cuidados – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Thu, 29 Aug 2024 22:52:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg cuidados – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Cultura livre como liberdade positiva https://baixacultura.org/2024/08/29/cultura-livre-como-liberdade-positiva/ https://baixacultura.org/2024/08/29/cultura-livre-como-liberdade-positiva/#comments Thu, 29 Aug 2024 22:52:29 +0000 https://baixacultura.org/?p=15712 Traduzimos um texto que nos convida a refletir sobre um tema sempre importante por aqui: a cultura livre. Foi publicado em maio de 2024 por Mariana Fossati, socióloga uruguaia e ativista da cultura livre, parte do Ártica Online, parceiro deste espaço já há muitos anos. Ao final, fiz alguns comentários a respeito de pontos do texto, como a insuficiência do acesso à informação e aos bens culturais para garantir que todos os indivíduos e coletivos possam participar livre e igualmente na vida cultural; e a necessidade de uma política do cuidado dentro das comunidades e movimentos da cultura livre.

 

CULTURA LIVRE COMO LIBERDADE POSITIVA

 

Por Mariana Fossati, em Ártica Cultural
Tradução e adaptação: Leonardo Foletto

 

Como definimos liberdade quando falamos de cultura livre? Há algum tempo, escrevi que a cultura livre não é apenas uma filosofia, expressa em práticas concretas através das quais tornamos as nossas obras livres quando as compartilhamos. A cultura livre se expressa não só na ética de “compartilhar é bom”, mas também, de modo concreto, nas licenças que utilizamos, onde e como compartilhamos – e também no apoio a reformas progressivas dos direitos de autor. Gostaria agora de voltar à dimensão filosófica da liberdade na cultura livre, com a intenção de clarificar para que é que fazemos cultura livre e porque é que a defendemos.

Muitas vezes, ao longo da minha militância neste tema, senti que falo de uma coisa quando falo de cultura livre, enquanto os críticos falam de outra. Sobretudo os críticos “de esquerda” acusam aqueles que defendem a cultura livre de serem liberais, ou associam “cultura livre” a “mercado livre”. Durante muito tempo ri destas associações grosseiras, mas sinto que hoje, mais do que nunca, e sobretudo no conceito de cultura livre, a noção de liberdade deve ser reapropriada pelos movimentos de defesa dos direitos, para nos diferenciarmos claramente dos movimentos de direita autodenominados “libertários”.

Num artigo crítico aos libertários em seu blog, Rolando Astarita, [conhecido professor de economia argentino, estudioso do marxismo] fala da diferença entre liberdade negativa e liberdade positiva, no sentido proposto por Isaiah Berlin. A liberdade negativa é a possibilidade do indivíduo atuar sem interferência ou coerção, e é limitada pela liberdade dos outros e pela lei. A liberdade positiva é a capacidade real de exercer a autonomia e de se auto-realizar, o que depende não só de cada pessoa, mas também de condicionantes sociais. É por isso que Astarita entende que a tradição marxista enfatiza sobretudo a liberdade positiva. 

O artigo de Astaria me serve como inspiração para este post, porque a cultura livre pode ser entendida desde qualquer uma destas noções de liberdade. Creio, porém, que é necessário esclarecer onde colocamos nossa ênfase.

Se entendermos a cultura livre em termos de liberdade negativa, nos resta apenas a ideia de acesso sem interferência a qualquer recurso cultural ou de informação de que um indivíduo possa necessitar. Desde que esse acesso seja legal e que não afete os direitos de propriedade de terceiros. Daí a importância da licença (que é um contrato privado) e a ênfase no fato de cada indivíduo ser livre de conceder autorizações de acesso e utilização da sua obra (sua propriedade privada). As licenças livres funcionam com base numa renúncia a uma parte dos direitos de propriedade intelectual. É minha liberdade, enquanto proprietário, de renunciar a uma parte desses direitos. Já o acesso aberto é a liberdade de acessar e utilizar toda a propriedade intelectual que outras pessoas disponibilizaram de forma aberta, dentro dos limites da licença que escolheram. É um sistema aparentemente equilibrado que reafirma a tese de que a propriedade, a liberdade e um mínimo de regulação estatal que as garanta são suficientes.

