BaixaTV – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Fri, 15 Jun 2012 11:40:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg BaixaTV – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Arduíno e patentes de software no ciclo copy, right? https://baixacultura.org/2012/06/15/arduino-e-patentes-de-software-no-ciclo-copy-right/ https://baixacultura.org/2012/06/15/arduino-e-patentes-de-software-no-ciclo-copy-right/#respond Fri, 15 Jun 2012 11:40:36 +0000 https://baixacultura.org/?p=6751

2º dia do ciclo copy, right? rola amanhã, 16 de junho, às 16h30, na Matilha Cultural, um centro cultural independente dos mais interessantes de São Paulo, localizado na rua Rêgo Freitas, 542, a poucas quadras da estação República do metrô, região central da cidade. 

Os dois filmes de amanhã – que vão ser exibidos na sala de cinema da Matilha, no 3º andar –  tocam em  duas questões primordiais da cultura digital: o software e o hardware livre.

O primeiro filme exibido, “Patent Absurdity” (2010, 28 min), dirigido por Luca Lacarini e produzido por Jamie King com o apoio da Free Software Foundation, fala da batalha travada pela indústrias dos softwares para manter o monopólio de patentes de seus programas e do quanto essa relação afeta a economia mundial.

Marcelo De Franceschi, ex-editor desta página, fez como uma de suas últimas colaborações a tradução, legendagem e a subida do video em três partes no Youtube (e no Vimeo). No nosso canal do Youtube estão as três partes para quem quiser ver – mas garanto que será melhor assistir o filme na bela sala de projeção da Matilha.

O segundo, “Arduíno – o documentário” (2011, 28 min), dirigido por Rodrigo Calvo e Raúl Diez Alaejos, trata do desenvolvimento da placa homônima, um “mini-computador” que pode sentir o estado do ambiente que o cerca por meio da recepção de sinais de sensores e que é um dos principais representantes do que se chama “hardware livre”.

As legendas do “Arduíno – o Documentário” foram feitas também por Marcelo, que puxou a escrita desse post sobre o assunto. Ali, dizemos, entre outras coisas, que:

“O atual problema que há é que, devido aos sistemas de padronização e patenteamento, muitas pessoas ficaram sem a possibilidade de aprender como as coisas funcionam” diz  o engenheiro e pesquisador David Cuartielles.

O open source hardware diminui essa diferença, facilitando o aprendizado da programação de circuitos eletrônicos que cercam as nossas atividades.  Tendo noções de como são efetuados os controles dos circuitos e das programações, não seremos facilmente ludibriados e podemos inovar.”

 O vídeo pode ser assistido no nosso canal do Vimeo – e também na Baixa TV aqui do lado.

Na conversa pós-exibição dos filmes estarão Rodrigo Rodrigues, sócio da Metamáquina e integrante do Garoa Hacker Clube – o primeiro hackerspace do Brasil, sediado no porão da Casa da Cultura Digital, que realiza duas brincadeiras  semanais com a ferramenta:  a “Noite do Arduíno“, na quinta, e o ‘Arduino 100 noção‘, aos sábados.

A Metamáquina é uma empresa dedicada à impressão 3D de baixo custo que teve seu “start” através de uma bela campanha no Catarse – e que tem sede numa salinha pequena da Casa da Cultura Digital. A Metamáquina, como diversas outras novas empresas, não seria possível sem a popularização das impressoras 3D a partir dos hardwares abertos, que propiciaram a criação de projetos como a Makerbot – impressoras 3D que pegam um modelo de um objeto disponível na internet e imprimem esse objeto.

Junto com Rodrigo estará Bernardo Gutierrez, “pós-jornalista” espanhol que já trabalhou como correspondente em diversos países da América Latina e escreveu para várias revistas & jornais – como Público, El País, GEO, National Geographic, La Vanguardia, Interviú, La Repubblica o Der Tager Spiegel, dentre outras. Ele é hoje CEO do Future Media, consultoria de estratégias digitais, e blogueiro no diário espanhol 20 minutos.

Bernardo é também ativista do 15M espanhol, um dos grupos protagonistas da cada vez menos silenciosa Revolução Copyleft. É de lá que trará para o debate diversos exemplos de usos de arduínos em ocupações urbanas – e na relação das cidades com o software livre, no que ele chama de Urbanismo P2P, que nada mais é que a aplicação dos princípios da liberdade embutidos no copyleft para a arquitetura.

