apoiase – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Wed, 22 May 2019 15:58:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg apoiase – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 Compartilhando processos: sobre como fazemos e nos sustentamos https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/ https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/#respond Wed, 22 May 2019 15:58:04 +0000 https://baixacultura.org/?p=12832

Vocês talvez já devam ter ouvido falar do termo “Curadoria de informação“, ou “curadoria de conteúdo”? Trata-se de selecionar, entre os 30 milhões de terabytes (e contando…) de dados na internet, aqueles que são mais importantes para diversos fins. O termo “curar” vem mais das artes, onde o curador é alguém que, por exemplo, organiza uma exposição e seleciona as obras de determinado artista (ou de várias) para alguma mostra.

Aqui no BaixaCultura nós fazemos diariamente curadoria de informação (humana) voltada à tecnopolítica, contracultura digital e cultura livre. Isso significa que, por trás das postagens que vocês acompanham todo dia nas redes sociais (em especial, no canal do Telegram, Facebook, Twitter e Instagram), há algumas horas semanais de leituras de notícias, ensaios, artigos, livros, escuta de podcasts e visualização de vídeos da internet para trazer para vocês aquilo que acreditamos ser o mais importante nas áreas que trabalhamos.

Toda segunda-feira, dedicamos algumas horas, geralmente pela manhã, para fazer o que chamamos de “ronda”: ler o que foi publicado nos veículos, perfis em redes sociais e selecionar notícias/ensaios/vídeos e artigos para trazer em nossas redes. Agendamos, então, em nossos canais, algumas publicações para toda semana com informações que chamamos, no jargão jornalístico, de “frias”, ou seja, que não dizem respeito a um fato que acabou de acontecer; indicações de textos mais cabeças para ler, sites com acervos livres incríveis, indicação de filme/vídeo a assistir, uma entrevista com alguma pessoa que tem o que dizer na área, entre outros tipos de conteúdos.

No decorrer da semana, todos os dias, geralmente pela manhã, depois do café/desayuno/pequeno almoço, atualizamos nossa “ronda” com informações recém publicadas e que são “quentes”, ou seja, que acabaram de sair e que tem relevância para ontem. Essas informações – geralmente matérias jornalísticas, artigos de opinião, anúncios de governos/empresas, etc – são lidas e preparadas para a a publicação: selecionamos um trecho que julgamos resumir a informação, ou uma declaração potente, editamos, pegamos o link e, então, publicamos em nossas redes. Nosso noticiário tecnopolítico global ultimamente tem sido tenso e pesado, por isso, para aliviar um pouco, costumamos lançar algumas informações mais “leves” – dicas de site, vídeos, entrevistas, livros, etc – entre as notícias “quentes”, geralmente mais nas sextas e nos finais de semana.

Nem sempre conseguimos publicar as informações no “calor da hora”, porque nosso mundo é vasto, as informações circulam muito rapidamente e não conseguimos estar em condições de acompanhar e publicar na hora. Mas, sinceramente, tudo bem; nosso objetivo não é ser o primeiro a noticiar, mas trazer uma informação mais confiável, apurada, de uma fonte comprovada, que vai dar um panorama mais amplo da situação. Raramente publicamos um tweet, por exemplo; mais provável que escolheremos a notícia que repercutiu esse tweet e deu mais outras informações de contexto.

“Tecnopolítica e Contracultura”, curso em fev de 2019

*

Esse é o trabalho de Curadoria de informação que fazemos no BaixaCultura. Ele leva tempo: pelo menos 10h por semana ficamos lendo e selecionando informação para publicar em nossas redes. E esse é apenas um dos trabalhos que fazemos: há ainda, pelo menos, outras quatro frentes.

