Formação – BaixaCultura https://baixacultura.org Cultura livre & (contra) cultura digital Wed, 14 Sep 2022 04:25:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.9 https://baixacultura.org/wp-content/uploads/2022/09/cropped-adesivo1-32x32.jpeg Formação – BaixaCultura https://baixacultura.org 32 32 A Cultura é Livre no CPF Sesc https://baixacultura.org/2021/12/20/a-cultura-e-livre-no-cpf-sesc/ https://baixacultura.org/2021/12/20/a-cultura-e-livre-no-cpf-sesc/#respond Mon, 20 Dec 2021 18:02:32 +0000 https://baixacultura.org/?p=13905 Em março de 2021, logo depois que lancei o “A Cultura é Livre“, comecei a pensar que ele daria uma boa base pra um curso; até a ordem cronológica dos capítulos pode ajudar a ver a cultura livre como uma história da resistência antipropriedade através dos tempos.

Com ajuda de alguns amigues que me estimularam a estruturar essa ideia, nasceu então o curso, que em sua primeira edição (em formato mini) foi realizado dias 6, 7 e 8/12 no CPF SESC, o centro de pesquisa e formação da rede Sesc em São Paulo. A proposta foi expandir o livro, trazer outros causos, imagens, ideias que não couberam na publicação impressa, com foco no debate contemporâneo sobre a cultura livre na internet e com diferentes perspectivas sobre o tema que não a hegemônica ocidental – depois do livro tenho me debruçado mais nas visões orientais e ameríndias sobre a propriedade Intelectual, seguindo o meu próprio caminho pincelado no último capítulo.

O curso foi online e enxuto, para um público bem diverso. Aqui as apresentações utilizadas como guia para as aulas.

[Leonardo Foletto]

 

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BaixaCharla ao vivo #7: Ciberfeminismos 3.0 https://baixacultura.org/2021/04/30/baixacharla-7-ciberfeminismos-3-0/ https://baixacultura.org/2021/04/30/baixacharla-7-ciberfeminismos-3-0/#respond Fri, 30 Apr 2021 21:08:23 +0000 https://baixacultura.org/?p=13641  

A sétima BaixaCharla ao vivo, terceira de 2021, vai falar sobre Ciberfeminismos 3.0, obra recém publicada pelo Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura (Gig@/UFBA) da UFBA, com organização da professora Graciela Natansohn (Facom/PosCom/UFBA), nossa convidada da conversa.

A obra, publicada em e-book pela Editora LabCom de Portugal [baixe grátis], reúne pesquisadoras e pesquisadores trazendo novos olhares sobre a interface entre o gênero e as tecnologias digitais. Alguns dos temas da publicação são os usos e apropriações das tecnologias de informação e comunicação: o ativismo realizado por mulheres e outros grupos em vulnerabilidade social, sobretudo em prol de uma internet feminista e antirracista; a questão das brechas e violências digitais de gênero; a dataficação, algoritmização e plataformização das tecnologias e mídias digitais e seus impactos nos usos e apropriações por mulheres e pessoas LGBTQIA +.

A proposta do “3.0” do título dialoga com a perspectiva de uma internet mais “madura”, que questiona e perde a inocência da neutralidade da tecnologia, compreende as brechas e violências digitais e elucida a episteme colonial dominante, que se datatificou a partir de algoritmos que arquitetam a criptografia do poder, como Graciela descreve na apresentação do livro:

“A internet institui ainda cenários privilegiados e tensos para a ação política e as resistências e lutas feministas, antirracistas, de mulheres cis e trans, hetero, lésbicas, bissexuais e pessoas queer e não binárias e de­mandam, ao mundo acadêmico, balizar teorizações e práticas alternativas críticas, descolonizadoras, isto é, dar visibilidade e, mais do que nada, le­gitimidade epistêmica a outras formas de imaginar internet, que não se limitem apenas ao uso das plataformas corporativas, à exploração do tra­balho humano via tecnologias sob o nome de empreendedorismo, ao uso exaustivo de ferramentas desenhadas pelas lógicas do capital” 

Fonte:CartelUrbano, el clitoris de la red.

Os ciberfeminismos, hackativismos feministas e transhackativistas estão ‘parindo’ como, segue Graciela, não mais por princípios liberais, extrativistas, brancos e masculinistas, mas por princípios éticos feministas inspirados em ideais emancipacionistas. Ela considera que há uma terceira geração de ciberfeministas nos quais os discursos acerca do feminismo mudaram; interpeladas pelas lutas antirracistas e ambientalistas, reivindicam um mundo e uma internet sustentável, contestam armadilhas da colonialidade digital dominante sem abrir mão do termo “ciber”. 

A proposta da charla é apresentar, ao menos em caráter inicial, conceitos teóricos presentes no livro e compartilhados com autoras como Donna Haraway (o corpo ciborgue), Diana Maffía (dimensão simbólica do corpo e suas fronteiras), Dianna Boyd (Affordances em ambientes digitais e colapso de contexto) e autores transfeministas e dos estudos queer como Judith Butler (performatividade de gênero), Jon Preciado (corpo como um texto sexualmente construído), Foucault (biopoder) nas questões da digitalização de si em ambientes digitais. Também traremos as narrativas históricas da palavra “ciberfeminismo” e  “hackfeminismo” para uma abordagem prática a partir das primeiras iniciativas de coletivos ativistas e as extensões dos conceitos sob o contexto da hiperconexão global. 