Um exemplo de sua “remezcla” sobre cidades copyleft é este texto, “Sonhei que era um DJ de Ruas“, onde ele aplica as principais liberdades do SL a cidade:

Libertad 0. Libertad para ejecutar la ciudad sea cual sea nuestros propósito

Libertad 1. Libertad para estudiar el funcionamiento de la ciudad y adaptarlo a tus necesidades – el acceso al código fuente es condición indispensable para eso.

Libertad 2. La libertad para redistribuir copias y ayudar así a tu vecino.

Libertad 3. La libertad para mejorar la ciudad y luego publicarlo para el bien de toda la comunidad.

Estas e outras provocações mais amanhã, na Matilha, de grátis. Apareçam!

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“Tudo é Remix” na íntegra e com legendas https://baixacultura.org/2012/05/24/tudo-e-remix-na-integra-e-com-legenda/ https://baixacultura.org/2012/05/24/tudo-e-remix-na-integra-e-com-legenda/#comments Thu, 24 May 2012 11:38:33 +0000 https://baixacultura.org/?p=6648

A quarta e últma parte do documentário “Everything is a remix“, dirigido por Kirby Ferguson, está no ar desde final de fevereiro deste ano.

The System Failure” tem pouco mais de 15 minutos e versa sobre como nosso sistema de direito não reconhece a natureza derivada da criatividade. Em vez disso, como explica o resumo do filme, “as idéias são consideradas como propriedade, lotes únicos e originais, com limites distintos. Mas as idéias não são tão ordenadas assim. Eles estão em camadas, que estão interligadas,  enroladas. E quando surgem os conflitos do sistema com a realidade … o sistema começa a falhar.

A série teve o lançamento de sua primeira parte, “The Song Ramains the Same” em setembro de 2010, de sua segunda, “Remix Inc.“, em fevereiro de 2011, e a terceira parte, “The Elements of Creativity” saiu no final de 2011.

Como Kirby (acima) nos contou em março do ano passado, sua idera era “to show how copying is an element of creativity, and in one way or another, we all copy” [mostrar como copiar é um elemento de criatividade, e de uma forma ou de outra, todos somos cópias].

“Everything is a Remix”, a série toda, é mais um trabalho a endossar o coro que, sempre que possível, reiteramos por aqui: não há nenhuma “obra-prima”, nenhum “gênio” sem outras obras e autores por trás, como hiperlinks ligando as palavras a mais palavras misturando tudo para formar mais palavras/imagens/sons/videos. Tudo é cópia da cópia da cópia da cópia.

Subimos no YouTube com a legenda em português, feita pelo Jorge Todeschini. Olha aí:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=afmH1_istp8]

Os outros episódios estão aqui abaixo:

Parte 1

Parte 2

Parte 3

P.S: Kirby recentemente conseguiu finalizar, via crowdfunding, seu novo projeto de vídeo: “This is not a Conspiracy“, “a multi-part series that will explain the major ideas, events and human quirks that have shaped where we are right now politically”. 

Credito foto: Kirby.
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Tudo vigiado por máquinas de adorável graça https://baixacultura.org/2012/04/27/tudo-vigiado-por-maquinas-de-adoravel-graca/ https://baixacultura.org/2012/04/27/tudo-vigiado-por-maquinas-de-adoravel-graca/#comments Fri, 27 Apr 2012 18:16:55 +0000 https://baixacultura.org/?p=6576

Nossa parceira de compartilhamentos digito-culturais, Aracele Torres, fez um belo post em seu blog sobre o documentário “All Watched Over by Machines of Loving Grace, produzido em 2011 pelo documentarista Adam Curtis em parceria com a BBC.

Tudo vigiado por máquinas de adorável graça” é uma densa e profunda viagem audiovisual a teorias e histórias que buscam entender/explicar/contar a cada vez mais complexa relação homem-máquina, a vigilância onipresente dos computadores e o excesso de informação a que estamos lidando diariamente.

O doc está dividido em 3 partes: “Amor e Poder“,”O uso e abuso dos conceitos vegetacionais” e  “O macaco dentro da máquina e a máquina dentro do macacos“, cada uma com cerca de uma hora de duração.