Mas se a nossa compreensão termina aqui, estamos perdendo algo fundamental. O efeito prático deste tipo particular de renúncia de cada indivíduo a uma parte da sua propriedade intelectual produz uma contribuição para o bem comum intelectual. Este bem comum, no seu conjunto, constitui uma reserva de conhecimentos que já não é uma questão individual ou contratual entre particulares, mas que nos remete para uma dimensão social e coletiva. É a partir daqui que a noção de liberdade negativa fica aquém, ao passo que a liberdade positiva permite alargar o horizonte e nos conduzir a uma noção de cultura livre que acompanha a proteção e o reforço dos bens comuns, juntamente com uma expansão dos direitos sociais.

A cultura livre, em termos de liberdade positiva, é a ideia de que deve haver recursos culturais abundantes, acessíveis e plurais, para que todos os indivíduos e coletivos possam participar livre e igualmente na vida cultural. O ativismo da cultura livre não é apenas a defesa da propriedade e da liberdade individual, mas a procura ativa do alargamento do direito de acesso, utilização e participação na cultura a toda a sociedade. Isto inclui a democratização radical da criatividade, do pensamento crítico, do conhecimento prático, do prazer estético, do entretenimento, da identidade e do patrimônio cultural.

Se persistem condições sociais que excluem muitas pessoas de usufruir efetivamente dos bens culturais, mesmo que formalmente não exista qualquer impedimento, então não podemos falar de liberdade. A falta de recursos econômicos, de acesso a infraestruturas culturais, de conetividade significativa, de educação pública de qualidade, de diversidade de propostas culturais, ou de obras acessíveis, reutilizáveis e partilháveis, limitam a liberdade positiva das pessoas. Pode não haver censura ou controle estatal autoritário sobre os conteúdos que circulam – e, no entanto, ainda pode não haver liberdade cultural.

Por isso, a nossa militância pela cultura livre não se resume à afirmação da soberania individual de dar e receber recursos culturais, num cenário de propriedade intelectual garantida pelo Estado. A nossa militância é o alargamento da fruição e da participação na cultura a nível coletivo através da defesa dos bens culturais comuns. As licenças livres são, neste quadro, uma estratégia coletiva e não apenas uma opção individual, porque entendemos que, num contexto de crescente privatização da cultura, elas ajudam a construir, proteger e reforçar os bens culturais comuns para que cheguem a toda a comunidade. Queremos construir uma cultura livre para uma sociedade livre. Mas uma sociedade livre não é uma sociedade de proprietários livres, mas uma sociedade emancipada das estruturas de poder econômico e de privilégio social que obstruem este potencial coletivo.

 

BREVE COMENTÁRIOS À CULTURA LIVRE COMO LIBERDADE POSITIVA

Leonardo Foletto

Alguns comentários para dialogar e apontar discussões futuras para uma pensmento filosófico sobre a cultura livre. O argumento principal do curto e importante texto de Mariana é detalhado pela própria nos comentários ao post no blog. Para ela, as quatro liberdades da cultura e do software livre não podem ser vistas somente na perspectiva de liberdades negativas, a partir da diferenciação entre liberdade positiva e negativa trabalhada no texto. Isso ocorre por duas razões principais: a primeira é porque, na prática, ao libertar a cultura do direito autoral, geramos um bem comum e, normalmente, uma comunidade à sua volta, passando então para o nível do coletivo. A segunda é porque entendemos que “compartilhar é bom” não só para os indivíduos, mas para a comunidade, já que o acesso ao conhecimento é um direito básico para se poder exercer qualquer liberdade criativa – e há necessidades humanas, de ligação e de cultivo da uma cultura comum que são de ordem coletiva, e que são condicionantes para a autorrealização das pessoas. É uma visão que reitera a necessidade do progresso técnico e científico não ser exclusivo para poucos, mas sim generalizado.

