livros, sites, conversas com pessoas, on ou offline, que trazem informações novas ou ideias que podem agregar às temáticas que pesquisamos, por exemplo, não são dados quantificáveis porque aleatórios e ocasionais. Mas a sistematização dessas ideias, referências, práticas e fazeres em uma metodologia de ensino sim: são mais pelo menos 10 horas (de acordo com a oficina/palestra/curso) de escrita, pesquisa, conversas (com pessoas próximas, ou oficineirxs parceirxs) e organização de um material de apresentação que sirva de apoio e guia da oficina/curso/palestra.

3) a produção de zines e outros eventuais produtos no que chamamos de “Loja” aqui no site. Para a produção de nossas publicações artesanais (geralmente zines), costumamos selecionar os textos a partir das pesquisas já comentadas para a publicação das postagens, realização dos cursos ou da curadoria de informação. Há, então, a fase de edição, que consiste de pensar a publicação como um todo: se for mais de um texto (caso de La Remezcla, por exemplo), quais vão entrar na edição, ajustes nos artigos (se algum se referir a um fato já ocorrido, por exemplo, hay que atualizar), revisão e encomenda ou escrita de algum texto extra, como uma apresentação, introdução ou posfácio. Há, então, a definição do projeto gráfico, que é realizada a partir do diálogo constante entre editores de texto e de arte (geralmente aqui são duas pessoas envolvidas): envio de um esboço, aprovação, correção, revisão, diagramação final, revisão. Por fim, há a parte de produção gráfica: há que escolher os tipos de papéis usados, qual vai ser a tiragem, negociar preços e entregas se a opção for escolher alguma gráfica a fazer o serviço; organizar a impressão caseira por algumas horas se for produção caseira, como nossas parcerias com a Monstro dos Mares, o que inclui também compra de papel, manutenção da impressora, grampos, cola, tesoura, acabamentos diversos, trabalho feito por pessoas.

Depois desses processos vem o gargalo mais difícil: a distribuição. Que no nosso caso se dá: 1) recompensas de nossas campanhas e venda direta online, onde a entrega é pelos Correios; 2) livrarias parceiras, que vendem publicações alternativas mediante alguma porcentagem para elas nas vendas, caso da Livraria Taverna, em Porto Alegre, e no Ônibus Rizoma, em São Paulo; 3) feiras gráficas e de livros, onde já participamos com banca própria, mas ultimamente deixamos nosso material com alguma livraria/iniciativa parceira, caso da Monstro dos Mares ou da Chupa Manga, por aboluta falta de tempo e condições; 4) Há também a distribuição e venda quando realizamos alguma atividade, como cursos, oficinas e palestras, onde quase sempre levamos algumas publicações;

4) Por fim, e não menos importante, há o trabalho de produção de nossa Newsletter em parceria com a Casa da Cultura Digital Porto Alegre, quase sempre quinzenal, que se aproveita dos trabalhos anteriores de curadoria de informação e pesquisa, mas também requer um tempo de pelo menos 4h antes de seu envio para edição e escrita dos textos, além de uma pesquisa extra para buscar informação nova e a diagramação; e outras tarefas ocasionais, como ajustes técnicos em nossa página, resposta de e-mails (toda semana há alguns para responder, via info@baixacultura.org) e de comentários nas redes sociais; produção da campanha de financiamento no Apoia.se, o que inclui um diálogo constante (pelo menos semanal) com xs apoiadorxs; impressão de adesivos; participação em eventos na área; manutenção do servidor do site e e-mail, organização de backup de textos e fotos; e, ufa, outras tarefas eventuais que agora não lembramos mas que certamente existem!

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Por quê estamos comentando isso, aqui e agora?

Primeiro, para explicar, em detalhes, o que fazemos. É um trabalho diário e árduo manter uma mídia alternativa e um laboratório de cultura livre online em tempos de desinformação constante e grandes monopólios fechados de informação na rede. Fazemos porque amamos e porque consideramos importante – muita gente considera também. Mas requer tempo e esforço.

Segundo, porque estamos com 14 meses da campanha de financiamento contínuo. É lá que estamos buscando recursos para manter nosso trabalho e remunerar as horas dedicadas ao BaixaCultura realizando todas as tarefas já citadas. A partir de R$5 mensais, menos que uma cerveja, você já apoia a continuidade do nosso trabalho.