Resolvemos roubar e republicar aqui abaixo o post de Aracele no Cibermundi, com os devidos créditos & reconhecimentos. E, claro, com as três partes do doc, na íntegra e com legendas em português – (que estarão na nossa BaixaTV também). Enjoy!

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doc-bbc
All watched over by machines of loving grace é um documentário produzido no ano passado por Adam Curtis em parceria com a BBC. Seu título faz referência a um poema publicado em 1967 sob o mesmo nome, cujo o autor, Richard Brautigan, falava de uma sociedade onde os homens estavam livres de trabalho e a natureza tinha alcançado seu estado de equilíbrio, tudo graças ao avanço da cibernética.

O documentário de Adam Curtis é dividido em 3 partes diferentes, cada uma falando de um subtema relacionado à nossa crença nas máquinas e no seu poder de transformar a vida humana. Na verdade, o doc faz uma crítica à essa crença, à sobrevalorização das máquinas, defendendo que elas não conseguiram cumprir o papel libertador esperado.

A primeira parte, intitulada “Amor e Poder“, aborda as implicações da teoria do Objetivismo de Ayn Rand, que propunha uma sociedade livre do altruísmo, sobre o mercado financeiro norte-americano e também sobre os produtores de tecnologia do Vale do Silício. Esta primeira parte do documentário mostra como o casamento entre a teoria de Ayn e a crença no poder das máquinas produziu a ilusão de uma sociedade que prescindia, entre outras coisas, de políticos e que se autogovernava e se autoregulava com a ajuda dos computadores.

A segunda parte do doc, “O uso e abuso dos conceitos vegetacionais”, mostra o entrelaçamento entre a teoria da cibernética e a teoria do ecossistemas naturais, que produziu a crença de que a natureza era um sistema autorregulado e estável. Aqui Adam fala sobre a emergência das comunidades hippies nos anos 60 e dos cientistas da computação da contracultura, descrentes com a política e desejosos de uma sociedade sem líderes e organizada em forma de redes.

A terceira parte, “O Macaco dentro da Máquina e a Máquina dentro do Macaco“, encerra o vídeo com a discussão em torno da teoria sobre o comportamento humano moldado por códigos matemáticos genéticos – o ser humano como uma máquina controlada por seus genes. Nessa parte final, Adam fala sobre como pensamos ser máquinas e de como isso provocou guerras étnicas.

Adam arremata seu documentário com uma critica contundente à tradição tecno-utópica. Para ele, o fato de depositarmos nossas esperanças de revolução nas máquinas e, muitas vezes, também nos enxergamos como máquinas, é uma forma de desculpa e justificativa para nossa incapacidade política de mudar o mundo.

O documentário de Adam é um verdadeiro passeio por acontecimentos e ideias que marcaram e ainda marcam a nossa sociedade da utopia tecnotrônica.  Vale a pena dar uma conferida!

Aracele Torres, Cibermundi

Crédito: Capa do Livro de Brautigan
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Arte ilegal de Disney a Zeppelin https://baixacultura.org/2012/04/04/arte-ilegal-de-disney-a-zeppelin/ https://baixacultura.org/2012/04/04/arte-ilegal-de-disney-a-zeppelin/#comments Wed, 04 Apr 2012 10:09:51 +0000 https://baixacultura.org/?p=6498

Esse post era para iniciarmos a (re) publicação dos textos da Biblioteca Rizomática de Ricardo Rosas. O primeiro escolhido instigava já no título – Afinal, o que é originalidade? – e foi publicado na coletânea “Recombinação“, do Rizoma.

Acontece que o texto é uma matéria de 10 anos atrás (!) escrita pela jornalista Kendra Mayfield para a revista Wired a respeito da exposição “Illegal Art: Freedom of Expression in the Corporate Age” (Arte Ilegal: A Liberdade de Expressão na Era Corporativa), realizada em Nova York e Chicago em 2002.

Ao investigar a exposição (que tem um site ainda vivo, embora capenga), achamos um material tão interessante que deixamos de lado a íntegra do texto de Mayfield para destacar, justamente, a exposição.

A ideia de “Illegal Art” foi fazer um panorama da “arte degenerada” da era das grandes corporações (pré-internet), apresentando obras e idéias que ficam à margem das leis de propriedade intelectual.