Faço a ressalva que um tema crucial hoje na discussão sobre cultura livre não é trabalhado com ênfase no texto de Mariana: as assimetrias de poder envolvidas na questão do acesso à informação e aos bens comuns digitais. Não foi abordado porque não era intenção inicial, e também porque certamente renderia um texto muito mais longo – ou vários. O argumento central aqui, que discutimos também a partir do prefácio de Mckenzie Wark ao seu “Um Manifesto Hacker”, é de que a liberdade de acesso não tem se mostrado suficiente para garantir que todos os indivíduos e coletivos possam participar livre e igualmente na vida cultural, como defende Mariana no texto.

É uma situação parecida com a discussão em torno da inclusão digital: qual inclusão queremos? a das plataformas das big techs, baseada em sugar nossa atenção para extrair lucro a partir da produção contínua de dados? Aqui vale se perguntar também: qual acesso queremos? o acesso a lixo informacional e cultural, que entope e cansam nossas mentes e dificultam nossa percepção de uma realidade e ação comum? Se não é esse tipo, qual é? Existe alguma forma de se trabalhar os limites de ações de acesso sem tocar em questões mais complexas como a do tempo gasto e a da organização coletiva? Como me lembrou o Alexandre Abdo, quando falamos dos Pontos de Cultura e do programa Cultura Viva no Brasil, seu sucesso enquanto política pública e ação transformadora de pessoas e locais se deu mais com a capacidade de criar condições mínimas – financeiras, sociais e humanas – para as pessoas terem tempo e organização de usar, aperfeiçoar e cuidar do que foi produzido, do que somente a questão de se ter acesso a computadores com software livre instalados. Quando se desestruturou as condições mínimas citadas, o acesso aos computadores com software livre e a cultura livre criada em torno disso se tornou uma questão gradativamente menor, a ponto de ser abandonada por muitos pontos depois.

Mais acesso à informação, à tecnologias digitais ou a bens culturais não necessariamente significa consciência crítica, como escrevi em A Cultura é Livre. Lembro da crítica que César Rendueles [em Sociofobia] fez ao copyleft: romper as barreiras de livre circulação da informação e do acesso aos bens culturais não é suficiente para uma melhoria geral das condições de vida global sem tocar nas condições sociais de produção desses bens culturais e da informação. A enorme importância hoje do tema do trabalho digital, dada à proliferação do trabalho precário a partir da plataformização, confirma isso.

Um passo aqui, talvez, seja mais em direção a uma política do cuidado do que do acesso: como criar e pôr em prática protocolos de cuidado dentro das comunidades de bens comuns livres para que estes bens não sejam apropriados sem critérios, desrespeitando as indicações das licenças (livres) e usados para o enriquecimento de ainda menos pessoas, como no caso do uso de dados sem consentimento para treinamento e sistemas de Inteligência Artificial Generativa de empresas como Meta e Open IA? Como estabelecer condições sociais dignas de produção e fruição desses bens culturais e informativos alocados dentro da perspectiva da cultura livre?

Não há resposta clara aqui, mas talvez se fazer esta pergunta nos leve a repensar a cultura livre mais em termos de cuidado do que de acesso. Organização da abundância (de informação e bens culturais) que não seja baseada em restrição econômica e técnica como a promovida pela propriedade intelectual. O que nos leva a um outro ponto de reflexão não novo, mas cada vez mais pertinente: a reinvenção do sistema de direito autoral, agora baseado na idade de uma liberdade positiva, como Mariana aponta no texto, mas que não deixa de garantir a proteção e o cuidado com os abusos e as condições sociais de produção desses bens culturais. A cultura livre, enquanto movimento, representou de alguma forma uma “reforma cidadã” do direito autoral, com as licenças produzindo um espaço de “lei alternativa” que levou a descentralizar o controle e potencializar a inteligência e experiência humana. Será ainda possível pensar numa reforma de direito autoral que potencialize esses aspectos, sem descuidar da proteção e das assimetrias de poder típicas do capitalismo? Ou é mais provável que, com a popularização das IAs generativas, vejamos uma reforma imposta pelo capital que vá na linha de permitir a livre concentração, materializada nos modelos gigantes das big techs, a fim de cada vez mais potencializar uma (pseudo) inteligência artificial desregulada sob controle dessas grandes empresas e destinada a gerar renda (cada vez mais) para esse capital?