Terceiro, para dizer que, passado esse período, estamos nos reorganizando para alcançar novos públicos. Fizemos algumas pequenas alterações nas metas e recompensas de nossa campanha que convidamos vocês a olharem.

Quarto, e por fim, para avisar que estamos preparando novidades. Usar mais vídeos (alguém falou de youtuber?) grupos de apoio em redes sociais, novos zines. Queremos saber também de vocês: o que vocês tem achado de nossa campanha, do site, das redes sociais, dos cursos? Alguma sugestão de como ampliar nossa campanha de financiamento e/ou alcance de nossos conteúdos? Nos escreva!

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Notícias do front baixacultural (24) https://baixacultura.org/2011/09/09/noticias-do-front-baixacultural-24/ https://baixacultura.org/2011/09/09/noticias-do-front-baixacultural-24/#respond Fri, 09 Sep 2011 14:54:46 +0000 https://baixacultura.org/?p=5430

Não temos certeza se essa seção é de alguma serventia em tempos de fluxos de Twitter , Facebook e Google +. O certo é que gostamos de fazer esse serviço – que de alguma forma lembra o de “curadoria de informação”, termo e função importante nos dias de hoje – e registrá-lo aqui. Acompanhe.

Fundadores do The Pirate Bay criam novo site para compartilhamento de arquivos (Hardware, 31/08)

Um forte concorrente vai entrar na grande lista de comparação entre provedores de hospedagem de arquivos: o Bayfiles.  É o serviço de hospedagem de arquivos (one-click hosting) criado pelos criadores do cliente bittorrent Pirate Bay. O destaque é que não é necessário se registrar no serviço para subir  um arquivo – que pode ter até 250 MB para usuários não registrados.

O limite do tamanho dos arquivos pode aumentar para 500 MB se for feito cadastro, e para 5 GB se for assinante por 5 euros mensais, 25 por seis meses ou 45 por ano. Caso os arquivos infrinjam o DMCA, o serviço se compromete a deletá-los, e até bloquear a conta, em 14 dias após ser notificado extrajudicialmente. Há intenções de expandir o serviço para o de sincronização de arquivos pela “nuvem”, como o Dropbox.

O Bayfiles pode ser uma alternativa para diminuir o número de 200 mil usuários alvos de ações judiciais só nos Estados Unidos durante o ano passado. Gravadoras, estúdios de cinema e todo tipo de detentores de copyright tem lucrado loucamente com ameaças de processos contra usuários de torrents.

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Secretária do Ministério da Cultura entrega o cargo (Folha, 01/09)

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Marta Porto, entregou uma carta de demissão ao secretário executivo do ministério, Vitor Ortiz. Em solidariedade, a equipe inteira da secretaria, relacionada ao programa Cultura Viva e aos Pontos de Cultura, teria decidido sair. O MinC divulgou uma (pequeníssima) nota “explicativa” sobre o caso.

Segundo o blog do Rovai, a ministra Ana de Hollanda havia impedido Marta de representar o ministério em eventos e passou a não comparecer em solenidades da secretaria. O movimento Mobiliza Cultura lançou uma segunda carta aberta (a primeira foi lançada quatro meses atrás), chamada Pais Rico é País com Cultura, reinvidicando pontos não atendidos pela atual gestão. Resta saber (torcer?) quando Ana de Hollanda vai se juntar (ou por que ainda não se juntou) à lista dos quatro ministros que já caíram esse ano.

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Na Nova Zelândia, entra em vigor a lei Skynet (Twitter, 01/09)

Ela já estava dando as caras desde 2009, mas agora foi. Uma emenda na Lei de Copyright que pode multar em até 15 mil dólares quem baixar conteúdo protegido passou a valer nas duas ilhas cercadas pelo Oceano Pacífico. Com o carinhoso apelido de Skynet, ficou proibido o download de arquivos de filmes e de músicas (mesmo que de autoria própria) por serviços BitTorrent e P2P.