1) a produção de texos inéditos, geralmente análises (como “Ressaca da Internet, espírito do tempo“), relatos sobre eventos que partiticipamos (CryptoRave 2019) e oficinas e cursos que realizamos (Tecnopolítica e ContraCultura, Como documentar um projeto cultural), além da eventual edição e revisão de textos de colaboradores (como o “RSS para fugir dos algoritmos das redes sociais“, do Victor Wolffenbüttel). Escrever um texto inédito, pra nós, é um trabalho de pelo menos 5h: há a escrita propriamente dita, feita a partir de alguma ideia a guiar o texto (no caso das análises) ou de uma série de informações a ser relatadas (no caso dos eventos); a pesquisa de sites, links e outras referências que dêem base ou mostrem aquilo que estamos escrevendo; a finalização e revisão, onde, depois de algum tempo a deixar sem mexer o texto, relemos e cortamos ou acrescentamos alguma parte, além de pesquisar e inserir fotos e vídeos que dialoguem com a postagem. O trabalho de edição de textos de colaboradores geralmente inclui as duas últimas partes somente.

Organizando zines e recompensas, maio de 2019

2) A produção de eventos dentro da nossa temática, como os encontros da rede de cultura livre do sul global, que resultou em 2018 no Encontro de Cultura Livre do Sul, e cursos, oficinas, palestras, como os citados acima e outros que ocorrem por demanda. No caso dos eventos da rede, há o trabalho de organização e articulação, que inclui o envio de muitos e-mails, algumas videoconferências, outras horas pesquisando as iniciativas, tecnologias e projetos envolvidos; conversas diversas e assíncronas nos chats (geralmente usamos o Telegram e o Signal), aprovação e produção de artes gráficas, textos para convidar as iniciativas e organizar as metodologias de trabalho, revisão e publicação em páginas diversas. No caso das oficinas, cursos e palestras, há uma parte de tempo envolvida que é de difícil quantificação: a leitura de livros, sites, conversas com pessoas, on ou offline, que trazem informações novas ou ideias que podem agregar às temáticas que pesquisamos, por exemplo, não são dados quantificáveis porque aleatórios e ocasionais. Mas a sistematização dessas ideias, referências, práticas e fazeres em uma metodologia de ensino sim: são mais pelo menos 10 horas (de acordo com a oficina/palestra/curso) de escrita, pesquisa, conversas (com pessoas próximas, ou oficineirxs parceirxs) e organização de um material de apresentação que sirva de apoio e guia da oficina/curso/palestra.

3) a produção de zines e outros eventuais produtos no que chamamos de “Loja” aqui no site. Para a produção de nossas publicações artesanais (geralmente zines), costumamos selecionar os textos a partir das pesquisas já comentadas para a publicação das postagens, realização dos cursos ou da curadoria de informação. Há, então, a fase de edição, que consiste de pensar a publicação como um todo: se for mais de um texto (caso de La Remezcla, por exemplo), quais vão entrar na edição, ajustes nos artigos (se algum se referir a um fato já ocorrido, por exemplo, hay que atualizar), revisão e encomenda ou escrita de algum texto extra, como uma apresentação, introdução ou posfácio. Há, então, a definição do projeto gráfico, que é realizada a partir do diálogo constante entre editores de texto e de arte (geralmente aqui são duas pessoas envolvidas): envio de um esboço, aprovação, correção, revisão, diagramação final, revisão. Por fim, há a parte de produção gráfica: há que escolher os tipos de papéis usados, qual vai ser a tiragem, negociar preços e entregas se a opção for escolher alguma gráfica a fazer o serviço; organizar a impressão caseira por algumas horas se for produção caseira, como nossas parcerias com a Monstro dos Mares, o que inclui também compra de papel, manutenção da impressora, grampos, cola, tesoura, acabamentos diversos, trabalho feito por pessoas.