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Cultura livre, comum e inovação cidadã em charla https://baixacultura.org/2018/04/27/cultura-comum-e-inovacao-cidada-em-charla/ https://baixacultura.org/2018/04/27/cultura-comum-e-inovacao-cidada-em-charla/#respond Fri, 27 Apr 2018 16:11:36 +0000 https://baixacultura.org/?p=12377 Primeiro de março, final de manhã quente em Santos. Da rodoviária até o Instituto Procomum nos disseram que levava nem 20 minutos a pé. Nos disseram também que a viagem de São Paulo até Santos é rápida, e foi: de descer em Jabaquara, entrar no terminal, comprar passagem, pegar a Imigrantes para descer a serra e chegar na maior cidade do litoral paulista não deu 2h. Baixamos do ônibus com mochilas nas costas e seguimos a pé por uma praça grande de nome muito encontrado Brasil afora, Andradas. Atravessamos pelo meio das arvores centenários, cruzamos com pessoas sentadas nos bancos, vendedores de livros usados, até chegarmos numa daquelas típicas ruas centrais de cidades brasileiras, de calçadas estreitas tomadas de decoração de lojas, muitas lojas, de móveis, eletrodomésticos, roupas, tecidos, ferragens, lancherias e trecos em geral. As nuvens fartas disfarçam a queimação dos raios de sol na pele, mas não aliviam o calor, abafado e úmido que prenuncia chuva. Pouca gente na rua comercial, pelo menos não o suficiente para atrapalhar a caminhada, que segue rápida, ritmada, queremos chegar, largar as mochilas, tomar uma água, secar o suor. Agora viramos a esquerda numa rua com mais prédios, menos comércio, uma igreja grande, uma praça que parece antiga à esquerda, um posto na esquina; nessa esquina dobramos à esquerda novamente. Estamos na rua Sete de Setembro, que ao final dá no mar, no porto, no Mercado Municipal, região de casas antigas, prédios baixos, lojas de todos os tipos. Calçadas estreitas, em alguns pontos irregulares,  passamos por um muro de um colégio, um restaurante-bistrô, pequenos comércios, paradas de ônibus. Da calçada olhamos para o o outro lado da rua: número 52, uma porta fechada, um pavilhão grande. Deve ser aqui. Antiga sede da Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira, agora sede do Laboratório Santista. É.

Principal projeto do Instituto Procomum, o LabxS é um laboratório cidadão em formação. Os 1200 m² estão sendo ocupados aos poucos, com mutirões para cuidar da horta, fazer móveis, grafitar as paredes, decorar o ambiente. Já há quartos e banheiros enormes com vários boxes, resquício do tempo que o espaço recebia dezenas de moradores de rua por dia e oferecia comida, banho e um pouco de cuidado para estes voltarem para a rua no mesmo dia. Um dos banheiros coletivos já foi reformado e, nos próximos meses, vai ser usado na Colaboradora, projeto com inscrições até o próximo dia 29/4: trata-se de um um ambiente onde artistas, produtores e a comunidade aprendem juntos a solucionar os complexos problemas contemporâneos por meio da arte e da cultura. Um residência artística, mas não só. Um grande salão, antigo refeitório, já tem sido usado como auditório e local de grupos de trabalho, inclusive na 2º edição do Circuito Labs, realizada no início deste 2018. O circuito é um festival de inovação cidadã feito via chamada pública para realização de ações que promovem os bens comuns e as soluções de problemas de baixo para cima.