A mostra engloba uma grande variedade de meios – da colagem ao áudio, passando pelo cinema – e inclui trabalhos que desafiam as leis de propriedade intelectual, violando direitos autorais e marcas registradas. Na página dos vídeos, traz personagens da Disney assassinados, uma paródia da logomarca da rede Starbucks e uma estampa de guardanapo feita com logomarcas de companhias de petróleo.

Site da exposição, de 2002

Quase todas as obras de arte são, até certo ponto, não-originais“, disse a curadora da exposição e editora da revista Stay Free Carrie McLaren à Mayfield. “Num ambiente onde se pode ter a livre troca de idéias, a arte sempre tem mais qualidade“.

Como explica a repórter Mayfield, “Se as atuais leis de direito autoral já existissem quando os músicos de jazz emprestavam riffs de outros artistas nos anos 30 e os ilustradores de Looney Toones criavam cartuns nos anos 40, gêneros artísticos inteiros, tais como o hip-hop, a colagem e a pop art talvez jamais houvessem surgido”.

Dick Detzner, "The Sacrifice of Sprout," "Original Sin (Barbie and Ken)" 1999-2000

O site da exposição ainda traz filmes e vídeos considerados ilegais porque se apropriam de propriedade intelectual alheia, seja  através do uso de vídeos encontrados por aí, músicas não-autorizadas ou imagens de material protegido. Uma pena que estes vídeos não estão mais disponíveis no site, mas nos próximos parágrafos catamos alguns deles em outros locais (como o YouTube, que na época da exposição nem tinha sido criado ainda!).

Os visitantes também poderiam escutar/baixar arquivos “ilegais” de MP3, incluindo a hilária paródia feita pelo grupo de rap 2 Live Crew para a música “Oh, Pretty Woman“, de Roy Orbison e  o hit “Ice Ice Baby“, gravado em 1990 por Vanilla Ice, cujo riff principal foi tirado da música Under Pressure, composta por David Bowie e o Queen.

Há ainda uma interessante seção sobre as “batalhas” de plágio na música pop, com os já citados 2 Live Crew X Roy Orbinson e Vanilla Ice X Bowie/Queen e outros causos históricos, como a Led Zeppelin X Willie Dixon por “Whola Lotta Love“, música que é um plágio “melhorado” de “You Need Love” que Dixou compôs e outro blueseiro de primeira, Muddy Waters, regravou com sucesso em 1963.

Dixon nunca ganhou um tostão dos direitos da música, nem mesmo os créditos da banda de Page & Plant. Sua brabeza com a história o fez criar a “Blues Heaven Foundation” para ajudar outros blueseiros a recuperar os direitos de suas músicas e, com isso, preservar o blues de raiz.

Vale lembrar que o Led Zeppelin “roubou” (ou seria melhorou?) tantas músicas que existe até um mini-doc dando conta desses “plágios”, do qual a primeira parte tu pode ver (e escutar) a seguir para tirar suas próprias conclusões:

[Por ironia, uma música “do” Zeppelin foi o motivo para o YouTube retirar um vídeo nosso tempos atrás. A música em questão era “Gallows Pole”, que, por sinal, é uma das muitas versões de The Maid Freed from the Gallows, uma velha e tradicional canção folk que teve origem na Europa e foi trazida para o inglês pelo cantor folk  Huddie Ledbetter, em 1939. O Zep ia fazer sua versão somente em 1970]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=JyvLsutfI5M&feature=player_embedded#!]

Tendo sido realizada em 2002, numa era pré-rede sociais e em que a internet engatinhava rumo a sua presença constante no cotidiano global, é até difícil imaginar como seria “Illegal Art: Freedom of Expression in the Corporate Age” hoje. Muitos e muitos mais vídeos, imagens e músicas poderiam ser incluídos; o “mashup” poderia ter um destaque a parte, assim como os tantos remixes, paródias e “funks” criados a partir de qualquer coisa nestes últimos anos. Com a crescente digitalização de tudo, certamente enxergamos hoje bem mais aquilo que foi copiado, plagiado ou inspirado em outros do que em 2002.

A exposição aumentaria tanto de tamanho que, possivelmente, não faria mais sentido – afinal, como dizem por aí, hoje tudo é remix.