 “Nesta década, novas expressões do ciberativismo feminista reaparecem sob o nome hackfeminista, que repensa o lugar do ativismo de outras manei­ras, não se limitando à camada da Internet que produz e divulga conteúdo, mas analisa o campo das infraestruturas lógicas e físicas, responsável pe­las condições de existência da internet. Também autodenominado como transhackfeminista, com todas as suas variações, aderem ao feminismo queer e trans, enfatizam e promovem processos de autonomia tecnológi­ca, comunitarismo, redes alternativas e rejeita as cumplicidades do big data com o modelo de negócios na Internet. Apesar de serem poucos, esses coletivos têm assimilado os princípios hackers relacionados ao software li­vre, mas com uma forte crítica ao androcentrismo típico da cultura hacker.”

Fonte: Ilustração Leonard Beard.

Para debater o tema, Leonardo Foletto e Tatiana Balistieri, do BaixaCultura, conversam com Graciela Natansohn, coordenadora do GIG@, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas e da FACOM da UFBA. Graduada em Jornalismo e Licenciatura em Comunicação Social pela Universidad Nacional de La Plata (Argentina), possui Mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA. Suas pesquisas e produções concentram-se na interseção entre a comunicação e o feminismo e sobre questões de gênero na cultura digital e no jornalismo. Atualmente pesquisa “ A Apropriação de mídias digitais – Um Olhar de gênero”, onde problematiza as experiências das pessoas nas suas aproximações às tecnologias de informação digitais, com um olhar sensível às questões de gênero e outras interseccionalidades.

A conversa vai ser realizada na quinta-feira, 6 de maio, às 19h, no canal do Youtube do BaixaCultura, onde as outras charlas já estão disponíveis. Nas próximas semanas ela também vira podcast, que pode ser escutado aqui e nas principais plataformas de streaming.

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BaixaCultura seleciona assistente de pesquisa & comunicação https://baixacultura.org/2021/01/15/baixacultura-seleciona-assistente-de-pesquisa-comunicacao/ https://baixacultura.org/2021/01/15/baixacultura-seleciona-assistente-de-pesquisa-comunicacao/#comments Fri, 15 Jan 2021 14:15:36 +0000 https://baixacultura.org/?p=13335

Somos um LABORATÓRIO ONLINE que trabalha com documentação, pesquisa, formação e experimentação em cultura livre, contracultura digital e tecnopolítica criado em 2008. Somos um ponto da Rede de Produtoras Culturais Colaborativas, que atua nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país, e colaboramos com diversas redes e grupos  do Brasil e Ibero-América, como hackerspace Matehackers, LabHacker, Creative Commons Brasil, CCD POA, Ônibus Hacker, Café Reparo, Cultura Libre Facción, Encontro de Cultura Livre do Sul Global e Associação do Software Livre. Em 2020 fomos um dos indicados ao prêmio Frida na categoria Internet Livre e Aberta, entre mais de 500 projetos de cultura digital e ciberativismo da América Latina.

Para produzir os conteúdos inéditos no site, estudar e organizar para as oficinas, formações e experimentações diversas que realizamos, selecionar e publicar diariamente informações nas redes sociais, articular eventos, campanhas e encontros em prol da cultura e do conhecimento livre, são necessárias diversas horas por semana de trabalho, realizados pelo editor do site (Leonardo Foletto) e alguns colaboradores pontuais. Para aprimorar esse fluxo, estamos precisando de apoio de uma pessoa fixa, que vai trabalhar no auxílio à comunicação do BaixaCultura e na relação com seus parceiras/os, colaboradoras/es e demais pessoas, em torno do site (https://baixacultura.org). A pessoa selecionada dará apoio (não vai cuidar sozinha, claro) nos seguintes canais:

_ Twitter: http://www.twitter.com/baixacultura
_ Facebook: http://www.facebook.com/baixacultura
_ Instagram:https://instagram.com/baixacultura
_ YouTube: http://www.youtube.com/baixacultura
_ Canal de transmissão Telegram: https://t.me/baixacultura;
_ Apoia.se (financiamento coletivo): https://apoia.se/baixacultura
_ Newsletter mensal;

PERÍODO

Disponibilidade de cerca de 10h semanais. Trabalho remoto, pode ser realizado de qualquer lugar.

PERFIL ESPERADO:

_ Interesse e noções básicas do noticiário na área cultural em sua relação com as tecnologias digitais, o ativismo, a política das tecnologias e os direitos humanos na internet (direitos digitais);
_ Ter o costume de parar para respirar de vez em quando;
_ Ter bom relacionamento com pessoas e grupos e noções de interlocução com apoiadoras/es em financiamentos coletivos, recorrentes e pontuais;
_ Gostar de escutar tanto quanto (ou mais) do que falar;
_ Conhecer e saber usar redes sociais proprietárias (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube) e interesse em entender e usar redes sociais não proprietárias;
_ Desconfiar que a ação política está em todos os lugares, atos, pessoas e tecnologias;
_ Ter entendimentos básicas de produção e diagramação de newsletters e de publicação de conteúdos (textos, fotos, áudios e vídeos) em sites na internet via plataforma WordPress;
_ Ser curiosa/o em pesquisar aquilo que não tem certeza e humildade em assumir – e dizer – que não sabe;
_ Conhecer (ou ter interesse para se aprofundar) software, tecnologias e licenças livres – se usuário, melhor, mas não é obrigatório;
_ Assumir que tem preconceitos e ter disponibilidade para diminuí-los a partir da ação cotidiana anti racista e anti machista;
_ Estar cursando ou ter abandonado/cursado alguma faculdade (se comunicação melhor, mas podem ser outras);
_ Suspeitar que as tecnologias, todas elas, não são neutras;
_ Ter noções de design e algum conhecimento de programas de programação visual;
_ Intuir que existem outras formas de viver uma vida plena que não a que predomina hoje na sociedade ocidental capitalista;
_ Compreender o básico (para a leitura e escuta, eventualmente escrita e fala) em espanhol e inglês;
_ Respeitar a pandemia de coronavírus e jamais aglomerar enquanto não houver vacina;

REMUNERAÇÃO

R$500, com possibilidades do valor ser aumentado a partir do terceiro mês se novos projetos forem efetivados. Sabemos que o valor está longe do ideal, mas é o que um pequeno e aguerrido projeto como nós conseguimos pagar nesse momento. 

