Resultados da pesquisa por “s%c3%a9rgio amadeu” – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Thu, 22 Feb 2018 13:11:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg Resultados da pesquisa por “s%c3%a9rgio amadeu” – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 A internet sob ataque cada vez mais forte https://baixacultura.org/2018/02/22/a-internet-sob-ataque-cada-vez-mais-forte/ https://baixacultura.org/2018/02/22/a-internet-sob-ataque-cada-vez-mais-forte/#respond Thu, 22 Feb 2018 13:11:07 +0000 https://baixacultura.org/?p=12168

Estamos sendo todos vigiados, a internet é uma máquina de controle quase perfeita, nossos dados são o “novo petróleo” para empresas digitais, o Marco Civil foi desfigurado no congresso e na prática: a internet está sob ataque, e você sabe disso. A ideia improvável que uniu hackers, hippies, acadêmicos, militares e empresas nos anos 1960, e que se tornou uma realidade mundial na década de 1990, não é mais o que prometia ser. E ninguém sabe ao certo o que ela poderá se tornar, mas pelo menos ter um panorama do que está sendo feito hoje, neste quase final da segunda década dos anos 2000.

Todos os temas do parágrafo acima estão de alguma forma debatidos na mini-série “XPLOIT – Internet sob Ataque“, produção da TVDrone em parceria com a Actantes, TVT e Henrich Böll Stiftung, em 2017. Os seis episódios da série abordam “uma guerra silenciosa que acontece longe dos PCs, laptops e dispositivos móveis mas cujo o resultado interfere diretamente em nossas vidas online e offline”, como diz o texto de apresentação. Contou com a fala de um grupo de entrevistados que vai de Richard Stallman ao jornalista James Bamford, passando pela advogada Flávia Lefèvre, a jornalista Bia Barbosa (do Intervozes), a cientista social Esther Solano e o sociólogo e ciberativista Sérgio Amadeu da Silveira, e tem o mérito de introduzir qualquer pessoa em alguns meandros das disputas políticas políticas e econômicas que trazem consequências diretas em nossos diretos essenciais, dentro e fora do mundo digital. A direção de XPLOIT é de Fabrício Lima e a produção Executiva de André Takahashi. Vale destacar também que, no finald e 2017, receberam o prêmio de “Melhor Série de Documentário” no festival Rio WebFest.

Confira aqui abaixo (e na nossa BaixaTV) os 6 episódios da série

EPISÓDIO 1: Democracia Hackeada

O “Hackeamento” do Marco civil pelos poderes que deveriam zelar pelo estado democrático de direito e suas consequências direito uma democracia é o foco central do episódio. Há entrevistas com Sérgio Amadeu, Veridiana Alimonti, Bia Barbosa, Cristiana Gonzalez e Flávia Lefévre.

EPISÓDIO 2: Força Bruta

Neste episódio, fala-se da perseguição aos ativistas a partir das plataformas digitais, “23 do Rio”, o caso Balta Nunes e os ataques nos espaços periféricos. Entrevistas com Camila Marques, Esther Solano, Guilherme Boulos, Leonardo Sakamoto, de novo Sérgio Amadeu e Silvio Rhatto.

EPISÓDIO 3: Colonialismo 2.0

Como a concentração da infraestrutura da internet nas mãos de alguns países e empresas e a monocultura das grandes aplicações acaba desenhando contornos que lembram o período colonial entre os séculos XVI e XX, impondo uma dependência para seu funcionamento e restringindo a pluralidade sonhada pelos seus pioneiros. Com Carla Jancz, Rodolfo Avelino, Marina Pitta e Carlos Cecconi.