Dê uma olhada em mais alguns vídeos & imagens da exposição aqui abaixo. Mais infos sobre as imagens tem aqui. E artigos sobre a exposição, aqui.

Naomi Uman, “Removed”
Naomi, , usa um “soft porn” dos anos 1970 e, com a ajuda de esmaltes, água sanitária e uma lupa,  transforma mulher nua em um buraco – um espaço vazio animado. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=QEkMKdf_9Fs]

NegativeLand e Tim Maloney, “Gimme the Marmaid
Enquanto preparava a versão para a TV de “A Pequena Sereia, o animador Tim Maloney fez um clipe para os “pais do plágio musical”, a banda NegativeLand (que falaremos mais em breve, aguarde). A música escolhida foi a número quatro do disco/livro “The Story of the Letter U and the Numeral 2“. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=9J6sEdlzjlk]

Phil Patiris, “Iraq Campaign 1991”
O artista visual de São Francisco Patiris mistura imagens de rede de notícias dos EUA, trecho de “Jornada nas Estrelas”, comerciais do Mc Donalds e outras imagens tipicamente americanas para fazer uma crítica da mídia durante a Guerra do GOlfo de 1991, numa espécie de avô dos mashups audiovisuais de hoje. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=tg7_ouYmO6Q]

Dick Detzner, "The Last Pancake Breakfast"

Kieron Dwyer, "Consumer Whore", 1999

Bill Barminski, "Mickey Gas Mask" (2001)

Michael Hernandez de Luna, "Viagra" (1996-1999)

The Residents, "Meet the Residents" (1974)

Diana Thorneycroft, "Mouse," "Boy," "Dog," "Man," "White Mouse," "Man with Large Nose" (2001-2)

Ray Beldner, "How Mao" (2002)

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Moradia e cultura livre em discussão no centro de SP https://baixacultura.org/2012/03/14/moradia-e-cultura-livre-em-discussao-no-centro-de-sp/ https://baixacultura.org/2012/03/14/moradia-e-cultura-livre-em-discussao-no-centro-de-sp/#respond Wed, 14 Mar 2012 15:22:08 +0000 https://baixacultura.org/?p=6437

Não é novidade que nos últimos tempos o centro de São Paulo tem sido palco de confrontos dos mais tensos sobre moradia e urbanismo. A recente ação policial na Cracolândia, que resultou na dispersão dos usuários por toda a região central da cidade, foi talvez o fato que mais chamou dentre as inúmeras atrocidades “higienistas” promovida pelo governo de São Paulo no centro.

A dispersão à bala e truculência dos usuários de crack na Cracolândia foi mais uma prova do tipo de ação que São Paulo tem feito nos últimos tempos – ação de um governo que, vale lembrar, está há 17 anos nas mãos do maior covil de reacionários da política brasileira, os mesmos que vieram com uma “versão brasileira” do #sopa semana passada. A ideia é “limpar” a cidade de seus degenerados, levando-os para longe e “maquiando” o centro para a especulação imobiliária jogar seus edifícios em “ilhas” cada vez mais fechadas e menos integradas com o seu entorno.

O resultado é conhecido: criam-se guetos murados que passam a odiar qualquer ação que não esteja “de acordo” com os seus hábitos. E aí dê-lhe truculência, medo, intolerância, desrespeito “a tudo que não me diz respeito”, algo que já acontece em muitos lugares de São Paulo, como no bairro de Higienópolis – que teve a petulância de não querer (!) uma estação de metrô em suas dependências e gerou, como protesto, o já histórico Churrascão da Gente Diferenciada.

Qualquer um que entenda de viver em sociedade sabe que a melhor forma de se combater a insegurança é a ocupação, não o isolamento. É assim que, quanto mais próximo o morador estiver de seu bairro, de suas histórias, nuâncias e pessoas, maior será a sua sensação de segurança ao andar nele.

Essa longa introdução está aqui, numa página sobre cultura livre & digital, primeiro porquê é impossível dissociar a ação “digital”, “cultural”, da realidade das ruas. Fruto disso é a nossa participação no movimento BaixoCentro, que pretende justamente ocupar as ruas do centro de São Paulo e mostra que elas podem sim ser “para dançar”, não apenas para abrigar usuários de drogas ou passantes sem nenhum apreço por onde passam.