Depois desses processos vem o gargalo mais difícil: a distribuição. Que no nosso caso se dá: 1) recompensas de nossas campanhas e venda direta online, onde a entrega é pelos Correios; 2) livrarias parceiras, que vendem publicações alternativas mediante alguma porcentagem para elas nas vendas, caso da Livraria Taverna, em Porto Alegre, e no Ônibus Rizoma, em São Paulo; 3) feiras gráficas e de livros, onde já participamos com banca própria, mas ultimamente deixamos nosso material com alguma livraria/iniciativa parceira, caso da Monstro dos Mares ou da Chupa Manga, por aboluta falta de tempo e condições; 4) Há também a distribuição e venda quando realizamos alguma atividade, como cursos, oficinas e palestras, onde quase sempre levamos algumas publicações;

4) Por fim, e não menos importante, há o trabalho de produção de nossa Newsletter em parceria com a Casa da Cultura Digital Porto Alegre, quase sempre quinzenal, que se aproveita dos trabalhos anteriores de curadoria de informação e pesquisa, mas também requer um tempo de pelo menos 4h antes de seu envio para edição e escrita dos textos, além de uma pesquisa extra para buscar informação nova e a diagramação; e outras tarefas ocasionais, como ajustes técnicos em nossa página, resposta de e-mails (toda semana há alguns para responder, via info@baixacultura.org) e de comentários nas redes sociais; produção da campanha de financiamento no Apoia.se, o que inclui um diálogo constante (pelo menos semanal) com xs apoiadorxs; impressão de adesivos; participação em eventos na área; manutenção do servidor do site e e-mail, organização de backup de textos e fotos; e, ufa, outras tarefas eventuais que agora não lembramos mas que certamente existem!

**


Por quê estamos comentando isso, aqui e agora?

Primeiro, para explicar, em detalhes, o que fazemos. É um trabalho diário e árduo manter uma mídia alternativa e um laboratório de cultura livre online em tempos de desinformação constante e grandes monopólios fechados de informação na rede. Fazemos porque amamos e porque consideramos importante – muita gente considera também. Mas requer tempo e esforço.

Segundo, porque estamos com 14 meses da campanha de financiamento contínuo. É lá que estamos buscando recursos para manter nosso trabalho e remunerar as horas dedicadas ao BaixaCultura realizando todas as tarefas já citadas. A partir de R$5 mensais, menos que uma cerveja, você já apoia a continuidade do nosso trabalho.

Terceiro, para dizer que, passado esse período, estamos nos reorganizando para alcançar novos públicos. Fizemos algumas pequenas alterações nas metas e recompensas de nossa campanha que convidamos vocês a olharem.

Quarto, e por fim, para avisar que estamos preparando novidades. Usar mais vídeos (alguém falou de youtuber?) grupos de apoio em redes sociais, novos zines. Queremos saber também de vocês: o que vocês tem achado de nossa campanha, do site, das redes sociais, dos cursos? Alguma sugestão de como ampliar nossa campanha de financiamento e/ou alcance de nossos conteúdos? Nos escreva!

]]>
https://baixacultura.org/2019/05/22/compartilhando-processos-sobre-como-fazemos-e-nos-sustentamos/feed/ 0
Retrospectiva 2018 https://baixacultura.org/2018/12/27/retrospectiva-2018/ https://baixacultura.org/2018/12/27/retrospectiva-2018/#respond Thu, 27 Dec 2018 12:48:45 +0000 https://baixacultura.org/?p=12682

Na última edição do ano de nossa newsletter (já assinou?) em parceria com a CCD POA, fizemos uma retrospectiva de 2018 a partir das nossas 18 edições enviadas quizenalmente, entre abril e dezembro. Mais uma vez começamos uma tradição que não sabemos quanto tempo vai durar, mas desde o princípio do Baixa gostamos disso. Segue abaixo a recompilação mês a mês, com os links para as íntegras de cada boletím e a data do mês em que cada uma foi enviada. Ao final, apresentamos uma nuvem de tag com todas as 137 páginas de texto Arial 11 espaçamento simples que renderam as 18 edições dos boletins. Aguarde a próxima em 10 de janeiro de 2019, com novidades. Boa virada e que 2019 seja um ano potente!

abraços,
Leonardo Foletto,
editor do BaixaCultura

Abril (19)

Nossa news começou em abril com um tema que seria comum aqui até o final do ano: Ressaca da Internet, que depois viraria texto no BaixaCultura e no Outras Palavras. Também foi a edição em que comentamos o “vazamento” dos dados do Facebook via Cambridge Analytica, uma situação que criaria ainda diversas notícias no ano, como o depoimento de Mark Zuckerberg no Senado Americano, e desencadearia uma crise na maior rede social digital do planeta que não parece terminar em 2019. Falamos também do financiamento recorrente do BaixaCultura no Apoia.se, um primeiro experimento para tentar viabilizar a mídia alternativa digital sobre cultura livre & tecnopolítica, que continua firme e querendo ser maior – em dezembro de 2018 temos 42 apoiadores mensais, das quais agradecemos muito. A íntegra dessa edição primeira pode ser lida aqui.