INTERESSADXS devem enviar um texto com uma breve análise do conteúdo e do site do BaixaCultura (https://baixacultura.org), do porquê gostaria de participar e um currículo breve e/ou portfólio para info@baixacultura.org. Até o dia 27 DE JANEIRO DE 2021.

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Insurreição Popular e tecnopolítica para Cineclubes https://baixacultura.org/2020/11/26/insurreicao-popular-tecnopolitica-e-contracultura-digital-para-cineclubes/ https://baixacultura.org/2020/11/26/insurreicao-popular-tecnopolitica-e-contracultura-digital-para-cineclubes/#respond Thu, 26 Nov 2020 20:08:54 +0000 https://baixacultura.org/?p=13287

Você sabia que existe uma escola de audiovisual pública com vários cursos gratuitos de formação na área, entre eles um de cineclubistas? Também não sabíamos, até conhecer a Vila das Artes, ligado à Secretaria de Cultura de Fortaleza, no Ceará. Ainda ano passado, fomos convidados a participar de um evento aberto ao público realizado pela escola, mas devido a diversos contratempos não conseguimos.

Nesse ano, com a pandemia a nos mostrar as possibilidades expandidas de participação remotas, conseguimos estar presente no curso de Formação de Cineclubistas e Exibidores Independentes. Foram seis horas de um curso/disciplina que, com a sugestão da secretaria da escola, chamamos de “Insurreição Popular: Tecnopolítica e ContraCultura Digital para Cineclubes“. Nela, fizemos um resgate da cultura livre e de uma certa contracultura tecnopolítica para discutir desde a propriedade intelectual e a história de alguns aparatos técnicos de exibição de cinema e vídeo até as formas livres de produção e circulação de bens culturais. Com um público muito diverso, gente de Fortaleza mas também do interior do Ceará, Bahia e Santa Catarina – possibilidades que o online permite.

Na primeira aula, o percurso foi guiado pela pergunta: “Como chegamos até aqui?”. Depois da apresentação de todxs e da disciplina, tentamos responder a esta pergunta nos debruçando sobre a história dos aparatos tecnopolíticos de acesso, produção, distribuição e exibição de filmes: cinema, vídeos, televisão; até chegar a internet. Aqui está a apresentação que guiou essa fala.

Na segunda, chegamos nos softwares e nos computadores para falar de software e cultura livre. Voltamos ao século XVII para falar das origens capitalistas e liberais da propriedade intelectual (copyright e direito do autor), para então comentar sobre práticas anti-copyright no século XX – Dada, Detournament, Rap, sampler, etc – chegando ao copyleft e as licenças livres, Creative Commons, ArteLibre e outras licenças, comentadas a partir dessa apresentação.

Por fim, falamos de Cultura P2P e Contracultura digital a partir da internet: formas de circulação e distribuição de filmes na internet, compartilhamento de arquivos, download livre e pirataria, tecnopolítica e ciberativismo do conhecimento livre, entre outros temas correlatos que dizem respeito à questões de hoje e que tiveram como guia essa apresentação.

Os vídeos das três aulas estão logo abaixo. Foram editados para ressaltar a parte do conteúdo, cortando algumas apresentações e pausas comuns em um processo dialógico de sala de aula (mesmo online). Logo abaixo estão algumas das referências básicas usadas, todas elas disponíveis na Biblioteca do Comum, projeto que mantemos junto com o Instituto Intersaber para a disponibilização livre para download de obras ligadas à cultura livre, agroecologia, bens comuns, tecnopolítica, ciência cidadã, educação expandida, tecnologias sociais, entre outros temas.

REFERÊNCIAS (principais)

BELISÁRIO, A; TARIN, B (Org.). Copyfight: Pirataria & Cultura Livre. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2012. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/39

COHN, Sérgio. SAVAZONI, Rodrigo (org.). Cultura Digital.br. Rio de Janeiro; Azougue, 2009. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/40

FCFORUM. Cultura libre digital. Nociones básicas para defender lo que es de todxs. Barcelona; Icaria Editorial, 2012. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/47

STALLMAN, Richard. Software libre para una sociedad livre (trad. principal aron Rowan, Diego Sanz Paratcha y Laura Trinidad). Madrid; Traficante de Sueños, 2004. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/48

GARCÍA GAGO, Santiago (org.) 10 Mitos sobre la cultura libre y el acceso abierto al conocimiento. Guatemala; Radialistas.net, 2014. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/45

LESSIG, Lawrence. Cultura livre: Como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade. São Paulo, Editora Trama Universitário, 2005. Disponível em: http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/47

VVAA. Copyleft: manual de uso. Madrid; Traficante de Sueños, 2006. http://www.bibliotecadocomum.org/items/show/2

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https://baixacultura.org/2020/11/26/insurreicao-popular-tecnopolitica-e-contracultura-digital-para-cineclubes/feed/ 0
Tecnopolítica & Contracultura em Porto Alegre https://baixacultura.org/2019/09/30/tecnopolitica-contracultura-em-porto-alegre/ https://baixacultura.org/2019/09/30/tecnopolitica-contracultura-em-porto-alegre/#respond Mon, 30 Sep 2019 12:48:02 +0000 https://baixacultura.org/?p=13011