O segundo motivo que nos faz falar de moradia e urbanismo por aqui é que vamos participar, amanhã, da mostra multimídia “Inter-Ditos: mídia livre e o direito à cidade“, no terraço do Instituto Pólis, instituto de pesquisa, formação e assessoria em políticas sociais dos mais importantes do país, sede também da redação do Le Monde Diplomatique brasileiro.

A mostra está dentro do projeto “Pólis Digital“, uma plataforma colaborativa, física e virtual, de produções em mídias livres que tratam sobre os temas relevantes da cidade e do contexto global. A ideia do Polis Digital no seu lado “físico” é reunir grupos e artistas para apresentar e discutir suas produções.

Imagem da 1º edição do Pólis Digital, no terraço do edifício

A estreia se deu em dezembro, com o tema “Primavera Digital – Mídia Livre e os indignados” (na foto acima, imagem do terraço durante o evento) e a segunda edição é amanhã, a partir das 18h, entrada gratuita e com bebidas a vender no local. Serão três núcleos de projeção, instalações de vídeos, filmes, webdocs e instalações fotográficas ao ar livre, com direito a intervenções de vídeo mapping.

Tudo no terraço do prédio do Pólis, no (baixo) centro de SP, Rua Araújo 124, a uma quadra do famoso Edifício Copan, um dos cartões-postais de SP, e da praça da República, símbolo da ligação do centro velho – Anhangabaú, Viaduto do Chá – com o centro “novo”, formado pelos bairros República, Santa Cecília e Vila Buarque.

Na Tenda A, serão exibidos filmes essenciais para entender a situação de moradia em SP (e no Brasil inteiro), caso do webdoc “Ipiranga, 895” (imagem acima), do Outras Palavras, e do vídeo “Cidade Luz”, do coletivo Política do Impossível. A programação ainda tem instalações fotográficas relacionada ao tema – como a Morar, do coletivo Garapa (da Casa da Cultura Digital), que documentou os últimos dias do processo de demolição do edifício São Vito, ao lado do Mercado Municipal de São Paulo – e debates com os realizadores dos vídeos produzidos.

Nós cuidaremos da Tenda B, que será focada em filmes sobre cultura livre, cultura digital, remix, direitos autorais, etc, mas também trará vídeos sobre urbanismo e direito a moradia, temas do evento. Fizemos uma curadoria prévia de filmes a partir da BaixaTV, mas a ideia é que qualquer um chegue ali com seu pendrive e exiba seu vídeo relacionado aos temas tratados. Aproveite, não é sempre que se tem a oportunidade de ver seu vídeo sendo projetado nas costas dos prédios!

Aliás: se tu quiser sugerir algum vídeo para apresentarmos por lá, faça isso nos comentários (ou por email, facebook, twitter, enfim). Semana que vem tem fotos e comentários sobre o evento por aqui. Aos que moram em São Paulo, apareçam!

“Inter-Ditos: mídia livre e o direito à cidade”
Mostra multimídia de urbanismo e cultura livre
Terraço do Instituto Pólis – Pólis Digital
Rua Araújo, 124
15/3, A partir das 18h 

Créditos: 1 (Felipe Morozini), 2 (Pólis Digital), 3 (Ipiranga 895).
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https://baixacultura.org/2012/03/14/moradia-e-cultura-livre-em-discussao-no-centro-de-sp/feed/ 0
Copiem, malditos! – direitos de autor na era digital https://baixacultura.org/2012/02/08/copiem-malditos-direitos-de-autor-na-era-digital/ https://baixacultura.org/2012/02/08/copiem-malditos-direitos-de-autor-na-era-digital/#comments Wed, 08 Feb 2012 11:09:22 +0000 https://baixacultura.org/?p=6270

Um dos diálogos globais que rolou durante o Conexões Globais, evento realizado durante o Fórum Social Temático em Porto Alegre três semanas atrás, foi  “#Spanish Revolution: Direitos Autorais na era digital“. O webconferencista da vez foi o espanhol Stéphane M. Grueso, que falou ao público na Casa de Cultura Mário Quintana a partir de sua experiência como diretor de um documentário sobre propriedade intelectual e direitos autorais na era digital – e também como “narrador”, por meio do Twitter, dos acontecimentos do #15M (15 de maio) e do #acampasol, o principal acampamento dos indignados espanhóis, em plena Puerta del Sol, centro de Madrid. O tal documentario, que não foi exibido na ocasião, é o que dá nome e corpo a esse post.