Maio  (3, 10 – edição especial Cryptorave, 24)

Maio foi um mês com três boletins. A edição #2 (leia completa) teve um texto que, hoje, soa até mais instigante que antes – Que tal nós mesmos usarmos e agregarmos valor aos dados que produzimos na internet? E também começamos os inúmeros relatos sobre o dilema Google x Ética. Teve edição especial (leia aqui) com a cobertura da CryptoRave 2018, realizada em 4 e 5 de maio na linda Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Foi também momento de discutir ética e inteligência artificial e a moribunda neutralidade da rede nos EUA, em nossa edição #4 (leia completa). Já nos informes nossos, publicamos no BaixaCultura uma BaixaCharla com Rodrigo Savazoni e Geórgia Nicolau, do Instituto Procomum, em Santos, lugar a qual um dos que cá escreve nesse boletim, Leonardo Foletto, voltaria algumas vezes ainda em 2018 para documentar o processo da instigante Colaboradora; e o Diálogos Abertos #1, nosso programa de conversa por streaming, no qual falaríamos, é claro, do caso do Facebook (disponível aqui na íntegra).

Junho (7 e 21)

Em junho começamos a relatar mais de perto a votação da Lei de Proteção de Dados Pessoais, como se percebe na edição #5 (aqui na íntegra), que entre outros vários assuntos, traz um alerta sobre as mudanças no WhatsApp impostas pelo Facebook (e que abriram as portas para o caos dos impulsionamentos de “notícias”), divulga a interessante pesquisa de Bia Martins sobre os hackerspaces do Brasil e a polêmica compra do GitHub pela Microsoft. Devido a série de notícias e informações que publicamos à época e que de alguma forma põe fim a utopia de uma internet livre e neutra, nossa edição número #6 (íntegra aqui) teve como texto inicial “A distopia da realidade”, onde, entre outros tópicos, falamos que todo esse mundo de vigilância digital que vivemos hoje foi “previsto” pelos hackers e pelos ativistas mais antigos do software livre, como o próprio Richard Stallman – que sempre foram chamados de paranóicos… Não por acaso, nossa segunda edição do Diálogos Abertos debateu do fim da internet como a conhecemos.

Julho (5 e 19)

Julho foi o mês de, além de acompanhar as votações no congresso e a pauta tecnopolítica global, falar do caso da Abin e o seu desejo em ser a NSA brasileira e do insólito caso do “El Paquete Cubano”, como vocês podem ler na edição #7 da newsletter. Também foi mês de dar dicas de leitura, vídeos e bots para acompanhar, falar um pouco do machismo no mundo da tecnologia a partir de uma situação do 18º FISL (Fórum Internacional do Software Livre), de retomar o sempre pertinente assunto da reforma da lei de direitos autorais, e de divulgar os resultados da State of Commons, mapeamento anual de produtos licenciados em Creative Commons  ao redor do mundo, como vocês podem ler na edição #8 do boletim.

Agosto (2, 16 e 30)

Agosto teve três edições de nossa newsletter. Na primeira (#9), nos (re) perguntamos, dados às situações à época ocorridas, se a democracia estaria ameaçada pelo uso malicioso da tecnologia – mal sabíamos que nas eleições teríamos um caso para chamar de nosso nesse contexto… Falamos da epidemia das fake news e fizemos uma terceira edição do Diálogos Abertos justamente sobre isso. Também citamos as primeiras preocupações com aplicações indevidas da tecnologia de reconhecimento facial e novamente, Google x Ética. No BaixaCultura, fizemos uma “reportagem work-in-progress” (ou seja, sempre em construção) sobre as redes livres, trouxemos um relato do ESOCITE (Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología) em Santiago do Chile e falamos de como o RSS pode ser usado para fugir dos algoritmos nada transparentes que selecionam as informações para nós nas redes sociais. Você pode ler tudo mais que informamos em agosto nas edições #10 e #11, com destaques para os vetos da nossa LGPD (ainda não derrubados, pois é), a culpa do zero rating na propagação das fake news e o lançamento do Fato jurídico da quinzena.