Muitos dos projetos do LabxS e do Instituto Procomum precisam de mais do que duas palavras de explicação. Ficam naquela intersecção entre várias áreas: não se tratam, por exemplo, de iniciativas culturais, nem de tecnologia, de empoderamento, nem de inovação, mas de tudo isso junto e misturado com outras várias coisas. Fomentam a solução de problemas no espaço público a partir de tecnologias digitais, metodologias colaborativas, pessoas e coletivos da região da Baixada Santista. Inovação cidadã e cultura livre, dois termos que definem o trabalho realizado pelo Procomum, não são facilmente compreensíveis hoje no Brasil. Quer dizer: não são termos complexos, acadêmicos, mas simples, tão simples que a vezes permitem muitas interpretações. Polissemia pura, que para fins de comunicação entre diferentes precisam ser definidos. Descrições e explicações são facilmente encontradas em todo o site do Procomum e do LabxS não por acaso.

A BaixaCharla abaixo não foi tão descritiva ou explicativa, mas afetiva. Nos conhecemos, eu (Leonardo), Rodrigo e Geórgia faz oito anos, trabalhamos juntos na CCD São Paulo em projetos como o Produção Cultural no Brasil, Fórum da Cultura Digital, BaixoCentro, além do principal projeto, a própria casa, criativa e louca como costumam ser as coisas difíceis de definir. “A Casa me deu régua e compasso do que eu não quero fazer”: frase forte de Rodrigo, citando Gil e “Aquele Abraço“, dá uma amostra do porquê a CCD foi tema de alguns bons minutos do papo. Não é fácil criar um espaço onde a experimentação se dava sem forçar, ação cotidiana “naturalizada” em cafés e conversas paralelas na cozinha que resultavam em projetos meio de brincadeira, meio a sério, que poderiam ser levados adiante e bancados por articulações financeiras num cenário – hoje percebemos bem – favorável de políticas culturais e investimentos públicos. “Prioridade pra quem se desloca” era um lema daqueles tempos, que jamais seria escrito como missão, regra, mandamento, a não ser que fosse de brincadeira, aí sim poderia pintar um dia na parede escrito à caneta, fruto empolgado de “horas felizes” no fim de tarde regadas à truco e cachaça. A lembrança com alguma distância temporal soa romântica, mas há de se recordar que o espontâneo daquela época acontecia pela ação de muitos “kamikazes financeiros” que adquiriam dívidas e compravam brigas nada sustentáveis e que durariam anos para curar. Mas que, ao contrário dos kamikazes originais, não morreram, e cá está uma das muitas provas.

O Instituto Procomum, e o LabxS, é como um irmão mais velho da CCD. Mais organizado, sustentável, feminista, negro, LGBT, com protocolos claros de convívio, hierarquia reconhecida e disposição para enfrentar o desafio da organização. O que não significa caretice nem engessamento eterno, mas sim que cada um assuma a sua responsabilidade, que colabore sem esquecer que o afeto é importante, que cuidar de todxs e trazer as emoções para conversar é fator diferencial de sobrevivência nesse brasil hostil de 2018 – politização do mal-estar, como apontou Amadeu Fernandéz no relato que produzimos em Enfrenta. Rodrigo e Geórgia passaram por muita coisa em governo, empresas privadas e organizações da sociedade civil para, hoje, saber o que querem. E também para se articular local e internacionalmente e buscar recursos para sustentar seus experimentos: o espaço da rua Sete de Setembro e os projetos já tocados pelo Procomum atestam isso.

A BaixaCharla girou da cultura livre à CCD, da política ao comum, do cuidado à inovação. Foi mais um papo informal e tão espontâneo quanto uma câmera na mão (da Sheila Uberti, parceira de todas as horas) torna possível. O primeiro em São Paulo – ou melhor, em Santos, na Rua Sete de Setembro, 52, Vila Nova, um dia calor de final de verão. As fotos depois do vídeo são do e LabxS e dos arredores do Mercado Municipal.

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