¡Copiad, Malditos!  – Copyright (or right the copy)” é um filme espanhol de 58 minutos sobre propriedade intelectual produzido pela Elegant Movies Film em parceria com RTVE, televisão pública da Espanha, e dirigido por Stéphane M. Grueso, rodado documentarista e ativista espanhol. O nome já entrega o discurso do documentário: ele é uma investigação sobre a propriedade intelectual que parte da pergunta mais óbvia (e necessária) de todas – o que é propriedade intelectual? – e continua com duas perguntas decorrentes (e tão importantes quanto) da primeira: Até que ponto pode se possuir uma ideia? Que direitos se emanam dessa propriedade?

Como os realizadores contam no blog do projeto, a ideia de Copiad! nasceu de outro filme produzido por eles, “En Busca de Hackers“, também um documentário, só que este com o objetivo de “hackear” as ideias preconcebidas a respeito do que é ser um hacker (tema e filme para futuros posts). O contato com o pessoal do software livre no “En Busca de Hackers”, finalizado em 2007, plantou nos produtores a vontade de se aprofundar no tema da propriedade intelectual – como tu sabe, todos os caminhos digitais acabam por chegar na reflexão sobre propriedade intelectual e direito autoral.

Anos depois, a TVE espanhola entrou como parceira no projeto, e o filme foi realizado. A ideia era, desde o início, distribuir o vídeo sob uma licença que permitisse a livre distribuição na internet, o que aconteceu: o doc está licenciado em CC BY-NC – com atribuição dos créditos e uso não comercial. Foi um feito inédito: pela primeira vez na TV espanhola um documentário foi veiculado sob uma licença livre.

Javier de la Cueva explica ao diretor como distribuir o vídeo em licença distinta do copyright

Um trecho do texto de apresentação/contextualização do filme:

La ley es clara al respecto y a su abrigo, desde hace décadas, han proliferado las llamadas entidades de gestión de derechos como SGAE, CEDRO, VEGAP etc. que en teoría se dedican a proteger los derechos de los autores. Pero desde hace ya algunos años y especialmente desde la irrupción de la sociedad de la información de forma masiva, todo el sistema, sobre el que había cierto consenso, se está cuestionando constantemente. Soplan nuevos vientos y surgen nuevas preguntas. ¿Hasta que punto puede ser un delito copiar? ¿No copiamos todos constantemente cuando pensamos y creamos?
Las cosas evolucionan: ya existen modelos de negocio editorial que no se basan en la restricción, sino en la  publicación libre de las obras en internet, algo que, curiosamente, no hace que las ventas de los trabajos editados en papel bajen, pues los compradores se sienten más seguros al poder leer lo que buscan antes de comprarlo. Algo nuevo está sucediendo también en el negocio musical, hay ya miles de grupos y artistas que cuelgan sus trabajos en Internet olvidándose de los intermediarios, el usuario puede bajarse sus canciones, disfrutarlas, compartirlas etc. Los músicos que utilizan este sistema aspiran a poder llenar las salas de conciertos y así vivir de su arte sin tener que negar al público lo inevitable, el derecho a la copia.

Mais do que “apenas” um doc, o “Copiad, Malditos!”, é um projeto multimídia completo. Conta com um blog que traz muitas informações sobre o projeto, de fotos à trilha sonora usada, e disponibiliza o filme para download gratuito e/ou assistir em streaming, em dois idiomas (inglês e francês) além do espanhol. [Alguém topa ajudar a legendar o vídeo para o português?]

Um capítulo a parte sobre o projeto são os “extras” que o blog traz. São três séries de vídeos que os produtores resolveram “deslocar” do documentario original e ampliar seu contexto. O primeiro são as íntegras das entrevistas realizadas, com gente de todos os lados: de Richard Stallman a Simone Bosé, representante da EMI Iberia, de Javier de La Cueva (um dos primeiros advogados a defender juridicamente o copyleft na Espanha) a Pilar Reyes, diretora editorial da Alfaguara, de Blás Garzon (da editora Traficante de Sueños, que editou o Manual do Copyleft) a Antonio Guaisasola, presidente da Promusicae (productores de música de España), dentre mais outros que falam no Doc. Todas as entrevistas podem ser baixadas, via Archive.org.