Setembro (14 e 27)

Na seara dos direitos digitais, em setembro tivemos duas notícias importantes vindas da Europa: a condenação do serviço de inteligência britânico GCHQ pelo programa de vigilância em massa das comunicações, prática revelada lá em 2013 por Snowden. E a aprovação, pelo Parlamento Europeu, do projeto de lei de direitos autorais chamado de “Copyright Directive”, que, se posto em prática, criará um cenário de restrição pesado de liberdade de expressão no Velho Continente, o que certamente respingará por aqui. Detalhamos ambas notícias na nossa edição #12, enquanto que na seguinte destacamos o aniversário (10 anos!) do BaixaCultura, apresentamos o Diálogos Abertos #4 com um bate-papo e uma apresentação de ferramentas para acessar uma internet livre e segura e comentamos sobre o perigoso projeto Dragonfly, um mecanismo de pesquisa feito pela Google sob medida para a China, com a censura já colocada desde o princípio. O projeto foi cancelado agora em dezembro, se tornando um ótimo exemplo de como ações de oposição às grandes corporações as vezes funcionam.

Outubro (11 e 25)

Em plena eleições brasileiras, nos perguntamos: como os bots arruinaram o click ativismo? Enxurrada de bots, perfis falsos de redes sociais, envio ilegal de mensagens de WhatsApp… as edições de outubro – a #14 e a #15 – trouxeram uma seleção de informações e comentários que foram influenciados pela batalha eleitoral que tivemos neste 2018. Mas não só: falamos também da possibilidade de criminalização da criptografia, trouxemos uma agenda só de eventos de tecnologia voltado para mulheres, via Ada.vc; no BaixaCultura, trouxemos um longo e importante texto de como pesquisar anonimamente com o melhor e mais seguro buscador na rede, DuckDuckGo, enquanto que realizamos, como co-organizadores ao lado da Data Privacy Brasil e da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), o Workshop Lei de Proteção de Dados Pessoais, em Porto Alegre.

Novembro  (8 e 22)

Se antes das eleições brasileiras já falávamos em distopia, depois, com a eleição de Jair Bolsonaro como presidente no Brasil e um congresso tomado pela bancada BBB (bala, boi e Bíblia) e outros péssimos governantes como deputados e governadores, aí a distopia virou mesmo realidade. Retomamos, tanto na #16 quanto na edição #17, a questão da dependência tecnológica que ameaça a democracia, assim como voltamos (ou melhor: nunca paramos de) a falar do Facebook, que agora passou a vender nossas mensagens privadas por 10 centavos. Também falamos de coisas boas: o Encontro de Cultura Livre do Sul, que reuniu cerca de 200 pessoas de toda a ibero-américa em 3 dias intensos de debates, rodas de conversa, exposições em videoconferências na rede que já estão todas disponíveis no link acima. E do(s) lançamento(s) do novo zine do BaixaCultura, “A Ideologia Californiana”, de Richard Barbrook e Andy Cameron, primeiro volume da coleção Tecnopolítica, editada em parceria com a Monstro dos Mares.

Dezembro (7)

Começamos o último mês do ano, este que ainda estamos enquanto você recebe esse boletim de informações por e-mail, um pouco cansados de tudo que passou nesse intenso 2018. Mas não deixamos de trazer notícias e análises importantes, como uma excelente matéria no El País que se pergunta: ainda é possível resgatar a essência da web como espaço aberto e neutro? Nela,  são apresentados o que alguns pioneiros (Tim Berners-Lee, Jaron Lanier, Douglas Rushkoff) tem trabalhado em projetos que buscam um retorno à essência da web como espaço aberto, gratuito, neutro, seguro e construído por todos. Na edição #18, falamos também das criptofestas que ocorreram no final do ano, em especial a CripTRA, em Maquiné-RS, que participamos com algumas rodas de debate sobre mídia, privacidade, criptografia e articulação de uma rede de apoio para a segurança na internet aqui no Sul.