EPISÓDIO 4: Big Brother Big Data

Informações pessoais são o novo commoditie. E para desfrutar desse mercado valioso, empresas em todos os setores realizam uma caça indiscriminada de dados particulares em todo o mundo com consequências reais nas vidas das pessoas mesmo fora do ambiente digital. Planos de saúde recusados, crédito pessoal negado e produtos mais caros estão diretamente ligados à “listas de risco” baseada em uso de aplicativos ou bancos de dados de serviços e a compra e venda de bancos de dados – inclusive de serviços públicos. Diante disso, o congresso nacional vai cedendo ao lobby das corporações e protelando há quase 10 anos uma lei fundamental de proteção de dados pessoais. Falas de Rafael Zanatta, Sérgio Amadeu e Marina Pitta.

EPISÓDIO 5: Da liberdade ao controle

No seu início a internet era um universo de possibilidades. O navegador era uma janela para múltiplos espaços, pensamentos e invenções. Mas o mundo que conhecemos antes da rede mundial de computadores ser criada, não pode permitir que nada exista sem controle. E para um mundo de regras rígidas e relações de poder constituídas inflexíveis não pode permitir que um outro mundo espelhado nele possa existir de uma forma diferente. Assim, tanto corporações quanto Estados nacionais foram se apropriando, amarrando, restringindo e moldando a Internet. Mas nem sempre a Internet esteve sob controle. Houve uma outra internet que muitos já nem se lembram. Neste episódio tem Richard Stallman, Leo Germani, Pegs, Carlos Cecconi e Sacha Costanza-Chock.

EPISÓDIO 6: Resistência

A internet de hoje consegue agregar os piores pesadelos dos Estados totalitários com o ultra-liberalismo econômico. Controle da inovação, restrição do fluxo de ideias, guerra cibernética e caça aos dados pessoais dos usuários. Mas diante desse panorama, é possível resistir? Como e porquê vamos resistir? Entrevistas com Richard Stallman, Pegs, Leo Germani, James Bamford e Sacha Costanza-Chock.

 

]]>
https://baixacultura.org/2018/02/22/a-internet-sob-ataque-cada-vez-mais-forte/feed/ 0
Leia-o também https://baixacultura.org/2009/09/05/leia-o-tambem/ https://baixacultura.org/2009/09/05/leia-o-tambem/#comments Sat, 05 Sep 2009 15:57:34 +0000 https://baixacultura.org/?p=2187 sergio amadeu

Sérgio Amadeu é uma das figuras mais conhecidas no Brasil quando se trata de Cibercultura, Cultura Digital e ciberativismo, dentre inúmeros outros assuntos relacionados à estes três (enormes) guarda-chuvas. De modo que não cabe aqui muita apresentação sobre ele. Eu o conheci pessoalmente por ocasião da Campus Party deste ano, onde ele foi um dos organizadores, e quase sempre era encontrado liderando manifestações e/ou ou defendendo sua posição em debates (como na foto que abre esta postagem) por uma  internet livre.

Recentemente, Amadeu ministrou  uma aula na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), onde falou sobre a quebra do conceito de autoria e a “condição hacker” da sociedade contemporânea. Dessa aula saiu a matéria “Homem Coletivo“, no portal Ciência Hoje, reproduzida também no portal do Instituto Humanitas Unisinos.

Saliento aqui alguns trechos, mas é claro que a leitura completa da(s) matéria(s) é bastante recomendada. Traz algumas boas ideias para se pensar enquanto este patriótico feriadão inicia:

Software é mais parecido com uma música do que com uma turbina de avião: não tem existência física, portanto é imaterial e não é escasso”, diz o sociólogo. E completa: “Se me roubam o celular, eu perco aquele celular para sempre. Se copiam um software que inventei ou um CD que tenho, ambos se duplicam, mas aquilo continua sendo meu. É o que chamamos de ‘bens não rivais’. Portanto, diferentemente do que muitos dizem, pirataria não é crime.”

“O conceito de autoria foi totalmente modificado com a internet. Na cibercultura, a prática é recombinante, segue a tendência do remix. Tudo é produzido coletivamente. No mundo pós-internet, houve uma crise na propriedade”.