A terceira edição do curso”Tecnopolítica e Contracultura” chega a Porto Alegre em Outubro, no querido espaço da APPH (Associação de Pesquisas e Práticas em Humanidades), no centro da cidade. Serão três dias de intensas trocas sobre um pensamento tecnopolítico que atravessa os autonomistas italianos da década de 1970, passa pela explosão de criatividade (e otimismo) dos 1990, é alimentado pelas ideias e princípios hackers dos 1980, 1990 e 2000 e chega na encruzilhada do final desta década de 2010 buscando entender o que deu errado no mundo digital e o que pode (deve?) mudar para que possamos sair da “ressaca da internet” que tanto comentamos.

Atualizamos a bibliografia com novas leituras e organizamos melhor as referências do curso, que como os participantes das outras edições já sabem, disponibilizamos ao final (em PDF).

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Tecnopolítica e Contracultura: um passeio pelo pensamento de anarquistas, autonomistas, hackers e outros rebeldes
24, 25 e 26/10, na APPH, em Porto Alegre.
20 vagas. Inscrições aqui – Estudantes e apoiadores/as do BaixaCultura no Apoia.se ganham desconto.
Evento no Facebook.
Quer fazer o curso mas não tem como pagar agora? Nos escreva que conversamos: info@baixacultura.org
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Se nos anos 1990, com o casamento do digital com a internet, enxergávamos enormes possibilidades de libertação (da informação de grandes grupos midiáticos, de liberdade de falar o que bem quiser, de criar tecnologias e mundos novos), hoje parece que estamos a lidar com consequências nefastas, representadas em uma palavra na moda nestes tempos: distopia. Nos descuidamos – ou não conseguimos? – prestar atenção na ascensão de plataformas globais de tecnologia, que por sua vez construíram bolhas de informação que confirmam pontos de vista, espalham mentiras e criam realidades alternativas que em muitos casos não há informação comprovada que consiga mudar.

Como podemos compreender o contexto tecnopolítico hoje? Que caminhos podemos apontar para discutirmos e transformarmos a política que sempre está junto na construção de tecnologias? A proposta desse curso é buscar algumas respostas para estas perguntas olhando para o passado e o presente e passear por alguns pensamentos rebeldes sobre a tecnologia desenvolvidos na segunda metade do século XX até hoje. Começamos pelos autonomistas surgidos no ‘maio de 68’ italiano que durou mais de uma década, com foco especial em Antonio Negri, Franco “Bifo” Berardi, Paolo Virno e Mário Tronti. Passamos pela explosão de novidades da arte e do ativismo digital dos anos 1990, com Wu Ming, mídia tática, altermundistas, Critical Art Ensemble, zapatistas e autores como Pierre Levy, Manuel Castells, Bifo (novamente) e Richard Barbrook; continuamos com os hackers, “paranóicos visionários”, e seus princípios éticos de transparência, liberdade e autonomia com as tecnologias, a partir das ideias de Richard Stallman, Pekka Himanen, Sérgio Amadeu, Eric Raymond, César Rendueles, Aracele Torres, entre outres; e chegamos até hoje, com a ascensão das redes sociais como principais espaços de discussão pública nas redes digitais e o fim da internet como a conhecemos nos 1990 e 2000, no que chamamos de “ressaca da internet”, com autores como Jaron Lanier, Bifo (de novo!), Evgeny Morozov, Shoshana Zuboff, Jonathan Crary e Trebor Scholz.

Esta é terceira edição deste curso-experimento; a primeira foi realizada em 2/2019, em São Paulo, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc e a segunda em 6/2019 na UFSM, em Santa Maria-RS.

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https://baixacultura.org/2019/09/30/tecnopolitica-contracultura-em-porto-alegre/feed/ 0
Streaming e a “pirataria” digital atuam em parceria? https://baixacultura.org/2019/09/25/streaming-e-a-pirataria-digital-atuam-em-parceria/ https://baixacultura.org/2019/09/25/streaming-e-a-pirataria-digital-atuam-em-parceria/#respond Wed, 25 Sep 2019 14:59:46 +0000 https://baixacultura.org/?p=13003 Faz alguns anos que, aqui no BaixaCultura, temos uma seção em que publicamos trabalhos acadêmicos (TCCs, dissertações e teses) sobre os temas que tratamos (cultura livre, direito autoral, compartilhamento, “pirataria”, guerrilha da comunicação, contracultura digital, tecnopolítica), acompanhados de textos mais soltos que apresentam os trabalhos. Alguns dos trabalhos trataram, por exemplo, da relação do jornalismo com o compartilhamento a partir do The Pirate Bay; das táticas antimidiáticas contra o biopoder de Luther Blisset; da batalha entre propriedade intelectual e a cultura livre; um zine-dissertação que fala de produção de conhecimento.

O de hoje é a tese de Andressa Soilo, pesquisadora e agora doutora em Antropologia Social pela UFRGS. Abaixo está o texto que ela fez especialmente pra apresentar sua tese; ao final, seu trabalho está disponível na íntegra.

[Leonardo Foletto, editor]

 

O tema de minha tese surgiu de meu interesse pela prática da pirataria, e da então atraente e promissora tecnologia streaming. Em 2015, quando ingressei no doutorado em Antropologia Social na UFRGS, quando ainda sondava a temática de minha futura tese, o streaming vivia o apogeu de sua popularidade enquanto meio de distribuição e consumo de entretenimento, e irrompia como promessa, esperança, solução para aqueles desconfortáveis com a prática dita “pirata” – acesso não-autorizado de conteúdo.