O top10 das palavras mais utilizadas nas newsletter desse ano:
Dado: 341; Rede: 240; Internet: 237; Livre: 203; Lei: 199; Direito: 183; Ser: 175; Projeto: 171; Tecnologia: 169; Empresa: 165.
Essas palavras dizem algo para você? Talvez não muito, mas é interessante e divertido de “resumir” nossos textos em algumas palavras mais usadas.

]]>
https://baixacultura.org/2018/12/27/retrospectiva-2018/feed/ 0
Lançamento da campanha de financiamento & continuidade https://baixacultura.org/2018/04/13/lancamento-da-campanha-de-financiamento-continuidade-do-baixacultura/ https://baixacultura.org/2018/04/13/lancamento-da-campanha-de-financiamento-continuidade-do-baixacultura/#respond Fri, 13 Apr 2018 19:29:58 +0000 https://baixacultura.org/?p=12352

O cansaço já havia decidido por mim faz alguns meses: 15 de setembro de 2018 seria a data de morte do BaixaCultura. É o dia também de aniversário de 10 anos, idade simbólica para um projeto que nasceu quando as redes sociais eram menores e a internet era outra, mais livre, menos distópica. Estava escolhendo alguns dos textos mais representativos nessa década para organizar um livro de despedida, uma espécie de coletânea do que passou pelos nossos radares, dos debates esperançosos sobre a necessária reforma nas leis de direito autoral nos idos de 2009 às máquinas de vigilância disfarçadas de redes sociais como este Facebook, passando por muitos (mesmo) outros temas que passaram por nossas páginas.

Comentei com algumas pessoas desse desejo e ouvi algumas respostas que diziam: “mas agora que tem 10 anos vai acabar?”. De fato, existem poucos projetos vivos que documentam e produz cultura livre (e contra) cultura digital. Na era em que tudo é registrado, onde parece tão fácil documentar, muito tem se perdido. Um paradoxo, ainda mais visível e paradoxal no mundo onde me movo, dos projetos, pessoas e instituições de cultura livre, remix, artivismo, hackers, contracultura, software livre, etc.

Comecei a pensar: e se o BaixaCultura continuar? Diferente, mais ativo e frequente, como resistência mesmo, num mundo (e especialmente neste Brasil de 2018) cada vez mais difícil de resistir. Como poderia encarar o desafio da sustentabilidade fazendo, vá lá, um jornalismo tão artesanal, por muitas vezes lento, um laboratório de produção de conteúdo, experimentação e formação em cultura livre, independente de publicidade e com a parceria de muitxs?
Uma tentativa de responder as perguntas acima está na campanha de financiamento recorrente que começamos nesta semana. Apoiar o BaixaCultura no APOIA.se é acreditar na cultura livre, no conhecimento aberto, e dar um crédito todo mês para que nós continuemos fazendo (e qualificando) nosso trabalho nessas áreas. São várias opções de apoio, começando por R$5, e você escolhe de acordo com as suas possibilidades de colaboração. Nossas metas estão detalhadas de forma transparente, para que todxs saibam o quanto precisamos mensalmente para fazer o BaixaCultura. E tem recompensas também, de zines a newsletter, de surpresas (impressas!) a encontros presenciais, oficinas e cursos.
Chega mais, veja o vídeo, leia o texto, se quiser/puder/achar importante apoie, se não ajude a espalhar. Recorrente é maratona e não 100m rasos, então a questão ainda segue. https://apoia.se/baixacultura
Leonardo Foletto, editor

]]>
https://baixacultura.org/2018/04/13/lancamento-da-campanha-de-financiamento-continuidade-do-baixacultura/feed/ 0