Comentários sobre: 17 anos de BaixaCultura https://baixacultura.org/2025/09/26/17-anos-de-baixacultura/ Cultura livre & (contra) cultura digital Mon, 29 Sep 2025 22:24:46 +0000 hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.11 Por: Ale Abdo https://baixacultura.org/2025/09/26/17-anos-de-baixacultura/#comment-56361 Mon, 29 Sep 2025 22:24:46 +0000 https://baixacultura.org/?p=15939#comment-56361 Bem, não poderia não deixar um parabéns e ainda menos um parabéns mais atrasado ainda ;D

Eu tenho questionado essa descrição da “classe dominante” ter “recuperado a energia”. Eu já era cético dessa ideia porque sempre me pareceu que o custo para o capital de pagar por equivalentes do que os comuns forncem seria mínimo. No caso do software, a Apple é um bom exemplo do que o capital é capaz sem se apoiar nos comuns. No caso da cultura, a Disney moderna é outro, com Marvel e Star Wars sucedendo os contos folclóricos.

Se o capital se aproveita dos comuns por conveniência e para uma certa aceleração dos processos, a massificação das condições de existência construídas por ele não depende fundamentalmente das contribuições dos comuns. Estou convencido de que a realidade é muito mais simples e brutal: que o culturalivrismo é um navio pirata que não se deu conta que estava navegando para dentro de um tsunami.

Estamos atualmente na posição dos hippies que experimentaram com o retorno ao campo sem antever a avalanche da agricultura industrial-maquinal que já estava em curso e que sucederia os breves sucessos do movimento. Nada do que os hippies fizeram ou deixaram de fazer realizou a industrialização-maquinificação da agricultura. E da mesma maneira o culturalivrismo foi pouco consequente para a industrialização-maquinificação da informação. Hoje entendo que esses processos de industrialização-maquinificação das sociedades-ecossistemas, cuja forma no plano político é o fascismo, são muito mais amplos e potentes do que qualquer consequência dos movimentos de contracultura.

Apesar de terrível, essa análise ainda assim traz dois pontos positivos. Primeiro, que os movimentos de contracultura não foram assimilados e portanto derrotados. Ao contrário, suas conquistas seguem se acumulando e neste momento vivemos uma oportunidade e exigência de amadurecimento. Segundo, que os movimentos camponeses, das tecnologias autônomas, da cultura popular, são parte de uma mesma concepção de mundo humanista-ecossistêmica e antifascista. E são portanto ainda mais importantes e urgentes do que imaginávamos!

Então, por mais 17 anos, um grande brinde e abraço 😀

Ni!

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