Na mesma matéria que o IHU reproduz, há uma indicação para uma entrevista dada por Sérgio Amadeu ao portal ainda em 2007. Nela, o sociólogo também diz coisas interessantes que merecem destaque aqui. Perguntado sobre o debate em torno da cultura livre e da ameaça da apropriação das artes e do conhecimento na era da informação, saiu-se com essa resposta:

Sérgio Amadeu – A questão é bastante complexa, mas nós temos uma situação em que a internet pôde avançar e recobrir o planeta exatamente porque toda a construção dela é baseada numa cultura de liberdade. Vários pesquisadores, entre eles o Manuel Castells, descrevem que na formação dessa grande rede das redes está presente, por exemplo, a cultura acadêmica estadunidense, baseada na ciência que parte do compartilhamento do conhecimento. Por outro lado, há na contracultura dos Estados Unidos o que chamamos de subcultura hacker, que também é baseada na liberdade, na idéia de que o que é bom precisa ser compartilhado. Essas culturas acabaram sendo decisivas para a escrita dos principais protocolos de códigos que compõem a internet. Por isso, a internet é uma grande rede que facilita o fluxo de informações e é algo que não está acabado, avançando, portanto, mediante reconfigurações e recombinações constantes. Os grandes grupos que se tornaram poderosos na economia industrial na área de entretenimento e telecomunicações, principalmente, estão percebendo que a internet está criando várias dificuldades para os seus modelos de negócios, exatamente porque não permite apenas a liberdade dos conteúdos, mas também a liberdade de criação tecnológica. Então, até 1992 não existia lobby ou o modo gráfico da internet. Isso foi criado em cima dos protocolos anteriores. Ninguém tem que pedir autorização para criar alguma tecnologia nova ou novas possibilidades de interação.

Essa liberdade de criação incomoda os velhos grupos, as velhas instituições do mundo industrial, que estão agora tendo que correr atrás dessa cultura de liberdade, querendo implantar uma cultura da permissão, ou seja, querendo controlar a rede. Controlar não só os fluxos de informação, mas também as possibilidades de criação e de recriação, o que implica a própria lógica da internet. Eu diria que a internet é uma obra inacabada, exatamente porque o terreno com que ela é construída é o terreno da liberdade. Nós estamos enfrentando vários problemas para manter a liberdade. Nos Estados Unidos, agora foi constituído um movimento chamado Save the internet com o objetivo de tentar garantir que as operadoras não possam, a partir do controle que elas fazem da infra-estrutura de telecomunicações, controlar igualmente os pacotes, os formatos que podem e que não podem passar pela rede. Em paralelo a essa batalha que está acontecendo nos Estados Unidos, há tentativas de vários países de criar tecnologias de controle ou criar leis nacionais para controlar a rede. E muitas, como no caso do Brasil, dessas leis querem acabar com o anonimato na rede, por exemplo. O objetivo da lei é exatamente implantar, dentro da internet, uma sociedade de controle absoluto, o que é um absurdo, pois impede que as pessoas possam criar dupla e múltiplas identidades e vai impedir que elas tenham liberdade de navegação, facilitando simplesmente que os grandes grupos de pesquisa possam ter identificados os rastros digitais. Ou seja, estão acontecendo várias batalhas, nas quais esses grupos do mundo industrial querem derrotar o que eu chamo de princípios da cultura hacker, os princípios que até hoje garantem o funcionamento livre da internet

**

Sérgio Amadeu é também professor da pós-graduação da Cásper Líbero, em São Paulo. Neste segundo semestre, ele ministra a disciplina de Cibercultura e Comunicação em Rede, e aqui dá para ver todo o programa da disciplina, com ementa, tema de cada aula  e a bibliografia lida. É uma referência importante para quem quer saber mais sobre o assunto.

[Leonardo Foletto.]

Crédito: 1.


]]>
https://baixacultura.org/2009/09/05/leia-o-tambem/feed/ 4