As expectativas e os novos ares que tal tecnologia mobilizava à época estavam associados, sobretudo, a um possível declínio, e até morte da pirataria em razão das (cativantes) plataformas de streaming existentes. Essa atmosfera mobilizou não apenas um estranho frenesi pelo possível óbito de uma prática que resistia há duas décadas a nível global, mas também meu interesse em analisar as relações entre as plataformas de transmissão instantânea e a pirataria. Afinal, seria o colapso de um meio de acesso a conteúdo altamente popular? Seria o fim da pirataria? Quem recorreria a tal prática após a sólida notoriedade de serviços como Spotify e Netflix? Estaria a pirataria tão distante de tal tecnologia?

As perguntas eram diversas. Não havia quem, em meu círculo social, que não comentasse de alguma série ou documentário que assistiram na Netflix, ou que não mencionasse as playlists que faziam ou que lhes eram recomendadas pelo Spotify. O que a pirataria tinha a ver com essa localização de diversos adoradores do entretenimento na legalidade? Muito.

No período de julho de 2015 a maio de 2019 analisei, através etnografia no campo digital, as relações entre pirataria e o mercado legalizado de streaming de filmes, músicas e produções correlatas. Minha pesquisa teve como interlocutores, dados, campo e meio de transporte ao campo, o espaço digital oportunizado pela internet. Os agentes, as interações observadas, os dados produzidos foram possíveis através de redes de transmissão de dados, backbones, provedores de acesso, url’s (Uniform Resource Locator), sites, programas, algoritmos, hardwares, entre tantos outros agentes sociotécnicos capazes de produzir e estabelecer mediações entre pessoas e o contexto digital.

Analisei, especialmente, manifestações de serviços de streaming que tem como principal finalidade a venda de acesso/assinatura, como Spotify, Deezer, Netflix, Tidal, Hulu e Amazon Prime Video; as agências de 314 interlocutores localizados em 31 países praticantes da “pirataria” na mídia social Reddit, mais especificamente no subreddit Piracy; e a agência do programador da plataforma de streaming Leonflix, plataforma considerada pirata.

Após inúmeras horas de interação e análise no campo digital e depois da coleta de centenas de relatos e discursos de interlocutores, foi a mim possível visualizar respostas às perguntas que inicialmente me instigaram a produzir minha tese.

A pirataria não se apresenta “fora” da distribuição e consumo legalizados do entretenimento. Ela é uma coautora de tal formato de acesso, influenciando, inspirando e dialogando com o circuito da indústria formal. Minha pesquisa permite argumentar que a “pirataria” e os serviços de streaming atuam dialogicamente de modo a integrarem uma maleável e mutável cadeia relacional de negociações atravessada por moralidades, sentidos de justiça, criatividades, interações com a lei e desejos.

Constantemente ajustada por segmentos considerados ilegais, o mercado do entretenimento em streaming é produzido tanto por CEOS’s, produtores e artistas, quanto por programadores e usuários “piratas” que estabelecem, muitas vezes através de vias extralegais, os padrões do “dever ser” da indústria.

[Andressa Soilo]

A tese, chamada Habitando a distribuição do entretenimento: o regime de propriedade intelectual, a tecnologia streaming e a “pirataria” digital em coautoria“, está disponível para consulta e download.

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https://baixacultura.org/2019/09/25/streaming-e-a-pirataria-digital-atuam-em-parceria/feed/ 0
Tecnopolítica & contracultura em Santa Maria https://baixacultura.org/2019/05/30/tecnopolitica-contracultura-em-santa-maria/ https://baixacultura.org/2019/05/30/tecnopolitica-contracultura-em-santa-maria/#comments Thu, 30 May 2019 22:11:02 +0000 https://baixacultura.org/?p=12842

 

Estamos orgulhosos de anunciar a segunda edição do nosso curso “Tecnopolítica e Contracultura: Um passeio pelo pensamento-ação tecnopolítico de anarquistas, autonomistas, hackers e outros rebeldes“, agora em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul.

O curso teve sua primeira edição em fevereiro de 2019 no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo (confira como foi) e agora chega em uma versão condensada e de guerrilha em Santa Maria. Além de discutir, vamos trazer (e disponibilizar) uma bibliografia reunida de anos e , também, propor movimentos práticos para a ação.

O disparador são os conceitos que atravessaram a contracultura e chegaram até o universo hacker atual, e além. Partindo dos movimentos das décadas de 60, 70 e 80 do século XX focamos em conceitos e práticas ligados ao pensamento e ao universo sociotécnico. Demonstramos a atualidade desses termos para pensarmos o hoje e sairmos da paralisia contemporânea que está nos arrastando para pontos de catástrofe, de não retorno.

Assim, frente aos esgotamentos das formas de representação social e política e das formas clássicas de organização do social, das instituições da modernidade, do público e do privado, como pensar esses deslocamentos, com que ferramentas e que aberturas ou brechas é possível cartografar? É possível cartografar nuvens e fumaça?

Para tentar fazer melhores perguntas e aproximarmos de respostas que nos convoquem para ação, propomos esse curso: “Tecnopolítica e Contracultura“, conduzido por Leonardo Foletto, editor do BaixaCultura, jornalista e doutor em comunicação pela UFRGS, e Leonardo Palma, pesquisador independente, agitador cultural radicado em Santa Maria, ativista da Rede Universidade Nômade e um profundo conhecedor da obra dos autonomistas italianos a partir da década de 1970.