O funcionamento é da mesma forma que a Lei Sinde: avisam três vezes o usuário antes de darem-lhe um talagaço judicial. Se continuar, é intimado a se apresentar a ju$tiça. Cogita-se cortar a internet de quem reincidir. Vikram Kumar, o presidente-executivo da InternetNZ, empresa que coordena e promove a internet no país (uma espécie de CGI, só que privado, de lá), disse o seguinte: “usuários da internet tem que entender que compartilhamento de arquivos é agora muito arriscado e não vale a pena.” OI?

Um discurso quase igual ao de Tony Eaton, chefe da New Zealand Federation Against Copyright Theft (NZFACT) que considerou a lei “um passo importante para criar um ambiente legislativo mais robusto que incentive o investimento futuro em plataformas de distribuição digital de conteúdo protegido por copyright na Nova Zelândia.” Quem tá por trás da NZFACT é a sua criadora, a temida e onipresente MPAA, que fez até um ridículo site defendendo a emenda.

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Visitas de Pierre Levy e Julian Assange [este via videoconferência] (25/08 e 01/09)

Além de estar com Lawrence Lessig no dia 24 de agosto, Gilberto Gil também fez companhia ao filósofo francês Pierre Levy, que veio para o Oi Futuro Cabeça, realizado pela Aeroplano Editora. Com o tema “O poder da palavra na cibercultura”, Levy afirmou que a inteligência coletiva, o cérebro global já é uma realidade: a internet conectando as pessoas. E insistiu no conceito de web semântica, prevista para 2015. O encontro foi transmitido ao vivo e pode ser visto aqui.

O cara do Wikileaks, Julian Assange, também esteve (virtualmente) no Brasil, no evento Info Trends. Retido no interior da Inglaterra[leia esta entrevista de Assange na Trip] devido a um processo na justiça sueca, Assange falou sobre basicamente dez assuntos: Prisão domiciliar, Guantánamo, o The Guardian e a Rússia, o bloqueio financeiro a seu site, fontes, prisões, quando o segredo (de informações) se justifica, e concorrentes. Depois, respondeu a duas perguntas. A conversa não foi transmitida online  [pra quem não estava no evento, como nós], mas tu pode assisti-la na íntegra aqui.

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Festival CulturaDigitalBr está com chamada pública aberta até 30 de setembro (1/09)

O que era Fórum da Cultura Digital virou Festival CulturaDigital.Br, migrou de São Paulo (as duas primeiras edições foram realizadas na Cinemateca, como você vê aqui) para o Rio, no MAM (Museu de Arte Moderna) e no Cine Odeon, região central da antiga capital nacional, e de mês: vai acontecer agora de 2 a 4 de dezembro É possível se inscrever em quatro áreas (experiências de cultura digital, Mão na Massa, Visualidades e Encontros de Redes); assim que for confirmada a inscrição, seu projeto aparece para ser “apoiado” na página (linda por sinal) como um curtir do Facebook.

A votação do público impacta a escolha, mas não é decisiva. A curadoria coletiva vai avaliar cada projeto recebido e  analisar pontos complementares e comuns entre eles, para “orquestrar um conjunto final de programação, que contemple as diversas perspectivas da cultura digital”, segundo texto da página. Os selecionados terão sua ida ao Festival viabilizada pela organização, que arcará com os custos de transporte (até o Rio de Janeiro e de volta à cidade de origem) e hospedagem durante os dias do evento em quarto individual ou duplo de hotel. Alimentação e demais despesas ficam por conta do participante.

A realização do Festival continua com a Casa da Cultura Digital, parceira do Baixa desde um calorento relato de fevereiro do ano passado.

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Revista Select estreia novo site (Twitter, 6/09)

E finalmente saiu o novo site da Revista Select, o que significa que não vamos mais ter que piratear as edições e disponibilizá-las aqui no Baixa ou em qualquer outro lugar da rede, como falamos aqui. Todo o conteúdo da edição impressa está ali, pronto para ser consultado. Não perca a matéria sobre Escrita Não-Criativa com Mr.Goldsmith, vulgo @ubuweb (http://ow.ly/6mrPT) e Pelo Direito de Não Ser Original, seção em que somos humildemente citados.

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Crédito da foto: 1.

[Marcelo De Franceschi. Leonardo Foletto]

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