Outro extra presente no blog é uma espetacular compilação de respostas a singela pergunta: para você, o que significa a palavra “copiar”? As mais de 40 respostas curtas, algumas com menos de 30 segundos, foram retiradas das entrevistas realizadas para o filme e mostram o quanto as pessoas podem pensar diferente sobre uma coisa aparentemente simples.

Aliás, tu também pode enviar uma resposta para aparecer no blog do filme: basta gravar um vídeo (de menos de 300 MB) e enviar para os produtores através do Sendspace, ferramenta gratuita de envio/hospedagem de arquivo, ou escrever para (copiadmalditos@elegantmob.net) pedindo os dados do servidor FTP deles.

Por fim, há uma seção no blog chamada “Killed Darlings“, sequências que caíram na montagem final do documentário. Quem se interessa pelo filme, pelo tema ou ainda pela produção de documentários vale dar uma olhada nas quatro cenas e nas explicações dos produtores do porquê a cena ter sido retirada (a maioria por questão de tempo).

Vale ressaltar também que o projeto é exemplarmente transparente: além de todo esse material extra que falamos acima, há também uma sinopse completa, ficha técnica e a transcrição das falas do vídeo, o que facilita o trabalho de tradução.

Por falar nisso: enquanto não traduzimos as legendas para o português, dê uma olhada aqui abaixo em “Copiad! Malditos” no original, em espanhol, com legendas em inglês (pode facilitar para quem não compreende as falas diretamente em espanhol). Se preferir, tem essa versão com legendas em francês e a original, sem legendas e com o áudio em espanhol.

Créditos fotos: todas da galeria de Copiad, Malditos! no Flickr.
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https://baixacultura.org/2012/02/08/copiem-malditos-direitos-de-autor-na-era-digital/feed/ 1
BaixaTV no ar https://baixacultura.org/2011/03/09/baixatv-no-ar/ https://baixacultura.org/2011/03/09/baixatv-no-ar/#comments Wed, 09 Mar 2011 22:35:38 +0000 https://baixacultura.org/?p=4511  

BaixaTV – nosso instrumento de dominação das massas, cúmplice da espetacularização da sociedade – é uma das nossas novidades (bem, não tão novidade, vai) para 2011, que englobam desde coisas simples, como trazer mais colaboradores e conteúdos exclusivos a este singelo front da cultura livre, até coisas mais trabalhosas, como dominar o mundo.

O que o leitor-espectador encontrará a princípio nessa nova versão da Baixa TV (a “antiga” está aqui) será uma seleção de programas de TV, documentários e trailers de alguma forma relevantes para as discussões aqui propostas – alguns destes arquivos já foram inclusive apresentados no blog. E por que reciclar informação já disponível aqui mesmo? É simples: nós acreditamos que organizá-la de modo a facilitar o acesso permitirá que a informação siga circulando. Livre circulação como princípio de liberdade de informação.

Clicando em BaixaTV, logo abaixo da biblioteca no lado esquerdo da tela, você já poderá ver alguns dos vídeos que comentamos nestes tempos de blog. Tem desde os já clássicos “Good Copy, Bad Copy” e “Roube Este Filme” até coisas mais obscuras como o curta “The Disney Trap: How Copyright Steals Our Stories”, da italiana integrante do Wu Ming Monica Mazzitelli, que fala das falacatruas Disney sobre os direitos autorais e do qual explicamos uma parte em “A Armadilha Disney“.

Resgatando o nosso “vasto” arquivo achamos também um bom debate sobre descriminalização da pirataria com Túlio Vianna, num programa da TV mineira Novo Horizonte em 2007, que indicamos no natal de 2008, e o excelente “A História das Coisas”, que versa sobre o quanto o famigerado capitalismo está destruindo nosso querido planetinha. Falamos dele em outubro de 2008.

Assim como a Biblioteca, o BaixaTV será atualizado daqui pra frente com alguma frequência. E também como a Biblioteca, está sempre aberto a contribuições.

Créditos: Revista Time.

 

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