O passeio teórico-prático busca resgatar um pensamento tecnopolítico em quatro momentos:
1) os autonomistas italianos da década de 1970;
2) pós-operaísmo, altermundistas, Fórum Social Mundial e mídia tática dos 1990; 3)
hackers: paranóicos visionários, dos 1980, 1990 e 2000;
4) hoje, com a ascensão das redes sociais como principais espaços de discussão pública nas redes digitais e o fim da internet como a conhecemos nos 1990 e 2000.

Será realizado dias 6 e 7 de junho, das 14h às 18h30, no Auditório do Nesaf (prédio 44F), no campus em Camobi da UFSM, em Santa Maria [para chegar no 44F, desça em frente ao CAL – Centro de Artes e Letras (CAL), passe o CCCR 1 (prédio 42), o CCR2 (44); atravessa a rua e lá está o 44F CCR e dentro o Auditório].

Por conta do apoio do Programa de Pós Graduação em Extensão Rural e do Núcleo de Estudos e Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET) da Universidade Federal de Santa Maria, o curso custa R$10 (para estudantes universitários ou secundaristas) e R$30 (público geral). Pagamento realizado na hora, presencial.

Inscrições: https://forms.gle/HyUWsoNYFLTimcQV9

SERVIÇO
Tecnopolítica e Contracultura
6 e 7 de junho, 14h às 18h30
Auditório do Nesaf (prédio 44F), Campus UFSM
Santa Maria, RS
R$10 (para estudantes universitários ou secundaristas) e R$25 (público geral)
Evento Facebook
Pagamento realizado na hora

Apoios

Programa de Pós Graduação em Extensão Rural e do Núcleo de Estudos e Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET) da Universidade Federal de Santa Maria
Rede Sina
Baleiro das Artes
Ultra Produtora
Disco Voador
PhotoCópias

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Como documentar um projeto cultural? https://baixacultura.org/2019/03/15/como-documentar-um-projeto-cultural/ https://baixacultura.org/2019/03/15/como-documentar-um-projeto-cultural/#respond Fri, 15 Mar 2019 16:01:47 +0000 https://baixacultura.org/?p=12752 * Esta postagem foi feita em dois momentos: antes e depois do curso. Na primeira parte, está a parte de divulgação do curso; na segunda parte, o relato feito depois de finalizado a oficina.

Entre 2016 e 2017, quando fizemos Enfrenta! na Espanha, um dos desafios que tivemos foi a documentação dos projetos. Como relatar, gravar e registrar entrevistas  mais de 20 coletivos de diversos lugares e com várias diferenças (e semelhanças)? Optamos por um blog, e de alguns aprendizados desse processo, seja no documentar em si quanto no que os coletivos falaram sobre o processo de documentar, é que nasceu uma metodologia recombinante (de outras várias) e essa oficina.

Como podemos deixar um registro significativo dos projetos e das ações que realizamos? Ou como compartilhar o processo de criação antes, durante e depois de uma atividade? Aprender com os erros, refletir sobre o já feito e ativar a memória para que nossos projetos persistam, mesmo que como documentos que vão ajudar outrxs a fazer melhor, são alguns dos proveitos de realizar uma boa documentação de projetos. É certo que a internet e a tecnologia digital facilitam a produção de registros, porém documentar bem vai muito além de publicar uma foto em redes sociais: envolve sistematização de informação, trabalho com a memória e cuidado com o modo de arquivar o conteúdo. É também contar uma história, deixar registrada uma versão dos fatos.

A proposta da oficina, que vai ser realizada no CPF Sesc, em São Paulo, 13, 14 e 15 de março, das 10h30 às 13h30, é mostrar como proceder para garantir uma documentação de projetos, do nível mínimo ao qualificado. Vamos (eu, Leonardo Foletto, editor do Baixa; e Sheila Uberti, colaboradora do projeto) trabalhar sobre tópicos como questões introdutórias da importância da documentação e da memória, como selecionar e organizar o que será relatado das ações, o uso de ferramentas de registro e de arquivo (de preferência as livres), a organização das competências de cada pessoa para produzir bons registros e a publicação dos materiais nas redes digitais (mas também em nossos arquivos internos). O pré-requisito é que xs participantes façam parte de algum projeto cultural, ativista, social, de cuidados, comunicação, inovação e que tragam (ou que tenham acesso para buscar) informações de seus projetos, assim permitindo a realização da atividade prática de documentar.

Inscrições e mais detalhes aqui. Depois do curso, como não poderia deixar de ser, documentamos aqui e trazemos referências e o material utilizado na oficina.

EDIÇÃO PÓS-REALIZAÇÃO: RELATO

Como prometemos, segue um relato e o material (em PDF) que utilizamos na oficina.
Ela foi realizada durante três dias, no quarto andar do prédio da Fecomércio, em São Paulo, onde fica o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, uma unidade (das mais de 20 na Grande São Paulo) focada em oficinas, cursos e palestras muito interessantes.

Ao chegar na sala destinada à oficina, propusemos uma organização diferente das classes: em vez do tradicional formato sala de aula, em linhas, montamos um círculo, encaixando as mesas quebra-cabeças do espaço. O formato de roda permite que todos se vejam e proporciona maior proximidade, física e subjetiva, entre as pessoas.

Depois da apresentação de cada um (nome, como chegou no curso, o que faz, o que você entende por documentar?), apresentamos o roteiro, esboçado antes mas ajustado a cada momento, de acordo com os interesses e a quantidade dos participantes (fomos entre 12 e 15, nos três dias, além dos dois oficineiros). Para o primeiro dia, trouxemos um pouco de conteúdo sobre documentar, espaços de documentação, porquê documentar, processos de arquivo no meio digital. Ao final do primeiro dia, fizemos um exercício simples de documentação a partir do modelo do CTA, que adaptamos conforme as imagens abaixo do FlipChart. A proposta era organizar o que é mais importante de cada projeto para, ao longo dos dias, ir aprofundando esse relato. Dividimos a turma em duplas e trios e cada grupo escreveu sobre projetos que trouxeram, seja os que já trabalham como os que estão para realizar.

No segundo dia, iniciamos retomando alguns tópicos trabalhado na véspera e logo iniciamos a leitura dos relatos dos projetos feitos a partir do modelo. Comentamos brevemente cada um, de forma a alinhar e organizar a estrutura dos textos. Depois disso seguimos para a apresentação dos três eixos que escolhemos para guiar a documentação: formato, plataformas e ferramentas. Apresentamos formatos, ferramentas e plataformas para publicação na internet, dando preferência àquelas de código aberto. Explicamos também, a partir de um vídeo (tudo está na apresentação em PPT), como funciona um domínio e um servidor na rede – questões que são básicas para a autonomia em nossos projetos e assim não depender de “nuvens” (lembremos o meme: não são “nuvens”, mas sim computadores de outros) que não sabemos bem como funcionam. Por fim, nesse dia encerramos com o licenciamento, etapa que segue a de publicação da documentação na rede.

No terceiro dia, voltamos a algumas ferramentas e plataformas do dia anterior (falamos de muitas!), detalhamos mais alguns tópicos (como o de cultura hacker e as licenças livres) e, então, fizemos um segundo exercício MãonaMassa. Com os relatos simples construídos no primeiro dia, a proposta era detalhar, mesmo que no papel (não tínhamos computadores para todes), quais vão seriam os formatos, plataformas e ferramentas utilizados na construção da documentação de cada projeto. A partir daí, encerramos a oficina com dicas da última etapa do processo de documentação digital, a circulação nas redes. Falamos um pouco das redes sociais, de como empatizar com o nosso público, de SEO, do planejamento dos conteúdos e da importância de dar prioridade para nossos blogs, sites e plataformas na hora de publicar, e, a partir deles, espalhar nas redes sociais. Assim valorizamos as ferramentas e plataformas nas quais temos maior autonomia, e não redes como facebook e Twitter, que, para além das questões tecnopolíticas implicadas, dificultam a recuperação posterior do material.
A experiência de realizar essa oficina foi bastante interessante para nós, que trabalhamos documentando projetos alguns bons anos. Nos ajudou a organizar um processo que, muitas vezes, encaramos como “natural” e, por isso, não paramos para refletir com profundidade sobre suas etapas. Assim criamos um material e uma metodologia que ajuda a potencializar a criação de relatos consistentes e que possam permancer nessa grande biblioteca aparentemente infinita que é a internet. Criar uma memória significativa de projetos culturais ajuda tanto na contação das histórias como na recuperação desses processos para a criação de novos projetos além de ser um requisito indispensável na prestação de contas de qualquer tipo de projeto.

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Privacidade na rede: táticas e técnica de segurança digital https://baixacultura.org/2019/03/07/privacidade-na-rede-taticas-e-tecnica-de-seguranca-digital/ https://baixacultura.org/2019/03/07/privacidade-na-rede-taticas-e-tecnica-de-seguranca-digital/#comments Thu, 07 Mar 2019 11:54:06 +0000 https://baixacultura.org/?p=12749

Alexandre Kupac / FISL

Desde pelo menos as primeiras denúncias de Edward Snowden sobre a NSA, em junho de 2013, já sabemos que os governos e as empresas vigiam nossas comunicações digitais na rede. O cerceamento da internet por um pequeno apanhado de empresas privadas – Google, Facebook, Amazon e Apple – tornou ainda mais fácil a vigilância.

Em troca de acesso “grátis” a serviços e sites da internet, oferecemos dados valiosos sobre nossa vida: o que comemos, onde moramos, que lugares frequentamos, quem são nossas amigas, quais nossas artistas favoritas, por onde nos deslocamos pelo mundo, em quem votamos, que causas somos a favor ou contra, entre outras milhares de informações que fornecemos nas redes sociais, nos aplicativos de nossos smartphones e em nossas navegações diárias na internet.

Nesse cenário, como os indivíduos podem proteger minimamente sua privacidade de grandes empresas que controlam ainternet e também de governos? Faremos, na próxima terça-feira 12/3, das 14 às 18h, uma oficina de “Privacidade na rede: táticas e técnica de segurança digital“, no CPF-SESC, em São Paulo. A proposta é conversar sobre como lidamos com nossos rastros digitais, quem nos rastreia, onde isso é feito e porquê. O objetivo também é apresentar estratégias, ferramentas e formas de navegar na web e usar seu smartphone de forma segura, para evitar ou minimizar o rastreamento.

Serão mostradas ferramentas de navegação anônima e antivigilância, aplicativos de trocas de mensagens instantâneas seguros e uma introduçãobásica à criptografia, de modo que qualquer pessoa, sem conhecimento aprofundado da internet e da tecnologia, possa se proteger minimamente nas redes digitais.

Inscrições aqui. Depois contamos aqui como foi e mostramos o material utilizado na oficina.

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A oficina teve a presença de 20 pessoas e foi uma conversa guiada sobre o assunto, organizada em dois momentos:

1. CONTEXTO: COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?

Ressaca da Internet, espírito do tempo;:

Capitalismo de dados/vigilância, economia da atenção; redes sociais modulando nossas emoções;
_ A Sociedade de Controle: Manipulação e modulação nas redes digitais. Joyce Souza, Rodolfo Avelino, Sérgio Amadeu da Silveira (2019, Hidra);
_ Capitalismo de Vigilãncia, Shoshana Zuboff:
“A direção através de mais e mais extração de dados e analise. / O desenvolvimento de novas formas contratuais usando monitoramento computacional e automação / O desejo de personalizar e customizar os serviços oferecidos para os usuários de plataformas digitais / O uso de infraestrutura tecnológica para executar experimentos futuros em seus usuários e consumidores”.
_ O que é privacidade hoje?
Público X privado; dados pessoais X dados sensíveis;

2. E AGORA?

Resistir ou re-existir na rede?
Outra forma de usar a rede. Proteção de dados pessoais. Meus dados, minhas regras. Regulação? GDPR
Direito à privacidade: fundamental para garantir articulação dos mais frágeis diante dos grupos de poder;
Transparência nos algoritmos. Software Livre (“como orgânico”). Autonomia.

SEGURANÇA DIGITAL: de quem nos proteger? Estado, empresas, outras pessoas?
FreeNet.

Programa básico
Signal – Tor – Servidores de e-mail alternativos – criptografia –
compartimentalização de identidades: uma estratégia eficiente é, aos poucos, irmos criando perfis diferentes, de acordo com nossos usos das redes, de modo que pelo menos seja mais difícil ligar os pontos para montarmos nossa identidade principal. Se vivemos em um mundo ultra-fragmentado, porque também não fragmentamos nossa identidade na rede? Quel tal sermos outrxs, diversos e múltiplos?
DATA DETOX

Aqui o pad com o roteiro da oficina completa.

Abaixo tem uma foto do oficineiro tirada por Jean Paz, jornalista do Sesc (que tb fez a oficina).

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Encontro de Cultura Livre do Sul – todos os vídeos y relatos https://baixacultura.org/2018/11/30/encontro-de-cultura-livre-do-sul-todos-os-videos-y-relatos/ https://baixacultura.org/2018/11/30/encontro-de-cultura-livre-do-sul-todos-os-videos-y-relatos/#respond Fri, 30 Nov 2018 16:04:33 +0000 https://baixacultura.org/?p=12649

Terminou o Encontro de Cultura Livre do Sul. Ou só começou: as redes estão formadas, resta nos unir e manter por perto para enfrentar o que vem por aí. O debate continua em nosso grupo em Investigación Social e nas redes, o mapeo em Civics, a curadoria de produtos culturais livres em Ediciones de La Terraza e os relatos de cada uma das mesas será publicado até o dia 7/12 – vamos organizando os links por aqui assim que publicados.

Também estamos trabalhando nos desdobramentos do evento em um texto-manifesto que, por hora, está em rascunho, aberto para acreścimos, edições e assinaturas – individual ou de forma coletiva. São boas novidades em prol de uma continuidade do trabalho tão importante e que julgamos necessário: articular e conectar a cultura livre desde o sul global.

Acá abaixo estão todos os vídeos das 6 mesas do evento, da abertura e da pré-abertura com o lançamento da coletânea impressa da revista Pillku.

Presentación de la edición impresa de la revista “Pillku, amantes de la libertad”, en el marco del primer Encuentro Online de Cultura Libre. Se puede descargar en versión PDF en este enlace.  Participaram Anita Almada, Estrella Soria (MEX), Jorge Gemetto (URU) y San Hoerth (HON)

Abertura do encontro com os organizadores e coordenadores das mesas: Barbi Couto (Argentina), Bia Martins (BRA), Dani Cotillas (ES), Jorge Gemetto (UY), Leonardo Foletto (BRA) e Mariana Fossati (URU).

Mesa 1, Políticas públicas e reformas legais.
Participaram: María Juliana Soto y Lucía Camacho (COL), Diego Morales (ECU), Mariangela Petrizzo (VEN), Esteban Magnani (ARG), Daniel Cordones (URU), moderação de Jorge Gemetto (URU).

Mesa 2, Digitalização de acervos e acesso ao patrimônio cultural.
Participaram Fabs Balvedi (BRA), Gabriela Riera (ARG), Patrícia Peñafiel (EQU) e Pedro Jatobá BRA), com moderação de Carlos Lunna (BRA). Leia o relato da mesa, por Carlos Lunna.

Mesa 3, Laboratórios, hackerspaces e outros espaços de comunidades locais.
Participaram: Esaú Acosta (ES), HackLab Feminista La Chinampa + Insubordinadas (MEX), Karina Menezes (BRA), Carlos Diego (BRA), Illa_bekka (ARG-ES), moderação de Bia Martins (BRA) e Dani Cotillas (ES).

Mesa 4, Redes Internacionais. Como nos inserimos em um movimento global.
Participaram Constanza Belén Verón (ARG),  Juliana Guerra (MEX), Leonardo Sehn (BRA), Marcela Basch (ARG) e Rodrigo Savazoni (BRA), mediação de Leonardo Foletto e Janaína Spode (BRA).

Mesa 5, Produção cultural livre.
Participaram Gonzalo Miranda (ARG), Alex Appella (ARG), Andrés Bracony (ARG), Virginia Barré (ARG) e Salvador García (URU). Mediação de Barbi Couto (ARG).

Mesa 6, Educação Aberta e cultura livre.
Partiparam Fernando Daguano (BRA/CHI), Marianicer Figueroa (VEN), Jorge David García (MEX), Walter Lippold (BRA), Inés Martino y Fabricio Caiazza (ARG) e Sergio Rubio-Pizzorno (MEX). Mediação de Mariana Fossati (URU).

 

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